Mimada amada esposa pelo Lourenço romance Capítulo 378

A voz de Eugênia vai se apagando aos poucos.

De repente, após dois minutos paralisada, o seu corpo todo começa a tremer violentamente.

É uma convulsão, a convulsão da morte. Cada célula do seu corpo convulsiona de forma drástica.

"Sra. Eugênia!" Camila tenta sair correndo feito louca.

Então ela cai ao chão, por conta dos pés e mãos atados.

"Sra. Eugênia! Não faça isso, não faça!"

Ela está mesmo em pânico.

O rosto da Eugênia está totalmente escuro, e o corpo, que até então se contorcia violentamente, agora está parado.

Camila sabe o que isso significa.

Esse silêncio quer dizer que já não há ninguém ali.

"Sra. Eugênia...Socorro! Alguém me ajude! Alguém me ajude."

Em uma ilha deserta, ela sabe que, por mais que grite, ninguém vai aparecer para resgatá-las.

E ela não tem alternativa.

"Socorro, alguém morreu, socorro..."

Ninguém responde em uma noite vazia como esta.

O rosto de Eugênia ganha um aspecto cinzento. Todo o seu corpo escurece.

O seu olhar parou rígido na direção de Camila.

"Ajude-me... cuide do... meu filho."

Lentamente, sua voz se esvai por completo dos ouvidos da jovem.

Camila apenas sente que o mundo a abandona pouco a pouco.

Tudo ao seu redor está longe dos olhos e dos ouvidos.

Seu campo de visão, turvo, tem somente os olhos da Eugênia.

Aqueles olhos sem o menor traço de vida e de brilho, reduzidos a um cinza mortal.

Parece até que a estão encarando e perguntando: "Por que me pressionaram, por quê?

Por que cavar um lago? Por que me forçar? Por que me fazer morrer?

Ela está morta.

Camila está deitada no chão, muito perto da Eugênia.

É como se bastasse estender a mão para tocá-la.

Mas ela nada pode tocar, afinal, suas mãos estão amarradas nas costas sem que ela consiga se libertar.

Após certo tempo, surgem de repente algumas silhuetas à frente dela.

No seu ouvido, chega um grito dilacerante e a plenos pulmões de um homem: "Mãe!"

Mas ela não consegue enxergar direito.

Ainda resta a imagem dos olhos arregalados e sem brilho da Eugênia.

Esse par de olhos mortos.

De repente, alguém a segura pelos ombros e a ajuda a se levantar.

Assim que seja tocada, ela parece acordar de um sonho.

Mas, mesmo acordada, ela continua em um pesadelo.

"Não encoste em mim. Não! Aaah! Me solte."

Ela sente um aperto no peito. Antes que consiga distinguir a pessoa à sua frente, seus olhos escurecem de repente, e ela desaba em seus braços.

"Camila!" Lourenço desamarra as cordas em suas mãos e pés e a envolve em seus braços.

A garota desmaiou. Seu rosto está pálido. Ela tremia por inteiro.

A Eugênia não estava muito longe de sua vista. Quando chegaram, a moça estava encarando esses olhos rígida.

Mas a mãe de Manoel já não respira.

"Mamãe! Mãe!"

Manoel se joga ao chão de joelhos e abraça a genitora.

Alucinado, seus dedos tremem sem parar.

"Vá chamar uma ambulância, rápido!"

Rui se agacha ao lado dele e procura a pulsação no pescoço da Eugênia.

Ele enrijece os dedos e balança a cabeça na direção de Lourenço.

Já está morta. Não há por que chamar uma ambulância.

Além do mais, eles estão em uma ilha agora. Ainda que chamem uma ambulância, ela não vai chegar.

"Sr. Manoel..."

"Falei para chamarem uma ambulância. Não ouviram?"

O grito de Manoel mais parece um rugido, e seu corpo todo acompanha a reação violenta.

"Chame uma ambulância! Rápido!" Chame uma ambulância agora!"

