Meu Único Amor Sempre Foi Você romance Capítulo 2

O olhar de Inês pousou nos lábios do homem e ela hesitou por um instante.

Pelo irmão, pelo pai, pela Família Barbosa...

Ela abaixou a cabeça e encostou os lábios nos dele.

Ela não tinha experiência alguma.

Namorando com Afonso há três anos, no máximo tinham dado as mãos ou trocado abraços.

Sempre que ele queria ser mais íntimo, ela ficava inexplicavelmente nervosa e o rejeitava.

Aquela era a primeira vez que ela tomava a iniciativa de beijar um homem.

De tão nervosa, seus lábios tremiam.

Mais parecia um toque rápido do que um beijo de fato.

Kléber recostou-se na cadeira, frio como uma escultura.

Os dedos segurando a taça de cristal não se moveram nem um milímetro.

— Todos esses anos, Afonso nem sequer te ensinou a beijar?

O tom do homem era puro sarcasmo.

Ao perceber que ele só estava se divertindo às suas custas, Inês mordeu o lábio, levantou-se de repente e correu em direção à porta do quarto de hóspedes como se fugisse.

Assim que sua mão direita tocou a maçaneta, uma mão surgiu por trás, prendendo seu pulso.

No instante seguinte, ela já estava prensada contra a porta.

O beijo do homem veio em seguida, seus lábios frios, o gosto intenso do álcool queimando entre dentes e língua.

Aquele beijo, dominador e punitivo, era ousado e selvagem, quase lhe tirando o fôlego.

Seu corpo foi comprimido contra a porta, os dois colados um no outro.

Por baixo do suéter leve de outono, o calor dele queimava sua pele.

O casaco escorregou do seu braço, a bolsa caiu no chão.

As pernas de Inês ficaram bambas, quase não conseguia se sustentar.

Uma mão grande apertou seu pescoço delicado, enquanto Kléber apoiou a testa na dela.

Ofegante, a voz dele saiu rouca:

— Isso sim é um beijo.

Inês só teve tempo de tomar fôlego antes de ter os lábios capturados novamente pelo dele.

A mão dele deslizou por sua cintura, entrando por baixo do suéter de lã, a palma ardendo sobre sua pele e fazendo-a estremecer.

Instintivamente, Inês levou a mão, por cima da roupa, para segurar a mão dele.

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