Depois de pagar ao motorista, ela fechou a porta do carro e se virou para ele.
"Lembre-se, fique perto de mim e não diga uma palavra. Eu falo e você sorri, aperte a minha mão e beije minha testa quando necessário".
Ela se afastou dele e abriu a porta. Um pensamento passou até sua mente e ela virou seu rosto para ele de novo.
"Outra coisa. Eu disse quando necessário".
A ênfase dela nas suas duas últimas palavras o fez zombar.
Se ele quisesse, beijaria sua testa, e cada parte do seu corpo, em breve. Só se ele quisesse; e ele sabia que queria.
Se ele quisesse ter uma resposta para as suas perguntas que fervilhavam em sua cabeça, ele teria que tocar nela.
A vontade de abraçar ela era estranha para ele. Sabendo o quanto ele odiava contato físico, Lancelot se perguntou o que havia nela que o fazia querer abraçar ela.
Talvez tenha sido o fato de Ziko ter se afeiçoado a ela.
AQUECIDO.
Ziko não apenas se entusiasmou com ela, como também a reconheceu como sua companheira. Isso não é possível. Ela era uma humana! Não só isso, mas era uma americana também.
A casa real de Dankworth iria rir dele com desprezo.
Quando entraram juntos, Roxanne estendeu a mão para ele.
Confuso, sua sobrancelha arqueou. Roxanne suspirou fundo.
"No que diz respeito a todos aqui, nós somos amigos há muito tempo e decidimos ter um relacionamento mais sério".
Os olhos de Lancelot se arregalaram. Ele não pôde evitar.
O que foi que ela disse?
Roxanne notou a expressão em seus olhos e caiu na gargalhada.
"É só por essa noite. Ninguém está esperando que você me peça em casamento essa noite. Embora Rayla desmaiasse de ciúmes por isso", esse pensamento fez Roxanne sorrir, ela segurou no braço de Lancelot.
Seus olhos se arregalaram, por ver a coragem dela.
Tenso contra seu aperto, ele ficou quieto enquanto caminhavam de mãos dadas pela a igreja.
"Espera!", Roxanne exclamou.
Revirando os olhos, ele franziu a testa e olhou para ela.
"O que foi?"
"Temos que ter códigos pra nos comunicarmos melhor", ela sussurrou, olhando para ele.
Ela estava brincando, né? Seus olhos estavam muito sérios. Não, ela não estava brincando.
Lancelot olhou para ela e balançou a cabeça.
O que havia de errado com as mulheres americanas?
"Código do quê?"
"Você sabe, apenas no caso de eu precisar da sua atenção a qualquer momento".
"Você me amarrou a você, eu não irei embora tão cedo".
Suas sobrancelhas franziram. Ela não acreditou nele.
"Isso é caso você decida querer ir embora. Homens, eles sempre fazem isso".
A segunda frase saiu com um toque de malícia.
Lancelot suspirou e olhou para frente. Ele simplesmente não podia esperar que tudo isso acabasse ainda.
"Lance".
"Que tipo de nome é esse?", ela mordeu o lábio, desviando o olhar dele.
Antes que ele pudesse responder, uma linda mulher negra se aproximou deles.
Seu sorriso largo foi direcionado para a mulher ao seu lado.
De repente ágil, Roxanne soltou os braços dele para abraçá-la.
"Emily!"
"O casamento está quase acabando. Você chegou muito tarde", Emily murmurou contra o ombro da sua melhor amiga.
Ao se afastar, Roxanne piscou.
"Cheguei bem na hora".
Elas começaram a rir.
Os olhos de Emily se desviaram para Lancelot, ele olhou para ela com uma expressão vazia no rosto.
"Quem é o homem?", ela perguntou, sorrindo para Lancelot.
Roxanne agarrou seu braço por reflexo, a ação fez com que Lancelot abrisse um sorriso no rosto.
"Esse é Lance. Lance, essa é a minha melhor amiga, Emily".
Emily sorriu e estendeu a mão para um aperto de mão.
Lancelot forçou um sorriso amarelo e tirou a mão do bolso.
Suas palmas se fecharam. Lancelot desejou, para o bem de sua sanidade, sentir a mesma faísca que sentiu quando suas mãos tocaram as de Roxanne.
