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Meu Único Amor Sempre Foi Você romance Capítulo 79

— Eu só me machuquei porque tropecei sem querer.

— Então, você realmente... — O sorriso de Inês ficou ainda mais radiante — Bem feito!

Sem dar chance para Miriam responder, Inês pegou a bolsa e o violino, ergueu o queixo e saiu com orgulho.

Do lado de fora, as funcionárias da limpeza, que fofocavam sobre ela, pararam apressadas a conversa, fingindo que estavam limpando o chão.

Inês nem sequer olhou para elas, passou a passos largos entre as duas.

Ao sair da orquestra, Inês assumiu o volante do carro de Kléber e foi até o hospital onde o pai estava internado.

Na banca de frutas em frente ao hospital, comprou algumas das frutas favoritas do pai e levou-as para o quarto.

Pediu à cuidadora que fosse almoçar e descansar, preparou as frutas em forma de purê e cuidadosamente alimentou o pai por meio da sonda nasogástrica, usando um canudinho.

Ajudou o pai a limpar bem as mãos e o rosto, sentou-se ao lado dele, virou-se de lado e segurou o braço dele com as duas mãos, massageando-lhe os músculos.

Como de costume, começou a conversar com o pai.

— Pai, hoje comecei oficialmente a trabalhar na Orquestra Filarmônica...

O maestro, Sr. Ignácio, gosta muito de mim. O senhor se lembra dele, né? Já assistimos juntos a um concerto dele, lembra?

Se tudo correr bem, talvez eu até me torne violinista efetiva da orquestra no futuro.

...

No início, a voz de Inês estava leve e animada.

Conforme falava, sem perceber, o tom foi ficando mais entristecido.

Mesmo tentando fingir indiferença, diante do pai, ela não conseguia controlar e deixava transparecer seus sentimentos mais sinceros.

Segurando as mãos do pai, Inês olhou de lado para o rosto adormecido dele.

— Por favor, não fica assim dormindo o tempo todo, tá bom?

Pai, abre os olhos pra mim, vai.

Eu queria tanto ouvir a sua voz, conversar com você.

Nem que fosse só uma frase, uma palavra...

Já bastava.

...

Ela conseguia suportar dificuldades, aguentava o julgamento e o olhar dos outros, mas não suportava aquele sentimento de solidão indescritível dentro de si.

Dessa vez, ela viu claramente.

Não era ilusão, não era sonho...

Inês virou-se e saiu correndo do quarto.

— Doutor, doutor!

De tão emocionada, até esqueceu que havia um botão de chamada ao lado da cama.

A cuidadora correu, a enfermeira correu, o médico de plantão também apareceu...

Dessa vez, por mais que Inês chamasse, Raimundo permaneceu imóvel.

— Srta. Barbosa, eu entendo como a senhorita se sente... — O médico responsável sorriu, tentando tranquilizá-la — Mas não se preocupe tanto. O Sr. Barbosa está apresentando uma boa recuperação. Há sim possibilidade de despertar.

— É verdade, não estou mentindo. A mão dele realmente se mexeu.

Inês segurava uma das mãos do pai, apoiava o rosto dele com a outra e se inclinou para falar no ouvido.

Como quando era pequena e o pai a ninava para dormir, falou com voz suave:

— Pai... sou eu, Inês, sua Inês querida. Está ouvindo? Mexe a mão de novo, só mais uma vez, pode ser?

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