"Manoel, volte para si. A Sra. Eugênia já...Ela..."

"Calado! Não fale mais nada!"

Já que ninguém quer chamar uma ambulância, já que ninguém quer ajudá-lo, ele mesmo vai chamar uma.

Agitado e confuso, ele procura o celular.

É claro que está no bolso da calça, mas ele não sabe o que acontece que não consegue tirá-lo de lá.

Suas mãos tremem tanto que ele não tem condições de enfiá-las no bolso.

Ele não consegue pegar o celular, não consegue ligar, não consegue chamar uma ambulância.

De repente, o seu olhar de súplica se vira para Lourenço.

"Lourenço, me ajude! Chame uma ambulância e salve a minha mãe. Irmão! Ajude a minha mãe."

Lourenço olha para ele. Seus lábios finos se mexem com leve, mas ele não diz nada.

Ele nunca havia visto o meio-irmão assim, tão perturbado.

"Lourenço! Ajude-me! Ajude a minha mãe."

Manoel está praticamente implorando. Fora Lourenço, ninguém mais pode salvar sua mãe.

Lourenço abraça Camila com firmeza, e por fim diz com voz suave: "Ela não está mais aqui."

Por alguns instantes, Manoel fica atordoado e, então, furioso.

"Isso é um absurdo! Você está mentindo! Minha mãe ainda está aqui. Está, sim!"

"Sr. Manoel, acalme-se. A Sra. Eugênia já...Ela já se foi. Fique calmo."

As palavras de Rui fazem tudo menos acalmá-lo, e Ariel corre para segurá-lo.

"Sr. Manoel, vá voltando. Nós vamos levar a sua mãe."

……Ariel o detém durante todo o trajeto de volta.

No início, ele até quer resistir.

Mais tarde, ele vai perdendo força e termina por se acalmar.

Talvez nem seja calma, mas desamparo.

Ele sabe que a mãe está morta mesmo.

De tão desconsolado, é incapaz de dizer uma palavra.

Camila é levada para a enfermaria, e Daniel a examina. Não há outros ferimentos além do hematoma na nuca.

Mas o choque parece ter sido muito grande, e ela ainda não parece voltar a si.

No saguão da Família Mu, Afonso tem o olhar de ferro e não dá uma palavra.

Rui traz uma carta de suicídio, que deve ter sido escrita pouco antes de a Eugênia tomar o veneno.

Na carta, ela reconhece a culpa.

Foi ela quem antes tinha montado um aparelho no fundo do lago e, então, camuflou a cadeira de rodas da Dona Luísa com plantas aquáticas.

Para se livrar das suspeitas, ela esperou Camila se aproximar e controlou o aparelho remotamente.

O mecanismo ainda está lá no fundo do lago.

Mas depois que ficou sabendo que Lourenço cavaria o lago, ela percebeu que o seu crime seria descoberto e ela não teria escapatória.

O motivo do matar Dona Luísa também está escrito com todas as letras no bilhete.

Ela tinha um caso com outro homem, e Dona Luísa descobriu.

O rosto de Chami está mais soturno que o céu da meia-noite.

Ele quer rasgar a nota de suicídio de uma vez.

Mas, antes que ele a faça em picadinhos, Lourenço pega a nota e entrega para Rui guardá-la.

"Essa mulher não tem vergonha!" O rosto do Chami fica roxo de raiva.

Ele não fica tão triste assim em saber que Eugênia está morta.

E agora, ao se informar da traição, ele está furioso.

Lourenço crava para o rosto ígneo de raiva e pergunta, displicente: "Por que ela é uma sem-vergonha? Ela só esteve com um homem, não foi?"

"Lourenço..."

Chami não esperava que seu filho falasse assim e, por um tempo, mantém o olhar distraído, sem reagir.

Lourenço aperta de leve os lábios finos, olha para seu pai e então diz, cantarolando indiferente:

"Por falar em fidelidade, quantas vezes você já a traiu antes disso? Ela só tem um outro homem. Quantas outras mulheres você tem? "

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