Minha Amada Ômega romance Capítulo 125

EVANGELINE.

O nada me envolveu como um manto. Não havia sentimentos, nem frio, calor ou vento demais. Tudo estava... congelado.

Não havia luz e mesmo com a nossa visão mais apurada, não conseguia enxergar.

O lugar estava realmente vazio.

Apertei ainda mais a mão e Zedkiel enquanto caminhávamos pelo vazio, lado a lado. O único som que ouvia era dos passos do Eterno Deus à nossa frente, junto com o pulsar de nossos corações.

Apesar da minha aura emanando de mim, aquele lugar a engolia. Era como se gritar ali não surtisse nenhum efeito.

"Um pouco extremo colocá-la em um lugar como este, só por ter se apaixonado." Zedkiel comentou.

"Ela quebrou uma lei divina." Ele respondeu com frieza.

Zedkiel ia retrucar, mas apertei sua mão suavemente e ele franziu o cenho.

'A arrogância dele me irrita.'

'Ele é um Deus. Talvez o poder tenha subido à cabeça dele.' Provoquei. Zedkiel sorriu, mas não falou mais nada, então ele me deu um beijo.

'Bom, se você se deixar levar por essas coisas de deusa, saiba que eu conheço uma boa maneira de puni-la, levá-la às alturas além do céu e depois jogá-la na terra.' Ele murmurou através da ligação psíquica antes de beijar meu pescoço.

Então, minhas bochechas esquentaram, meu estômago vibrou com essas palavras e repousei minha cabeça em seu ombro.

'Estou tentada a me comporta mal só para experimentar essa punição.' Respondi com um sorriso malicioso. Assim, ele me puxou para perto e me beijou com vontade. Rapidamente, lhe devolvi o beijo, sentindo os olhos do Eterno Deus sobre nós.

'Ele está com ciúmes.' Zedkiel comentou através do link mental.

Sorri e continuamos a caminhar, mas quando Zedkiel apertou meu traseiro eu corei mais uma vez.

Depois de um tempo, o Eterno Deus diminuiu o passo e sussurrou algumas palavras em uma língua que nem eu entendia. Desde que cheguei, aprendi algumas línguas diferentes, as quais soaram com facilidade para mim.

Então, um brilho de brasas apareceu na escuridão antes que dois imponentes pilares de pedras se materializassem, com uma distância de vinte metros um do outro e elevando-se bem alto, o topo foi engolido pela escuridão.

Recuei e observei as gravuras que cobriam os pilares começarem a brilhar.

Correntes pesadas apareceram, quando escutei o som delas, virei-me bruscamente e vi que no meio dos pilares havia uma mulher, suspensa bem no alto.

A cabeça dela estava pendida para frente, seus braços esticados dolorosamente para os lados e envolvidos pelas correntes. Seus longos cabelos prateados cobriam seu rosto, além disso ela vestia um vestido branco que ia até os pés.

Senti um aperto no coração por causa do estado em que ela se encontrava, estava chocada com o fato de ela ter ficado assim por milhares de anos...

"Quanta crueldade." Não contive o comentário, meu coração batia forte.

"A punição não deve ser fácil. Apaixonar-se por alguém por quem nunca deveria ter se apaixonado é a causa disso... lembre-se." O Eterno Deus disse com um tom gélido. "O preço do amor... realmente não vale a pena."

Meu interior estava agitado e eu tentava me acalmar.

"A aceitação dela por seu crime, se é que pode-se chamar assim, mostra que ela o amava profundamente."

A raiva dele preencheu o espaço, então ele se voltou para mim. "Cega e fraca. Nós somos deuses. Não precisamos de amor."

"Necessidade, desejo e querer são coisas diferentes!" Eu contra-ataquei.

Zedkiel apertou minha mão.

"A opinião de cada um pode ser diferente, mas esta sentença é realmente cruel." Zedkiel falou.

O Eterno Deus se virou para Selene e meu coração de condoeu, ao pensar que aquela era minha mãe...

E ela estava ali, sendo tratada daquela maneira, e Raziel... preso na Terra... incapaz de fazer qualquer coisa...

"Esse é o objetivo." O Eterno Deus respondeu arrogantemente a Zedkiel.

Mantive-me calada, apesar da raiva que sentia.

"Você nos prometeu uma segunda chance por um preço... isso significa a liberdade dela também." Eu declarei.

Fez silêncio por um momento.

"Eu sei... mas a liberdade dela será limitada... afinal, ela não é mais uma deusa, apenas uma mera imortal. Uma pessoa repleta de vergonha..." Ele falou rodeando-a.

"Conceda-a a liberdade, ela ficará no Palácio do Luar como minha mãe, não como deusa. Além disso, todas as acusações contra ela devem ser retiradas." Eu afirmei.

Ele parou ao lado dela, virando-se para nós com um sorrio frio.

"Libertá-la não resultará em nada." Ele pondera.

"Para você, talvez, mas um ato de compaixão e bondade não será esquecido... Peço-lhe, como filha dela, por favor, perdoe seus pecados e redima-a por seus crimes..."

Até podia ser uma deusa, mas também fui criada na Terra e faria o que fosse preciso. Então, ajoelhei-me e abaixei a cabeça para o homem diante de mim.

"Evangeline!" Zedkiel rosnou.

Não me levantei, ao invés disso, coloquei minhas mãos no chão.

"Por favor, perdoe seus pecado e tenha piedade desta criança que nunca teve a chance de conhecer a própria mãe." Eu disse, fechando os olhos e inclinando-me até tocar a testa no chão.

No momento em que fiz isso, uma onda ofuscante de poder emanou do chão. O lugar inteiro tremeu violentamente e eu me endireitei, olhando para o Eterno Deus.

"Eu não fiz nada." Exclamei, meu coração estava acelerado enquanto ele me encarava com uma expressão impenetrável.

"Não, não foi você..." Ele disse solenemente, uma luz branca ofuscante preencheu a sala, assim como o som das correntes batendo nos pilares.

'Eu me pregunto que presente ele quer para concordar com algo que não aceitava...' Zedkiel murmurou, e assim uma sensação de desconforto tomou conta de mim.

"Você tem fé no amor e eu na lei... Veremos quem terá sucesso no final... Lhe darei uma chance, Deusa Evangeline... use-a bem..." A voz do Eterno fez o chão sob meus pés tremer, antes que ele desaparecesse, mas sua voz continuou a soar ao nosso redor, ecoando à distância. "Lembre-se, voltarei para reivindicar o preço quando a hora chegar... Uma chance... é tudo que você tem..."

Sua voz desapareceu e então ele se foi.

Olhei a nossa volta. Ainda estava tudo escuro, mas não tão vazio como a momentos antes. As correntes que prendiam Selene se rompeu dos pilares e ela caiu. Zedkiel se posicionou para pegá-la antes que seu corpo atingisse o chão. Sua cabeça pendeu para trás e eu fiquei atônica quando olheipara ela, meu coração estava milhão.

O rosto dela parecia tão familiar... quase como se eu já a tivesse visto antes...

Uma onda de nostalgia tomou conta de mim, mas não consegui apaziguá-la.

Zedkiel a pousou no chão e ela começou a se mexer. Vagarosamente ela abriu os olhos que logo encontraram os meus.

Comentários

Os comentários dos leitores sobre o romance: Minha Amada Ômega