Minha Amada Ômega romance Capítulo 134

EVANGELINE.

Um dia...

Sim, algum dia estaremos finalmente juntos sem o que se preocupar, simplesmente aproveitando a vida.

Me afasto dele com relutância.

"Ratinha, não vá, não é seguro lá fora." Ele diz calmamente. Consigo ver arrependimento e dor em seus olhos.

Mesmo dizendo isso, ele não está me impedindo de ir embora, porque ele sabe que eu preciso fazer isso.

"Dessa vez o bem vai vencer, mesmo que eu tenha que fazer esse sacrifício... Me desculpe, mas o mal não vai vencer." Prometo para nós dois, nossos olhos se encontram e vejo o brilho vermelho no deles por um momento. Um arrepio passa pelo meu corpo, mas ergo minha cabeça corajosamente e o olho bem nos olhos.

Sou uma deusa e é meu dever proteger meu povo.

'Você não está realmente sozinha, sabe?' Evelyn entra na conversa. 'Eu estou bem aqui, e até mesmo o Zedkiel vai agradecer quando isso tudo acabar.'

'Espero que sim... Obrigada, Evelyn, sou bem grata por todo seu apoio, depois de tudo.'

'Se problemas...' Ela quis dizer mais, mas só fica quieta enquanto eu me viro para a porta.

Os vampiros ficam tensos, como se hesitassem se eu deveria ter permissão para simplesmente sair do castelo desse jeito.

"Deixem ela..." Zed comanda e eu me viro até ele, sentindo uma energia sombria tomar conta da sala. É uma energia sutil, mas que não deixei de reparar.

Uma rápida olhada pelo corredor já me diz que sou a única que posso sentir algo de diferente.

"Zed..." Ele levanta a cabeça e seus olhos sombrios se encontram com os meus.

Percebo então, esse certamente não é o Zed que eu conheço...

Meu estômago se embrulho enquanto nossos olhos permanecem travados.

Uma semblante de um sorriso gélido cruza seus lábios, mas depois desaparece.

"Ela é sua Rainha, não podemos arriscar a vida dela agora, podemos? Prendem-na na masmorra até ser seguro!' Ele comanda, não Zed, mas Zerachiel.

Os vampiros obedecem rápido, correndo em minha direção, mas levanto a mão, liberando uma explosão de luz neles conforme abro as portas com outra onda de energia.

Preciso ter cuidado com a quantidade de energia que uso, não posso me exceder.

Será que eu deveria tentar matar Zerachiel agora? Para me livrar dele.

Não, tem muitas testemunhas aqui.

'E nós nem sabemos como matar um Lycan.' Murmuro para Evelyn.

'Mas a Luna sabe... Até porque foi ela que matou Stella.' Evelyn diz com amargura.

'Luna... Luna me ajude.'

Silêncio, como esperado.

Corro para fora do castelo enquanto os vampiros me perseguem, seus olhos queimando de fúria sob as ordens de seu rei.

Mesmo que eu tentasse ser a voz da razão, eles jamais me ouviriam, só escutam seu rei.

Acelero, correndo pelos portões, o vento soprando sob meus pés.

Meu cabelo bate pelo meu rosto, mas não me importo, meus poderes me dão a velocidade que preciso para fugir.

Relâmpagos soam pelo céu, como se os céus estivessem revoltados, rezo para que chova, assim pode apagar os incêndios pela floresta que agora estão se espalhando cada vez mais.

'Zerachiel, eu vou voltar! Você não vai vencer... Não desta vez.' Juro para mim mesma enquanto acelero meu passo.

'Luna... Precisamos da sua ajuda. Me diga como posso matá-lo?' Imploro por uma resposta.

Eu passei a amar Zedkiel e Zerachiel também, sim, o amor dela por Zerachiel é provavelmente mais forte que o meu, mas sou eu que vou matá-lo.

