— Que bom. — Ignácio sorriu e assentiu com a cabeça. — Miriam, então vou deixar a Inês com você. Vocês são colegas de conservatório, cuide bem dela daqui pra frente.
— Pode deixar, maestro. — Miriam respondeu prontamente. — Eu vou... cuidar muito bem da minha irmãzinha!
Assim que Ignácio e os outros saíram, Miriam também perdeu o sorriso do rosto.
— Inês, eu também votei em você, nem um obrigado?
— Depois de alguns anos, você está ainda melhor nessa sua falsa inocência.
Percebendo a ironia de Inês, Miriam deu um sorriso frio.
— Chega, não vem bancar a senhorita da Família Barbosa pra cima de mim, como se eu não soubesse da sua situação atual.
Cruzando os braços, Miriam continuou a provocar.
— Seu pai está na cama, entre a vida e a morte, isso ainda vai. Mas seu irmão, o arquiteto Barbosa, será que está aguentando a vida na cadeia?
Inês manteve-se impassível:
— Não preciso que você se preocupe com os assuntos da minha família.
— É mesmo? E... o Afonso?
Vendo que ainda não tinha provocado Inês o suficiente, Miriam deu um passo à frente.
— Aposto que você não sabe, mas nesses últimos anos, nós estivemos juntos. Inclusive... na noite do seu noivado.
Dessa vez, Inês se surpreendeu.
Não ficou com raiva, mas sim surpresa.
Já suspeitava que Afonso pudesse ter outra mulher, só não imaginava que seria Miriam.
Achando que Inês estava com ciúmes, Miriam ergueu o queixo, orgulhosa.
— Afonso só corria atrás de você porque você era a senhorita da Família Barbosa. Agora, aposto que ele nem olha mais pra você.
— E você? — Inês respondeu de lado. — Acha mesmo que vai realizar o sonho de casar com alguém rico?
— Hmph! — Miriam bufou. — Só porque você não conseguiu conquistar o coração do Afonso, não quer dizer que eu não possa.
— É mesmo? — Inês sorriu. — Se ele te ama tanto assim, aposto que ele já te contou que está de olho na filha do prefeito, se preparando pra ser genro do Sr. Campos, não é?
Dessa vez, foi Miriam quem mudou de expressão.
— O que você disse?
Inês deu um sorriso frio.
Já suspeitava que Afonso não pudesse ser sincero com Miriam.
Guardando o celular na bolsa, Miriam saiu furiosa da orquestra, pegou o carro e foi direto para o apartamento que Afonso alugara para ela.
Afonso estava sentado no sofá, bebendo e assistindo às notícias.
Ao vê-la entrar, largou o celular.
Puxou Miriam para sentá-la em seu colo, e, com um gesto rápido, colocou uma caixinha de presente no decote do suéter dela.
— Aqui... é pra você!
Virando-a no sofá, ele deslizou a mão por dentro de sua roupa.
Desta vez, Miriam não retribuiu como de costume.
Em vez disso, empurrou-o com força e mostrou a tela do celular com a notícia bem diante do rosto de Afonso.
— O que significa isso?
Afonso deu uma olhada e não demonstrou nenhuma preocupação.
— O que tem?
— Você e a filha do prefeito! — Miriam agarrou o ombro dele, furiosa. — Antes, você estava com a Inês por causa de Monte Sereno, eu entendi. Agora que já conseguiu Monte Sereno, por que ainda se enrola com outra? Afonso, pra você, o que eu sou?
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