"Há algo em você", ele disse e me olhou intrigado: "Você é diferente", eu estava ficando confusa.
Meus dedos começaram a tremer e por mais que eu tentasse mantê-los parados, não consegui.
"Vamos", ele agarrou o meu braço e estreitou os olhos. Jared se virou e começou a me arrastar em direção à porta.
"O quê? Não!", eu puxei meu braço e arregalei os olhos perplexa com que o que estava acontecendo. Estávamos no corredor e o Alfa Jared era apenas uma sombra no escuro. Ninguém estaria em casa por horas e assim eu fiquei sozinha com o Alfa mais falado que já existiu. E não era sua bondade e personalidade efervescente que estavam sendo mostradas a mim. Ele já ganhou todas as batalhas que já enfrentou e agora ele queria ganhar essa também.
"O que você quer dizer com falando não pra mim?", ele perguntou baixinho e eu engoli em seco.
"Tô te falando que eu não vou com você!"
"Você é minha. Você acha mesmo que vou embora sem você?"
"Minha família vive aqui e os meus amigos também".
Ele se aproximou de mim e tudo que eu consegui prestar atenção foi na sua silhueta. Senti sua mão tocar no meu pescoço, um súbito calor foi inundando-me mais uma vez e minhas pernas começaram a tremer.
Ele se inclinou e deu um beijo na minha mandíbula.
"Eu não vou embora sem você", eu respirei fundo e suspirei.
"Então você não vai embora?", eu sussurrei. Jared parou e deu um passo atrás. A porta da casa se abriu e vozes encheram o corredor e as luzes foram ligadas. Eu não vi e nem ouvi nada por alguns segundos, muito absorvida nos meus pensamentos.
"Kyala, querida, o que você tá fazendo aí parada na escuridão assim?", minha mãe me perguntou com a mão no peito. Eu balancei a minha cabeça e voltei aos sentidos, mas Jared tinha ido embora.
"Eu estava indo no banheiro", eu disse e me virei rapidamente. Corri para o banheiro e fiquei parada em choque total. Meus dedos passaram pelo lugar onde os lábios de Jared tocaram e meu corpo ansiava por mais.
Mas eu não poderia abandonar a minha vida inteira no lugar onde sempre vivi só porque ele era o meu companheiro, ou poderia?
Na manhã seguinte, o dia começou normalmente. Tomei uma xícara de café e depois outra.
Daniela já havia saído para trabalhar e eu estava sentada à mesa, encarando a parede.
"Você tá se sentindo bem, querida?", minha mãe me perguntou enquanto se arrumava para sair.
"Eu tô bem sim, só um pouco cansada", ela concordou com a cabeça. Levantei da cadeira e minha mãe se virou.
"Você sabe se os Alfas já foram embora?", eu perguntei a ela, tentando parecer o mais casual possível.
"Acho que sim", ela disse e pegou suas chaves. Soltei um suspiro e me sentei de volta na cadeira, dando um sorriso.
"Ah, mesmo o Alfa Jared, ele prolongou a estadia dele por mais alguns dias", meus olhos se arregalaram e meus lábios se apertaram.
'O perigo não acabou...', Carolina falou comigo mentalmente.
'Será que é o Jared?', perguntei a ela.
'Não posso te falar...', ela me respondeu.
'Por quê?', perguntei confusa.
'Porque eu não sei. Tudo o que eu sei é que estamos em perigo e ele está à nossa volta...' disse ela.
Caminhei até a casa da alcateia de forma discreta, esperando não parecer estar tão tensa quanto eu me sentia. Eu tinha planejado me encontrar com a Yasmin para falar sobre o Festival de Outono e, com sorte, isso me distrairia do resto.
Era estranho porque eu queria estar com o Jared, ele era meu companheiro, mas ao mesmo tempo era estranho no sentido de que o laço não parecia ser muito forte.
Era uma sensação estranha e nada parecida com o que eu já havia sentido com Stuart. Talvez, isso acontece porque ele era o meu segundo companheiro e o laço não era tão forte ainda. 'Será que é isso mesmo?', perguntei.


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