— Olhem só para vocês, acabaram assustando a nossa Srta. Barbosa.
Tânia fingiu um gesto de intimidade e segurou o ombro de Inês, puxando-a de volta para o balcão.
— Deixem-me apresentar: ela é uma das melhores alunas do nosso Conservatório de Música de Porto Diamante, já ganhou prêmio nacional e tudo. Ela veio aqui para trabalhar e ganhar dinheiro!
Tânia fez questão de enfatizar as palavras "trabalhar e ganhar dinheiro".
Como sabiam que Inês conhecia Virgílio, todos pensaram que era uma convidada dele, então se comportaram com mais respeito.
Quando ouviram que Inês estava ali para trabalhar e ganhar dinheiro, logo se soltaram.
— É mesmo? Então faz uma apresentação para a gente, Srta. Barbosa!
— Isso, toca para o nosso Virgílio aquela "Cintura Fina".
— Sei qual é, bombou no TikTok, aquele que mexe para um lado e para o outro… Não, assim não tá bom, faz de novo aquele movimento...
Um dos rapazes sorriu maliciosamente, fazendo um gesto sugestivo.
...
Todos ao redor caíram na risada.
— Eu apoio.
— O Virgílio vai adorar!
...
— Desculpem. — Inês afastou o braço de Tânia. — Só sei tocar música clássica.
— Não precisa tocar, então. — Tânia pegou o copo da mão de um rapaz e o colocou diante de Inês. — Nós somos colegas do colégio, hoje é aniversário do Virgílio, você tem que brindar com ele pelo menos uma vez!
— Eu vim aqui para trabalhar, não para beber!
Inês empurrou o copo e virou-se para sair.
Mas não lhe deram chance: em um instante, todos a cercaram.
— Poxa, aí você está desprestigiando o Virgílio, né?
— Pois é, não quer tocar, não quer beber, afinal, o que você quer?
— Veio aqui para ganhar dinheiro e ainda quer pagar de superior!
...
BAM!
Virgílio bateu o copo sobre a mesa e caminhou a passos largos até Inês.
Estendeu a mão direita e tomou o violino dela.
Deu dois passos para trás e se encostou no balcão.
Virgílio levantou o queixo.
— Sirvam a bebida!
De imediato, alguém colocou três copos sobre o balcão e os encheu de cachaça quase até a borda.
— Então seja homem e cumpra sua palavra!
Pegou um dos copos na mesa e, com o pescoço erguido, engoliu o conteúdo de uma vez.
A bebida era amarga e áspera, cada gole cortava a garganta como uma lâmina e queimava o estômago como fogo.
Segurando para não vomitar, ela pegou o segundo copo.
Um copo.
Dois copos.
Três copos.
Bebeu todos de uma vez, colocando os copos vazios sobre a mesa.
Inês levantou a mão esquerda, abriu o celular e mostrou o QR Code para Virgílio.
— Trinta mil, faça a transferência!
Dez mil reais podiam garantir mais um dia para o pai na UTI.
Três copos não matam ninguém!
Todos ficaram parados, até mesmo Virgílio.
Ninguém esperava que aquela garota, aparentemente dócil e delicada, fosse capaz de beber três copos de uma só vez.
— O que foi? — Inês ergueu a mão direita, limpou o canto da boca com as costas da mão. — Não é homem?
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