Redimir os pecados da Deusa... Redimir consertando seus erros. O erro que ela cometeu ao criar este mal na terra.

Lágrimas escorrem pelo meu rosto enquanto imploro a Luna de todo o coração que apareça.

'Luna.. Você matou Stella quando ela só tentou te alertar, você matou a sua irmã porque achou que ela era má, então por que agora não? Não é seu dever fazer o certo?' Evelyn a pergunta com um tom de escárnio. 'Eu também o amo, e a Stella também, não é difícil só para você, Luna, não é só você que vai carregar esse peso.'

'Ela está certa, Luna, precisamos ser fortes.' Respondo.

Olho para trás, ouvindo o vento forte enquanto os vampiros me perseguem, mas eles me subestimam.

Com outra onda de energia, todos caem no chão e eu os despisto, passando por uma grande árvore e me acalmando.

Para onde eles foram?

De repente, sinto algo frio pressionando meu pescoço.

Meu coração se aperta, como alguém chegou tão perto de mim sem eu reparar?

Como eu não senti ninguém?!

"Então pode falar, me dê um bom motivo para eu não arrancar a sua cabeça aqui e agora." Uma voz profunda surge atrás de mim, a mesma que ouvi há pouco tempo, agora rosnando ameaçadoramente atrás de mim.

Poder. Um poder intenso emana dele e eu lentamente levanto minhas mãos e me viro para encarar o Alfa que está segurando uma lâmina prateada perto do meu pescoço.

Fico cara a cara com um homem diante de mim, musculoso, de pele bronzeada e cabelos escuros curtos aos lados. Uma grande tatuagem cobrindo seu largo peito nu e várias cicatrizes rasas pelo corpo, contando histórias de batalhas do passado.

Olho para cima e vejo uma mandíbula angular rígida, barba rala que lhe dá uma aparência bagunçada porém intimidadora, junto com um par de olhos que eu não acho que um dia me esquecerei, mesmo com os cílios grossos ou as cores violetas tão diferentes neles, que lhes dão uma beleza perigosa, eles não tem vida alguma dentro deles.

Não há nada além de frieza dentro deles. Uma energia mortal ao seu redor, que faz até meu estômago revirar.

'Quem é ele?' Evelyn murmura

'Vamos descobrir.' Eu sussurro de volta, como se ele fosse me ouvir.

Olhando para trás, para o homem alto e musculoso, noto as correntes em volta do pescoço e o símbolo na corrente mais longa. Uma insígnia que me parece familiar, de um escudo com uma cobra, percebo que a tatuagem no peitoral dele também tem essa grande cobra nela, junto de uma marca de cobra no pescoço onde a marca de parceiro dele deveria estar.

Será que foram estes lobos os responsáveis pelo ataque? Isso faria sentido, pela distância deles...

"Que tal você começar a abrir essa boca? Quem é você?" Ele grita para mim, mexendo a lâmina para apontar a ponta em mim.

Ele não perde tempo, este homem não tem humanidade alguma sobrando em seus olhos. Um monstro selvagem e, se eu quiser sobreviver, preciso mostrar para ele exatamente quem eu sou.

"Evangeline Vilkas, Rainha dos lobisomens e nova Deusa da Luna. Preciso de sua ajuda, e sua alcateia será recompensada com um futuro cheio de vida, saúde e prosperidade." As palavras saem da minha boca antes mesmo de eu processar o que disse, com minha voz ecoando pelas árvores.

Os poucos lobos que falaram comigo ficaram embasbacados com quem eu sou, antes de caírem de joelhos. Mas ele nem se moveu.

Ele é um Alfa, mas... Tem algo de diferente nele.

O homem inclina a cabeça e, para minha surpresa, ele apenas bufa, dizendo algo que me deixa completamente sem reação.

"E quem di*bos disse que eu obedeço a uma deusa qualquer? Deusa ou não, não dou a mínima... Eu sou Godric Astorath, e nunca me ajoelho a ninguém."