Meu Único Amor Sempre Foi Você romance Capítulo 159

— Eu sei, você agora está casado. — Lúcia levantou o rosto, olhando para ele com um ar de súplica. — Então... nem como amigos podemos ser?

Fitando aquele rosto tão parecido com o de Inês, Kléber acabou cedendo.

— Claro que não, Lúcia. Se você quiser, daqui pra frente... sempre vou cuidar de você como um irmão.

— Obrigada, Kléber! — Lúcia deu um passo à frente e o abraçou pelos ombros. — Eu sabia... você nunca me abandonaria!

Na pista próxima, Inês acabava de chegar dirigindo seu carro.

De longe, avistou o casal "abraçado" e pisou no freio imediatamente.

Kléber, de costas para a rua, não percebeu a presença de Inês.

Com sacolas nas mãos, franziu a testa.

— Lúcia, não faça isso.

Mas Lúcia já havia notado o carro de Inês, e de propósito levantou o rosto, roçando os lábios na gola da camisa de Kléber antes de soltá-lo casualmente.

Nesse momento, outro carro se aproximou e, ao perceber o veículo de Inês parado no meio da rua, o motorista buzinou.

Só então Inês avançou com o carro, parando ao lado dos dois.

Ao reconhecer o veículo, Kléber sorriu e se virou.

— Minha esposa chegou?

Lúcia o acompanhou, indo até Inês e ajudando-a a abrir a porta do carro.

— Inês, me desculpe por ontem à noite. Passei mal de repente e subi pra descansar, acabei não me despedindo de vocês.

— Ah. — Inês sorriu e balançou a cabeça. — Não se preocupe, o importante é que você esteja bem.

— Então... — Lúcia levantou a mão direita, entregando-lhe uma caixa com torta de chocolate. — Fiz essa torta agora há pouco, está quentinha. É para você e o Kléber, como um pedido de desculpas.

— Obrigada! — Inês aceitou a torta das mãos de Lúcia. — Que tal subirmos para conversar?

Lúcia olhou para Kléber, assumindo um ar de menina comportada.

— Não vou atrapalhar vocês?

— De jeito nenhum. — Inês pegou o chaveiro na bolsa. — Vamos!

Kléber, sem alternativa, acompanhou as duas até o elevador.

Os três subiram juntos; Inês abriu a porta e convidou Lúcia a entrar na sala, servindo-lhe chá quente em seguida.

— Ora, por você ter sido selecionada para a eliminatória nacional do Paganini! — Lúcia abriu um sorriso. — Meu professor, David, é um dos jurados deste concurso. Ele acabou de me elogiar você; disse que, entre todos os classificados, você foi a que mais o impressionou.

Kléber passou o braço ao redor dos ombros de Inês, carinhosamente.

— Minha esposa é mesmo incrível!

— Só fui selecionada... — Inês sorriu. — Ainda não é a competição de verdade.

Na verdade, ela pretendia contar a novidade para Kléber naquela noite, mas Lúcia foi mais rápida.

— Poxa, você tirou 99 de 100 pontos! Isso é um feito e tanto, nem outros candidatos de outras regiões chegaram tão perto. — Lúcia pegou o celular. — Vou ligar para meu irmão também, assim nós quatro comemoramos juntos.

Kléber, que pensava em celebrar a conquista a sós com Inês, apressou-se em protestar.

— Não precisa exagerar, Eliseu está cheio de compromissos, não vai ter tempo.

— Exagerar? — Lúcia o empurrou levemente. — Olha só você, já é marido e nem faz uma comemoração pra esposa numa ocasião dessas?

Inês apenas sorriu de leve ao lado.

Se fosse com Lúcia, ele certamente faria uma grande festa, não?