Eduarda Amorim
Açucena está fechando meu vestido nas costas.
Ela me olha pelo espelho e sorri.
-Esta linda Senhora, esse vestido ficou perfeito.
Olho para o vestido longo estampado com rosas e de fundo preto franzido na cintura, com decote “V” e com as alças amarradas no pescoço. A saia é cheia de fendas, quando eu sento minha pernas ficam nuas.
Estou com uma sandália de tiras preta com saltos, não muito altos.
Hoje é domingo e estou indo num almoço na casa de meus sogros. Realmente estava com saudades de minha sogra.
Eles viajaram para Madrid tem quinze dias, e ficaram por lá até ontem. Eles não querem saber de outra vida, estão aposentados e curtindo muito. Afinal pra que serve o dinheiro, se não é pra gastar e ser feliz. Trabalharam a vida toda, merecem o descanso.
-Leva essa casaquinho, caso esfrie mais tarde. Nunca é demais em nossa cidade.
Concordo com ela.
-Não quer mesmo ir? Aproveitava e via Maria...
-Preciso adiantar algumas coisas aqui no casarão. Se esqueceu que eu ainda estou de governanta?
-Arthur não achou ninguém que o agradasse?
-Não... E vai ser difícil! Ele não quer abrir mãos dos meus serviços como babá e não quer por uma estranha como governanta.
-Eu não abro mãos dos seus serviços Açucena. Não sei como faria se você não existisse.
Ela sorri.
-Quando ele se sentir seguro, ele contrata alguém como governanta. Até estou gostando dessas duas funções, pelo menos guardo mais dinheiro para o meu casamento.
-É verdade!!!
Sorrio para ela. Açucena se casa no final do ano. Eu conheci seu noivo a algum tempo atrás, e os dois tem aquele brilho no olhar, que todo casal que vai construir uma família deve ter. Fiquei feliz por ela, e triste por mim, porque provavelmente, se eu ainda estiver na vida do Arthur, eu vou ficar sem a minha babá.
Ela alisa mais uma vez minha trança e diz.
-Esta pronta Senhora. Dê um beijo na Maria por mim...
-Pode deixar Açucena.
Ela sorri e sai do quarto. Alguns segundos depois, ele aparece na porta com as duas mãos nos bolsos da calça escura.
Ele provavelmente fica me observando me arrumar, e quando estou pronta vem em seguida. Porque ele nunca se atrasa e nunca chega antes.
-Pronta?
-Sim, meu Senhor!
Pego a bolsa e o casaco e saio do quarto atrás dele.
-O almoço será só nós quatro. Pensei que houvesse mais convidados, mais graças a Deus não há mais ninguém. Ítalo não irá conosco, só Beto e Barreto.
-Sim meu Senhor!
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Os comentários dos leitores sobre o romance: Meu Senhor
LIVROMUITO BOM, BEM ESCRITO, ROTEIRO MUITO ENVOLVENTE, PARABENS, MAL POSSO ESPERAR PELA HISTÓRIA DE PAULO E SABRINA, APESAR DE ARTHUR SER O PROTAGONISTA DESTE PRIMEIRO LIVRO, MEU CRUSH FOI PAULO, ACHEI ELE UM FOFO....