Virgílio olhou constrangido para os lados e tirou o celular do bolso.
Aproveitando a situação, Inês agarrou rapidamente seu violino e caminhou apressada em direção à porta.
Intimidados pela sua atitude, nenhum dos playboys ousou agir precipitadamente.
Quando ela já estava quase alcançando a porta do camarote, Virgílio finalmente reagiu.
— Segurem ela!
Os rapazes que estavam na entrada imediatamente bloquearam a passagem.
Inês virou-se, protegendo o violino junto ao peito.
— Combinamos que, depois de tomar o drink, eu poderia ir embora.
Virgílio saltou do balcão, aproximou-se dela com um sorriso perverso e sussurrou em seu ouvido:
— Naquela época, você me fez passar vergonha diante de toda a escola. Acha mesmo… que eu deixaria barato?
Endireitando-se, Virgílio lançou um olhar malicioso para a cintura fina dela.
— Você não quer ganhar dinheiro? Vou te dar outra chance. Tire uma peça de roupa e eu te dou dez mil. Tire tudo… cem mil!
— Uau!
— Essa eu gostei!
…
Num instante, o camarote encheu-se de gritos e assobios.
Inês cerrou os dentes, o rosto todo ruborizado.
— Virgílio, não ultrapasse os limites!
— Ultrapassar? — Virgílio empurrou-a com força para o sofá e segurou seu queixo. — Eu posso ser muito pior!
Abaixando a cabeça, ele tentou beijar Inês.
Inês lutou com todas as forças.
O hálito alcoólico invadiu seu rosto, os lábios pegajosos do homem roçaram sua pele…
Ninguém a ajudou.
Todos riam, alguns até sacaram o celular para filmar.
Desesperada, Inês empurrou Virgílio com toda força e seus dedos encontraram uma garrafa de bebida largada no sofá.
Ela agarrou-a firmemente e desferiu um golpe.
Pá!
A garrafa acertou a cabeça de Virgílio, estilhaçando-se.
— Virgílio!
— Sr. Leal!
…
A multidão correu para ajudá-lo, segurando-o.
— Saiam da frente! — Virgílio afastou os amigos e passou a mão pelo sangue na testa. — Inês, você está pedindo para morrer?
— Espero que tenha um bom motivo para não atender minhas ligações!
A voz masculina soou entre dentes, carregada de raiva.
— O senhor é o marido da Inês?
Do outro lado, não era a voz de Inês, mas de um homem desconhecido.
Homem?
Ela estava com outro homem?
— Quem é você? — A voz de Kléber saiu afiada. — Por que está com o celular da Inês?
— Aqui é a delegacia do Bairro da Fortaleza, eu sou o policial de plantão. Sua esposa teve um problema, venha imediatamente.
Delegacia?
Ela teve um problema!
O coração de Kléber apertou. Ele se endireitou bruscamente, ainda segurando o celular.
Ao levantar rápido demais, bateu o joelho com força na mesa.
Pratos e copos tilintaram desordenadamente.
Ignorando a dor, Kléber disparou em direção à saída do restaurante.
— Senhor, seu casaco!
O garçom correu atrás dele segurando o paletó, mas Kléber já havia entrado no elevador.
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