Isso diria a ele que ele só tinha ficado perturbado pela maneira como ela o abordou tão casualmente. Isso diria a ele que o choque de corrente que ele sentiu passar por todo o seu corpo foi resultado de ela ser uma desconhecida. Isso diria a ele que o conceito de anonimato o surpreendeu.
Ele esperou. Nenhum fogo.
Lancelot soltou o aperto de mão. Seus olhos pousaram no rosto de Roxanne por impulso, ela parecia distante, ele queria alcançar ela. Ele queria que ela falasse com ele.
"Vamos entrar, antes que sua mãe saia gritando", Emily dirigiu sua conversa para Roxanne.
Ela cutucou Lancelot e eles entraram juntos na catedral.
O casamento acabou.
Roxanne soltou um suspiro de alívio. Ela não seria torturada por nenhum deles. Tudo o que restava agora era sobreviver à festa de casamento.
Lancelot olhou ao redor do salão. Além dos convidados vestidos com lindos vestidos e roupas coloridas, não havia nada para dizer a Lancelot que um casamento tinha acabado de acontecer.
Isso foi até que ele fixou os olhos em uma figura muito familiar.
"Eu tô feliz que você veio, no entanto", seus olhos se estreitaram para Lancelot.
"Então, vejo você na festa de casamento?"
Ele puxou Roxanne para mais perto, dando a Rayla um olhar que quase a fez tropeçar.
"Sim, claro".
Roxanne pensou que ela iria corar. Mas ela estava fraca demais para se mover.
"Um vestido que deveria ter sido seu", Rayla disse. Roxanne sentiu as lágrimas se acumulando em suas pálpebras. Ela tossiu, lutando contra as lágrimas.
Ela não iria chorar, não aqui.
Ela pensou que estava pronta para enfrentar Rayla, mas ao ver ela aqui, percebeu que não estava nem um pouco preparada.
Se Lancelot não estivesse ao seu lado, ela teria saído do salão aos prantos.
Um sorriso passou pelo seu rosto quando ela pensou no seu nome.
Lancelot.
Para alguém que estava aqui apenas para pagar pelos danos que seu motorista causou ao carro dela, ele estava fazendo um ótimo trabalho.
Emily voltou para onde estavam depois que Rayla foi embora.
Preocupada, ela deu uma olhada em Roxanne.
"Ela tá nervosa. Leve ela pra beber algo", Lancelot falou, sua raiva não havia passado.
Ziko também não estava pegando leve. Com sua nova atração, Ziko, de repente, passou a proteger Roxanne.
Isso ainda o enervava. Tudo estava acontecendo muito rápido, muito rápido.
Ele nunca encontrou sua companheira, mas tinha lido muito sobre como deveria ser. Ainda assim, ele havia se resignado ao destino de nunca encontrar ela.
Agora que Ziko havia reconhecido essa moça, ele estava achando difícil não fazer isso também.
Se ele continuasse parado no mesmo espaço que a mulher que fez Roxanne ficar nesse estado, ele iria rasgar a pele de alguém em pedaços e morder os ossos dela.
Ele tinha que sair dali, ele tinha que tomar ar, ou Ziko destruiria alguém.
Emily assentiu com a cabeça. Com as mãos esticadas, ela puxou Roxanne para longe do aperto de Lancelot.
Justo quando ele virou as costas, ele sentiu a mão dela em seu pulso novamente.
Ele sabia que era dela porque seu coração estava batendo acelerado.
Quando ele se virou para ela, ela estava sorrindo.
"Obrigada", ela murmurou, ele não podia ouvir ela com todas as vozes furiosas em sua cabeça.
Ele a observou em silêncio enquanto ela se afastava dele. De repente, ele se sentiu um vazio, como se uma grande parte dele tivesse ido embora. Quanto mais ela andava, mais parecia que seu coração batia.
Ele balançou a cabeça vigorosamente. Talvez se ele a sacudisse com força o suficiente, ele pudesse pensar direito novamente.
Seus olhos se desviaram para Rayla novamente, com uma carranca no rosto, ele saiu do corredor.
A festa de casamento. Ele definitivamente iria ver ela lá e acabar com todo esse circo em sua mente.

Comentários
Os comentários dos leitores sobre o romance: Meu Príncipe, Meu Alfa
Esse não está concluído, tem mais atualização?...