Meu melhor erro romance Capítulo 56

Gabriela de Sá

Chequei a fralda dele e resolvi trocar, quem sabe assim ele não voltava a dormir quietinho. Lembrei que Lucas tinha deixado as fraldas para recém-nascido na sala, balancei Oli enquanto ia para a sala, porém deveria não ter ido. Deveria ter permanecido no quartinho.

Sarah estava com os braços no pescoço dele, e os lábios colados ao de Lucas. Meu queixo caiu e eu quase tropecei no sofá, segurei Oliver firme que começou a chorar e peguei a sacola da farmácia já voltando para o quarto.

— Aí que lindinho. — falou vindo para cima de mim querendo tocar no meu filho.

— Tira suas mãos dele.— rosnei me afastando dela.

— Quem é você para me dizer o que fazer?

— Sou a mãe dele. — gritei me virando para voltar ao quarto.

Fechei a porta já deixando as lágrimas caírem. Deitei Oli sobre o trocador e troquei sua fralda e sua roupinha por um macacão mais quentinho. Ouvi alguns gritos da sala, essa garota era meu carma, só podia ser.

Peguei o bebê conforto que estava ao lado do berço e coloquei o bebê prendendo os cintos. E o cobrindo com uma manta. Arrumei uma bolsa com as coisas do bebê, peguei um casaco meu que estava por ali, olhei para minha blusa suja de leite e nem me importei, apenas coloquei o casaco, peguei a bolsa e a cadeirinha. Abri a porta e ouvi Lucas gritando.

— Saia da minha casa, e como você chega me beijando como se tivéssemos alguma coisa. Coloca uma coisa na sua cabeça Sarah, não existe mais nada entre nós. — ouvi ele gritando para ela.

Isso acendeu  uma chavinha na minha cabeça, aquela casa era minha também, e aquele homem ali era o pai do meu filho, meu melhor amigo e definitivamente era o homem da minha vida, não seria eu que sairia daquela casa, e sim ela. Deixei a bolsa em cima da poltrona do quartinho e voltei para a sala. Enquanto

— Você quer o quê Sara? Não entende que a porra do nosso relacionamento acabou? Você quer estragar minha família assim como acabou com nosso relacionamento? Você não vai acabar com minha família. Você foi um erro, eu nunca deveria ter começado a namorar você, e talvez só tenha começado para esquecer o que sentia pela Gabriela, porque eu amo a Gabriela e eu mentia para mim mesmo por medo de estragar a nossa amizade. — parei na sala a tempo de ver ele socando uma parede.

— Ela quem acabou com nosso namoro. Ela e esse bastardo — apontou para mim.

Respirei fundo, deixei Oli sobre o sofá  na cadeirinha. Ela era bem mais alta, muito mais do que eu, mas isso não impediu de eu virar a palma da minha mão na cara dela, ouvi o estalo e ela levou a mão no rosto, apontei o dedo na cara dela.

— Lava sua boca antes de falar do meu filho e da MINHA família.

Os momentos seguintes foram muito rápidos. Ela agarrou meu cabelo e eu revidei atingindo seu pescoço com minha unha. Senti um tapa em meu rosto, tão forte que me fez cair sobre a mesa de centro, fazendo tamanho barulho e assustando meu bebê mais ainda. Senti minhas costelas doerem muito e meu rosto arder. Minhas mãos tremiam e tudo estava doendo.

— Sua louca, ela acabou de ganhar bebê — Com o telefone na orelha, ele se abaixou até mim e passou o braço por meu corpo, me colocando sobre o sofá. Estava tudo doendo e aquela vadia estava parada com um sorriso no rosto.

Minhas costas estavam doendo demais. Lucas agarrou o braço dela e praticamente arrastou ela para fora do apartamento enquanto falava ao telefone.

Olhei para Oliver chorando e levantei para pegá-lo. Mesmo com minhas costas doendo comecei a embalar ele com carinho. Jurei que não passaria mais por humilhações como essas. Meus olhos derrubavam muitas lagrimas enquanto tentava fazer meu bebê parar de chorar. Aquela vadia tinha que pagar por tudo isso, ela não só tinha como ia pagar.

Dona Elisa e Francis entraram correndo pela porta que estava aberta. Ela estendeu os braços para pegar Ben de mim e ele fez eu me sentar no sofá me abanando para que eu parasse de chorar.

— A unha dela deve ter cortado sua bochecha. — falou olhando meu rosto.  E suas costas, posso ver? — Assenti e levantei um pouco a blusa para ele ver.

— Lucas chamou a polícia já e eles já estão chegando.- a voz doce de dona Elisa entrou em meus ouvidos.

— Vou pegar água pra você. —  Francis foi até a cozinha e voltou com um copo na mão.

— Quer ir para o hospital? Está se sentindo tonta, enjoada?

— Não, eu estou bem. — sequei as lágrimas. — Só quero o Lucas.

— Ele já vai voltar. — apertou minha mão. — Suas costas vão ficar um pouco roxinha por conta da queda, mas vou pegar uma pomada e vai ficar tudo bem.

— Não quer se deitar?

— Não, eu só quero acabar com aquela mulher. Cadê o Lucas? — comecei a chorar novamente. Francis sentou ao meu lado segurou minha mão.

— Suas emoções estão bagunçadas, seus hormônios também. Fique aqui quietinha, Lucas vai cuidar direitinho de você, ele vai voltar.

Assenti e me abracei ficando ali quietinha, enquanto dona Elisa embalava Oliver  e Francis foi para fora do apartamento conversar com a policia junto do Lucas. Fui convencida a me deitar na cama de casal do quarto principal, e encolhida recebi meu filho já dormindo para ficar ao meu lado.

Voltei a chorar tentando não acordar o bebê, que dormia de barriga para cima feito um anjinho. Sorri e fiz carinho na barriguinha cheia de dobrinhas dele, era tão pequenino, não queria que meu filho crescesse no meio de brigas e confusões. Segurei sua mãozinha minúscula junto das minhas.

— Coisa mais linda da vida da mamãe. — arrumei seu cabelinho para o lado.

A porta rangeu baixinho e Lucas entrou com lágrimas nos olhos. Não protestei quando ele deitou ao meu lado e me abraçou. Como eu estava de costas para ele, acabamos ficando de conchinha. Olhei para o braço dele em cima do meu corpo, estava todo arranhado, alisei as marcas.

— Desculpa por isso, não vai mais acontecer. Sei que já disse isso, mas eu estou prometendo que ela nunca mais vai chegar perto de vocês enquanto eu estiver vivo. — Sussurrou bem baixinho. — Os policiais queriam que eu fosse até a delegacia fazer o B.O., mas eu não queria deixar vocês sozinhos, mas eu vou pedir uma liminar para ela ficar bem longe da gente.

— Tudo bem, eu bati nela primeiro.

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