O carro saiu da cidade e o céu foi escurecendo aos poucos.
Kléber saiu da rodovia e entrou no acesso que levava ao aeroporto.
Inês virou o rosto, observando os aviões que estavam na pista.
— O que viemos fazer no aeroporto?
— Já não falei? — Kléber estacionou o carro em uma vaga ao lado da pista — Segredo!
— Mas... eu não trouxe nada.
— Não tem problema. — Kléber virou-se e ajeitou o casaco dela — Só preciso que você esteja aqui.
Os dois desceram do carro juntos. Bruno, que estava não muito longe, correu até eles, entregando um molho de chaves a Kléber.
— Sr. Quadros, está tudo pronto.
Kléber assentiu com a cabeça e segurou a mão de Inês.
— Vamos!
Inês seguiu ao lado dele por um corredor; de repente, a visão se abriu: uma grande pista de pouso, com alguns helicópteros estacionados.
Ainda confusa, ela viu Kléber dar dois passos à frente e abrir a porta de um helicóptero preto.
— Sra. Quadros, por favor!
— Você... — Inês ficou surpresa — Você sabe pilotar helicóptero?
— Pode ficar tranquila, Sra. Quadros. — Kléber estendeu a mão, apoiando o braço dela e ajudando-a a subir — Eu tenho licença profissional.
Depois de fechar a porta, levou Inês até o assento do copiloto, colocou cuidadosamente o fone antirruído nela e prendeu o cinto de segurança com atenção.
Ao garantir que tudo estava seguro, Kléber foi para o assento do piloto, preparou tudo com habilidade e ligou o helicóptero.
— Aeronave 0921 chamando torre, solicito autorização para decolagem.
— 0921, autorizado a decolar.
Após receber a resposta da torre, Kléber subiu o coletivo e o helicóptero se elevou suavemente, entrando no céu noturno.
Preocupada em não atrapalhar a operação, Inês permaneceu em silêncio.
Kléber percebeu o que ela sentia.
— Sra. Quadros, gostaria de dizer algo?
Inês virou o rosto, observando os dedos dele nos controles do helicóptero.
Inês obedeceu, tirou o casaco e estendeu os braços, deixando Kléber ajudá-la a vestir o casaco de plumas.
Depois de fechar o zíper com cuidado, ajeitar o capuz e, por fim, enrolar um cachecol, cobrindo o rosto dela quase inteiro, Kléber deixou apenas os olhos de Inês à mostra.
Só então abriu a porta do helicóptero e a ajudou a descer.
Funcionários do hotel já os aguardavam e vieram recebê-los com cordialidade.
— Sr. Quadros, Sra. Quadros, sejam bem-vindos ao nosso hotel com águas termais.
Inês cumprimentou com a cabeça e sentiu algo tocando seu rosto.
Ela ergueu o rosto e viu que, sem perceber, começara a nevar.
Estendeu a mão e recebeu um floco de neve. Correu, animada como uma criança, até Kléber.
— Amor, olha... está nevando, está nevando!
Kléber sorriu e entregou sua bagagem ao funcionário do hotel que veio recebê-los.
— Gostou?
— Sim! — Inês, com o rosto voltado para cima, os olhos semicerrados, observava os flocos de neve dançando no ar — Desde pequena, o que mais gosto é de neve!
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