Seguindo Sérgio Quadros, Eliana Quadros entrou em seu escritório e fechou a porta atrás de si.
— Irmão, o papai está... com algum problema de saúde?
De repente, sem mais nem menos, ele começara a distribuir as ações da empresa e a falar em se aposentar. Isso não parecia em nada com o estilo de Antônio Quadros, e Eliana não pôde deixar de se preocupar.
— Que problema ele poderia ter? — Sérgio franziu a testa e sentou-se na cadeira de seu escritório. — Não passa de uma desculpa para promover aquele Kléber Quadros. Eu realmente não entendo como ele pode entregar uma empresa tão grande nas mãos do Kléber.
Em contraste com a agitação de Sérgio, Eliana parecia muito calma.
— O Kléber construiu seu império do nada e chegou onde está hoje. A sua capacidade já é superior à nossa. É normal que o papai entregue a empresa a ele, não acha?
— Normal? — Sérgio bufou. — Daqueles 40% das ações, metade deveria ser sua. Não acredito que você não se importe nem um pouco.
Eliana deu um sorriso autodepreciativo.
— Eu não sou como você. Para mim, de que adianta tanto dinheiro?
Desde criança, sua mãe treinara o irmão como o sucessor da Família Quadros.
Ela, aos olhos da mãe, não passava de um mero instrumento para um casamento arranjado que beneficiaria a Família Quadros.
Desde a infância, nunca tivera um pingo de liberdade.
A escola que frequentaria, o curso que faria...
Tudo era decidido por sua mãe.
Mesmo quando foi estudar no exterior e conquistou seu próprio espaço com seu talento, a mãe conseguiu forçá-la a voltar para o Brasil com ameaças de suicídio.
Mesmo que o pai lhe desse as ações, no final, tudo acabaria nas mãos da mãe. Eliana já havia percebido isso há muito tempo.
— Eu sei que você guarda ressentimento da mamãe, e também sei que ela não deveria te controlar. — Sérgio se levantou e pousou as mãos nos ombros da irmã. — Eliana, eu te prometo que, se você ficar do meu lado desta vez, eu vou te ajudar a fazer o que você quiser.


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