Acordei no outro dia pela manhã sentindo o corpo quente abraçado ao meu. Ele cumpriu com a promessa, não tentou nada. Outra parte do corpo dele porém, não quis saber de promessa e estava totalmente a acordado e revoltado.
Ri com meu pensamento, foi o suficiente para que ele se mexesse na cama e se levantasse. Bruno não disse nada, entrou no banheiro e ficou por um longo tempo no banho. Cheguei a dormir de novo sem ter certeza do que fazer.
Acordei novamente com ele vestido e me beijando de leve no rosto.
_Você precisa acordar, sei que merece dormir e quer muito isso mas precisa levantar...
_Tudo bem... - respondo de olhos fechados.
Me ergo da cama e vou para quarto com um bom dia e uma sensação muito estranha de intimidade se formando entre nós. Tento não pensar em nada, tento deixar acontecer, eu tento. Infelizmente a realidade bate como uma bala canhão me arrancando toda a leveza do momento.
Me culpo por ter passado a noite com ele. Não transamos, eu sei, mas me deixei levar. Ele me beijou tantas vezes que... E pior! Eu quis ser beijada. Quis muito mais, eu ainda quero mais!
Choro enquanto tomo banho, depois me enrolar na toalha fico sentada na cama um longo período, olhando para o chão. Perdida com minha mente vazia e cheia de pensamentos ao mesmo tempo. Uma mistura de medo e desejo, amor e raiva.
_Ana!? - Bruno pergunta parando na porta. - O que aconteceu?
_Eu não deveria ter feito isso. - massageio meu peito buscando alívio para a dor. Não olho para ele.
_O que você não deveria ter feito minha linda? - Bruno se senta ao meu lado.
_Ter ficado aqui, dormido com você... - tenho vontade de voltar a chorar mas engulo com força meu choro.
_Ana... - Bruno tenta, olho em seus olhos em busca de qualquer coisa que faça mudar de ideia. Ele se cala sem conseguir dizer o que queria. Vejo uma mistura de dor e tristeza. - eu sei que não mereço, seu que fui um tremendo cafajeste... Eu sei... Tenta me perdoar, por favor, eu te amo demais.
_Você vai fazer de novo! Vai acabar de quebrar o que restou de mim. Você não tem ideia do quanto foi difícil, eu fiquei sozinha, eu... Senti tanto sua falta, eu te amava tanto! Eu não quero isso de novo. - aponto de mim para ele e depois volto para mim - Eu não aguento mais.
Respiro fundo e volto a massagear meu peito que dói, parece que estou sofrendo enfarto.
_Eu sei, sei que fiz besteira. Não posso voltar atrás e desfazer o que fiz, não posso, eu gostaria muito de poder. O que posso fazer é prometer que nunca mais, nunca mais mesmo eu vou embora, nunca mais vou fugir, nunca mais vou te deixar. Nunca mais vou magoar você.
Dos olhos do homem que um dia chamei de meu, correm lágrimas e eu me pergunto o que devo fazer, me pergunto se devo confiar ou se suas lágrima são apenas para tentar me persoadir.
Bruno busca minhas mãos e as prende nas suas. Olho para nossas mãos juntas e... Parece tão certo. Logo percebo o quanto tudo está confuso e me afasto a tempo de ver minha filha entrar pela porta vestida com um pijama amarelo de girafas.
_Podemos conversar a noite. Só eu e você. Eu preciso falar e mais ainda preciso te ouvir. Quero uma chance, falo sério. Nesse momento é tudo que mais quero na vida. Sai comigo essa noite, só nós, um encontro, vamos conversar e nos conhecer... - minha filha ainda está parada na porta, ela não diz nada, apenas olha com seus olhinhos curiosos, Bruno se levanta e sai levando ela junto com ele.
Chego atrasada no trabalho, para meu desespero, como se não bastasse toda a confusão que se passa dentro de mim, Samuel havia deixado um bilhete pedindo para conversarmos.
Pego o telefone e deixo uma mensagem bastante grosseira na caixa de correio eletrônico dele. Não quero conversar, como ele mesmo disse, acabou. Não me concentro no trabalho, não consigo produzir. Pela primeira vez na minha vida tenho um dia de merda no trabalho.
As seis e meia da tarde eu não tinha feito nada. Estava cansada e sem vontade de ir a aula. Eu preciso decidir o que quero, preciso de coragem. Preciso enfrentar o Bruno e dizer tudo que ele fez, o quanto me magoou e depois mandá-lo procurar outra pessoa porque eu não queria nada com ele.
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