— Então era isso, obrigada. — Inês agradeceu e subiu até o quarto 602.
De fato, viu que na placa metálica estava escrito "Diretoria".
Ela levantou a mão direita e bateu suavemente na porta.
— Pode entrar.
De dentro, veio mesmo a voz de Felipe.
Inês empurrou a porta e entrou. Viu que ele estava sentado em frente à mesa do escritório, fazendo uma videochamada no computador.
Ao vê-la, Felipe levantou a mão direita, pedindo silêncio.
— Mãe... eu tenho trabalho aqui, preciso desligar.
Do alto-falante do computador, saiu a voz de uma mulher de meia-idade.
— Não quero saber, desta vez já marquei com todo mundo. Se você não vier, eu corto relações com você.
— Tá bom, tá bom! — Felipe levantou a mão — Eu prometo, vou sim, tudo bem?
— Assim está melhor.
Felipe encerrou a chamada, suspirou aliviado e recostou-se na cadeira.
— Não aguento mais minha mãe, todo dia tentando me arranjar uma namorada. — Ele fez sinal para Inês se sentar e levantou-se para servir-lhe uma xícara de chá quente. — Tenho inveja de vocês, que já são casados. Não precisam passar por isso todo dia.
Inês esboçou um sorriso discreto.
— Casados também têm suas preocupações.
— Isso é verdade. — Felipe sentou-se no pequeno sofá. — Para falar a verdade, se não tivesse visto seu marido naquele dia, nunca acreditaria que você se casou tão jovem.
Inês não quis prolongar o assunto. Sorriu e mudou de tema.
— Meu pai me disse que hoje à noite vai ter comemoração de Ano Novo aqui. Eu queria ficar mais um pouco com ele, posso sair mais tarde?
— Pela regra, não pode... mas, é feriado, né? — Felipe piscou — Vou abrir uma exceção para você.
— Muito obrigada.
Felipe sorriu.
— Você realmente gosta de agradecer.
Inês abaixou a mão e desligou o telefone.
Ao se virar, viu Felipe parado no corredor, a pouca distância.
— Não estava tentando escutar sua conversa, viu? — Felipe explicou sorrindo. — O restaurante acabou de ligar, o jantar já está pronto.
— Não foi nada. — Inês sorriu de si mesma. — Problemas de quem é casado.
— É como dizem: quem está fora quer entrar, quem está dentro quer sair. — Felipe deu de ombros. — Vamos, é feriado, melhor não falar disso. Vamos comer pastel e ver os fogos.
Inês levou Raimundo até o restaurante do andar de cima. Juntou-se aos outros pacientes e à equipe médica para comer pastel e assistir aos fogos de artifício.
Depois, levou Raimundo de volta ao quarto e cobriu o pai com cuidado.
A porta do quarto já estava sendo aberta. Inês pensou que fosse Felipe.
Ao se virar, viu Kléber parado na entrada.
Ofegante, Kléber falou com voz grave:
— Hoje à noite, eu preciso conversar com você!

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