EVANGELINE.
Atravessei o chão rochoso da Câmara indo até o lago, no qual as ondas e o vento tinham se acalmado um pouco. Minha aura brilhava ao meu redor, iluminando a escuridão. Porém, estava tão frio quanto da última vez que fomos ali, então me ajoelhei e esperei.
Eu precisava corta a minha mão e esperar... Ao examinar o chão, encontrei um pedra irregular e afiada, então a usei para cortar a palma da mão.
Houve uma leve ardência quando me corte, mas era quase imperceptível devido ao frio. Meus dedos estavam dormentes. Assim, estendi a mão e deixei o sangue escorrer na água do lago, no instante que o relógio do castelo badalou meia-noite. Os gongos ecoaram pela caverna escura.
Fechei os olhos enquanto aguardava.
A aura dele estava presente, mas ele se recusava a aparecer. Respirei fundo, pois esta era a única chance que eu teria.
"Alfa Raziel, o primeiro de nossa espécie... pai de nossa raça... por favor, permita-me ajudá-lo. Ajude-me acabar com esta maldição... Acho que enfim sei o motivo para sempre falharmos." Eu engoli em seco, pois tinha apenas suposições. Então, o tiro poderia sair pela culatra...
"E por que eu faria isso?" A voz dele ecoou na minha mente, mas desta vez não foi doloroso, então olhei para cima.
Lá estava ele, na outra margem, com os olhos cravados nos meus.
"Eu nunca percebi que sou a Deusa da Luna, não é? Tenho tentado concertar as coisas como Evangeline, mas esse não é o caminho certo... preciso concertar as coisas como Deusa... se ela está presa... então quem está cuidando de seus lobos?" Eu perguntei.
Por isso que o vínculo entre companheiros era tão raro?
O rosto dele se contorceu de raiva. "Como você pode ter tanta certeza de que a prisão dela não acabou?" Ele rosnou.
'Ainda faltam mais de mil anos...' Luna sussurrou.
"Luna me contou." Eu disse baixinho. Então, ele pendeu a cabeça para o lado e pensei tê-lo visto relaxar. "Faltam mais de mil anos... ela não abandonou você Raziel, ela está condenada a cumprir sua própria pena."
Em seguida, ele começou a andar cabisbaixo. "Talvez... quando se está aqui há tantos séculos... perde-se a noção do tempo... Talvez ela não tenha me esquecido..."
"Não acredito que ela o tenha esquecido, ninguém se esquece de seu companheiro... Ela te amou e queria estar com você. Podemos resolver essa situação juntos... Apenas diga-me o que você disse a Zedkiel, foi a mesma coisa que você me contou da última vez em que estivemos aqui? Era verdade? Zedkiel não é o Rei? Por que você não deu a ele a marca que lhe é de direito?" Eu o interroguei.
Permiti que minha aura irradiasse de mim, então senti a serenidade e calma de Luna se espalharem. Neste momento, senti o poder extravasar para a Câmara.
"Ela realmente acordou..." Ele murmurou, me observando com atenção antes de rosnar. "Eu não menti para ele! Apenas lhe contei a verdade... Ele pode ser um Rei, mas não cabe a ele carregar a marca."
Enquanto ele falava, franzi o cenho pensativa, eu podia perguntar o que de fato precisava e depois lhe pedir que ele fizesse aquilo que era correto.
"Você falou que ele era 'impuro'. O que você quis dizer?" Eu indaguei.
"Eu disse que os impuros destruirão nossa espécie e não estou errado... aqueles sugadores de sangue já estão se aproximando. Posso sentir isso através da terra... a fome que eles carregam em seu âmago, o desejo por carnificina e sangue... Alimentando-se de lobisomens. Você sabe o que isso faz com a nossa espécie?" Ele rosnou.
Mas, não era proibido beber o sangue de espécies inimigas, certo?
"Não... o que acontece?" Eu rebati com outra pergunta, com uma sensação súbita de desconforto. Meu estômago revirou, pois Zedkiel se alimentou de mim e nós dois havíamos gostado...
"Isso nos envenena, pois para eles, o sangue de um lobisomem lhe dá força. Mesmo que seja por um curto período, porém a sensação inebriante é o que os fará sucumbir ao vício e perder a cabeça!" Ele vociferou.
“Isso...” Eu hesitei.
"E aqueles que servem de alimento, terão uma morte dolorosa e lenta. Primeiro, perde-se a cabeça... depois vem as alucinações e a paranoia, e então... então começarão a matar todos que estiverem em seu caminho, até serem mortos. Quando nossa espécie esquecer as leis da natureza e mergulhar no que é proibido, esse mundo chegará ao fim!" Ele trovejou com um rosnado cruel, batendo sua enorme pata na água, fazendo-a espirrar para todos os lados por causa da força do impacto.
Um vento violento soprou ao nosso redor e Luna assumiu o comando. Meus olhos brilharam e mantive minha postura.
Então... se um vampiro bebe o sangue de um lobisomem, isso o envenena, mas também torna o vampiro um viciado.
Meu coração acelerou enquanto eu refletia, afinal, isso não havia ocorrido entre mim e Zedkiel...
"Você também..." Ele rosnou, sua voz não me afetou como da última vez, porém estava ficando mais poderosa. "Sua criança tola! Você permitiu que ele tomasse seu sangue, não foi?"
"Não estou envenenada, talvez por que não sou mais apenas uma lobisomem, agora sou uma deusa..." Era estranho pronunciar isso.
"Mas você não sabia disso e permitiu, mas eu o avisei!" Ele sibilou.
"Nós cometemos um erro… por favor, continue, conte-me tudo o que você sabe." Implorei.
Comentários
Os comentários dos leitores sobre o romance: Minha Amada Ômega
A história é envolvente, quando sairá novos capítulos?...
A história envolveu, quando terá novos capítulos...
O livro e maravilhoso, mas se o fim for essa pagina 96 é um livro sem final porque deixou muita coisa sem resposta, e ficou algo mal explicado. Algo lindo que arruinou com uma pagina....
Que história maravilhosa e deliciosa de lê. Estou amando cada capítulo.Parabéns ao autor. Gostaria de ter acesso a mais livros seus....
O que houve com a continuação dessa história?! Cadê o restante?...