Meu melhor erro romance Capítulo 58

Lucas Fraga

Alguns meses depois

Era incrível o poder de mudança das pessoas, ali com uma pilha de casos resolvidos e duas pastas para ser estudadas notei isso.

Nos últimos meses eu pegava todos os casos familiares que chegavam no escritório. Isso mesmo, eu que sempre odiei casos assim, agora não conseguia me afastar dessa área, a questão era que eu achava gratificante dar direção para a vida de uma criança que estava no meio de uma guerra, ou até mesmo mediar casais que não queriam ficar mais juntos.

Respirei fundo sorridente por poder arquivar aquela papelada toda, todos resolvidos, exatos 38 casos resolvidos nos últimos três meses. Levantei indo para a recepção entregar para Fernanda arquivar na sala de registros. Ao abrir a porta um sorriso imenso invadiu meu rosto. Encontrei Gabriela  segurando a cadeirinha com Oliver nela, com luvas e uma touca fofinha. Apertei as bochechas dele com meu indicador e o dedo médio.

— Veio buscar o papai foi? — perguntei.

— Chega de trabalhar esse ano né? — Gabi  beijou minha bochecha.

— Que mandona. sorri deixando a pilha sobre a mesa de Fernanda. — Ufa, pode arquivar e ir para casa Fê. Boas festas.

— Para vocês também.

— Olha só quem está aqui. — meu pai saiu do seu escritório com uma pilha de papéis na mão também. — Meu netinho fofo.

Depois de deixar a papelada sobre a mesa foi até a cadeirinha tirando todos os cintos e pegando Oli no colo. Meu filho estava usando um mini moletom do flash e uma calça preta assim como Gabriela , ela adorava isso, vestir ele com roupas parecidas com as dela.

— Mas que menino grande. — puxei seu sapatinho de lă.

— Ele deve estar morrendo de calor, lá na  floricultura é frio aí eu enchi o menino de roupa. Mas na rua está tão quente, que até eu estou tonta com tanta blusa. — Gabi falou enquanto se jogava no sofá da recepção.

Com certeza ela está exausta, ela não consigo ficar os três meses em casa o quando o nosso filhinho fez um mês de vida ela finalizou tudo para inaugurar, ela realmente é muito forte e determinada.

— Bebê sente mais frio. — Fernanda se levantou empilhando a papelada minha, do meu pai e do outro advogado que tinha começado a trabalhar com a gente. — Eu enchia meus filhos de blusa quando tinham essa idade.

— Vocês estão dando o que para esse moleque? Olha o tamanho dele! - meu pai disse enquanto praticamente dançava balançando Oli.

O Oliver no começo era muito ruim para mamar, mas só foi a mãe começa a trabalhar que ele não desgrudava do peito e mesmo com dois meses parecia que ele tinha uns quatro.

— Só leite. — a Gabriela contou. — Eu reclama tanto no começo que ele não queria mama, hoje em dia tem que faz muito coisa com ele no peito.

— Bezerrinho.

Oliver abriu um sorrisinho como se entendesse as graças do avô. Recebeu cócegas na barriga e começou a balançar os bracinhos e fazer barulho com a boca, parecendo um caminhão.

Ele aprendeu a fazer uns barulhos e toda vez que ele faz ele fica muito feliz.

— Você vai para o Rick amanhã? — perguntei me jogando ao lado de Gabriela.

— Claro que vou, tenho orgulho de ver aquela casa cheia daquele jeito. Todo mundo bem unido e esse ano ainda tem a família da Gabi  que vai pra lá né?

— Pois é, desse jeito a casa do Rick vai ficar pequena pra tanta gente. ela veio deitar em meu ombro.

—  Vamos ter que começar a alugar um salão para as festas de fim de ano. - meu pai encostou na porta da minha sala.

— Se mais alguém tiver filho vamos mesmo. — concordei fazendo carinho no cabelo da Gabi  que já tinha crescido um pouco. — o cabelo dela cresceu muito rápido ela está doida para corta bem menor que dá primeira vez, mas fiquei adulando ela para não corta agora, ela está muito linda.

— Quando vocês vão fazer o próximo?

Gabriela gargalhou como se aquilo fosse a maior piada de todas. Eu queria mais filhos, talvez mais três, porém sabia que ela por enquanto preferia manter só o Oliver, já que tudo era ainda muito novo para ela.

— Quando o Oliver casar. — respondeu.

— Quanta ruindade com o vovô.

Fernanda voltou suspirando cansada e se jogou na sua cadeira, realmente tínhamos trabalhado bastante nos últimos dias para fechar alguns casos e terminar o ano bem.

Para mim faltava dois, porém as audiências já tinham sido marcadas para o início do próximo ano, logo não tinha muito o que fazer.

Afrouxei um pouco a gravata e levantei para ir pegar minha pasta. Coloquei minhas coisas dentro dela e joguei sobre meu ombro olhando para o lugar, tinha que fechar as janelas, desligar o quadro de luz e então poderia ir para casa.

Com a ajuda de Fernanda e Gabriela isso não demorou para acontecer, em menos de meia hora já tinha me despedido do meu pai e estava ao volante do meu Vectra, olhando para os dois lados em um cruzamento. Gabriela estava batucando os dedos no porta-copo e cantando completamente desafinada.

— Quando Oli começar a chorar de susto você vai ver. — brinquei

— Ele adora me ver cantando viu. — fez um bico.

Ouvimos um som diferente vindo do banco de trás, quase que um "pa-pa", olhei para Gabriela com os olhos arregalados eu e ela estávamos espantados eu não sabia sorriso enorme no rosto. O médico tinha dito que a partir dos quatro meses poderíamos esperar reações como estás, repetição de sons e barulhos que pareciam até palavras. Porém o Oliver só tem dois meses e isso com certeza assustou a gente e olhei pelo retrovisor e ele estava brincando com as mãos.

— Ele começou com papai, você perdeu a aposta. disse enquanto entrava no estacionamento do prédio.

— Isso pode ser "papar", eu sempre falo "papar" para ele.

— Não adianta fugir gracinha. Apertei sua bochecha enquanto tirava o cinto de segurança.

— Nem adianta, eu não vou usar aquilo. — desceu do carro indo pegar a cadeirinha.

— Você perdeu, aceite isso!

Batendo o pé ela foi para o elevador, corri até ela envolvendo sua cintura e beijando seu pescoço. Ela riu e segurou a cadeirinha com o antebraço.

— Aquilo é humilhante.

— É sexy. — sussurrei.

— Não fale essas palavras perto do nosso filho, vai que ele fica influenciado. —  riu.

Essa coisa de influência Oli já está ferrado, tem que ouvir você cantar a tarde toda. arrumei meu cabelo olhando no espelho de elevador.

Ei! me deu um tapa. Ele adora me ver cantando. Aliás, hoje na parte da tarde vendemos pra caramba, estava até pensando em abrir amanhã, pois acho que iria ser um bom negócio.

Nem pensar, amanhã é véspera de natal minha voz ecoou pelo corredor.

— Você está certo. — ela abriu a porta do apartamento.

Entrei respirando o cheiro gostoso de uma flor que tinha sobre a mesa e me deitei no sofá. Gabriela deixou a cadeirinha em cima da minha barriga e foi para o banheiro lavar as mãos e depois para o quarto deixara bolsa. Tirei os cintos que prendiam Oliver na cadeirinha e peguei ele sentindo um cheiro não muito agradável.

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