Meu Senhor romance Capítulo 50

Depois de ler a ata da reunião e assiná-la, estou arrumando minhas coisas para sair quando o interfone toca.

-Pedro, já estou indo...

-Não é isso Senhor, um dos acionistas está querendo falar com o Senhor.

-Qual deles?

-O Senhor Sílvio.

Tudo que eu queria, encerrar meu dia tendo uma conversa nada agradável com Sílvio. Eu ia me preparar primeiro para esta conversa.

Merda!

-Pode deixar ele entrar... Por favor, peça um café Pedro.

-Claro Senhor!

Suspiro e me sento novamente na minha cadeira.

Ele entra e se senta em minha frente.

-A que eu devo sua visita Silvio?

-Pensei que fosse encontrar seu pai ainda aqui, me disseram que ele estava no hospital.

-Ele saiu a uma hora atrás. Veio a São Paulo resolver alguns problemas. Só vão embora amanhã, ainda dá tempo de encontrar com ele.

-Farei isso, mais antes gostaria de conversar com vc.

-É sobre o hospital? Pq se for vc deveria ter usado a reunião para isso...

Ele ri com aqueles dentes muito brancos. Tudo no Sílvio é artificial!

-Não é sobre o hospital meu caro, apesar de achar que vc deveria estudar a minha proposta, sobre a ala da plástica.

Ignoro o que ele diz e falo:

-É sobre o que então?

-Quero fazer uma proposta. Na verdade eu já havia te falado sobre, só queria reinterar meu interesse, já que eu fiquei sabendo que vc renovará contrato com aquela linda menina.

Eu suspendo minha sobrancelha e digo:

-Como ficou sabendo disso, já que o contrato antigo nem venceu ainda?

-Tenho os meus meios. Eu te venderia as ações, se tivesse no contrato uma cláusula na qual vc compartilharia a Duda comigo. Num jogo. O que vc me diz? Vc com minhas duas meninas e eu com a sua menina...

-Silvio...

-Eu sei que vc é muito discreto em relação a isso, e depende de alguns fatores. Mais eu estou disposto a abrir mão das ações, claro... Vc pagando o preço justo por elas... Em troca da Duda... Eu realmente fiquei fascinado pela menina...

Olho para ele e sinto nojo...

Um nojo profundo...

Ele engole em seco e fica um tempo olhando para tudo.

-Como...

-Bom, eu não seria filho de meu pai, se não soubesse me precaver e até adivinhar algumas ações de meus sócios. Se vc está disposto a abrir mão das ações por uma noite com Duda, não vai ter problema nenhum em me vender elas em troca da sua liberdade.

-Vc não teria coragem. Jogaria fora a minha amizade com seu pai no lixo?

-Isso não tem nada a ver com meu pai! Ele não faz mais parte do grupo... Isso tem a ver com minhas escolhas! Eu acho que vc não se encaixa no grupo, e estou sendo bem generoso com vc. Poderia apenas pedir as ações e não pagar nada por elas. Mais não acho justo! Em nome da amizade de vcs é que quero pagar por elas.

-O que tem dentro desta pasta, não tem nada a ver com o grupo ou com vc!

-Como não Silvio? Vc é um contrabandista! Da pior espécie ... Se antes vc já não se encaixava, imagina agora?!?! É pegar ou largar... Vai pagar pra ver?

-Eu preciso de um tempo.

-Não esperava menos. Vc tem quarenta e oito horas. (Olho para o relógio) A partir de agora... Agora vc pode me dar licença? Minha menina está me esperando em casa, e eu não gosto de deixar ela esperando. Bate a porta antes de sair.

Pego minha pasta, ponho o celular no bolso e saio da sala., Encontrando Pedro já pronto para partir.

-Te encontro lá embaixo Pedro, espere ele sair da sala, para ir ao meu encontro.

-Sim Senhor!

Lancei a isca...

Vamos ver se o peixe vai comer!