Minha Amada Ômega romance Capítulo 95

EVANGELINE.

Quando atravessei os portões do castelo, eu lutava contra as lágrimas. Além de não me deixar iludir por suas mentiras, que me desestabilizaram completamente.

Uma parte de mim dizia para eu me acalmar e deixar claro que ele era meu, porém, havia uma outra parte que dizia que eu também tinha dado espaço para ele procurasse outra mulher, pois não era incomum os Alfas terem amantes.

Assim como seus irmãos e seu pai faziam...

Reprimi um soluço enquanto sentia Luna se encolher em minha mente.

Os companheiros não deveriam ser um a metade do outro?

'Ele não nos trairia.' Luna sussurrou.

Podia sentir sua dor, mas ela tentava me confortar.

'Não?' Evelyn murmurou instigando a minha desconfiança.

Nada que eu fizesse poderia apagar da minha mente a imagem deles se abraçando e mesmo quando eu estava tentando entender, ele estava determinado a protegê-la.

Então, continuei a correr, acelerando ao sentir que estavam vindo atrás de mim. Não foi difícil despistá-los, embora eu soubesse que poderia ordenar que parassem e ele teriam que obedecer, mas não queria abusar dos meus poderes.

Não demorou muito e eu estava às margens do rio, mas o som suave da água não ajudou a apaziguar a discórdia que se instalou em mim.

Aproximei-me do riacho e contemplei meu reflexo. Meu pelo branco tinha uma espécie de brilho e meus olhos azuis estavam cheios de tristeza.

Ninguém havia me explicado como o amor poderia ser tão doloroso...

Eu chorei baixinho enquanto caminhava ao longo da margem do rio até avistar um lugar próximo a um rochedo e pular, ali me encolhi em lamentação. Qualquer pessoa que passa por ali não me veria, a menos que procurasse e fosse até à beira do penhasco rochoso.

Precisamos voltar para ele.'Luna insistiu, mas eu não queria ouvi-la.

Não... ainda precisava organizar meus pensamentos.

'Eu sei... mas por enquanto, só quero ficar sozinha.' Respondi, tentando esconder as lágrimas.

Até podia me esconder de Evelyn, mas náo havia como me esconder de Luna. Ela fazia parte de mim.

Cerrei os olhos, tentando conter a dor que esmagava meu coração.

A maneira como ele me disse para ficar quieta... aquele grunhido protetor... no entanto, não foi em minha defesa, mas em defesa dela.

Eu chorei e me encolhi ainda mais, quando de repente senti o cheiro dela se aproximar.

Ela era a última pessoa que gostaria de ver...

Escutei o som de ossos e não me preocupei em olhar para cima.

Evangeline, podemos conversar?" A voz de Isabella era suave.

'Não.' Eu respondo.

"Por favor, me dê apenas uma chance de me explicar, prometo que não serei mais um problema para vocês dois." Ela implorou.

Eu queria gostar dela. Recentemente até tínhamos nos aproximado mais, assim as dúvidas a respeito dela foram sumindo, mas logo elas se provaram como verdadeiras.

Quanta tolice de minha parte.

Nunca houve nenhum relacionamento entre Zedkiel e eu. No meu aniversário de dezoito anos, um dos meus amigos adicionou uma dose forte de ervas nas bebidas para nos embebedar... e nesse estado pouco sóbrio, n[os nos beijamos, mas foi só isso, não fomos adiante e ele acabou indo embora." Ela suspirou e senti um aperto no meu peito.

Então, algo aconteceu…

Isso me machucou...

Por que ele simplesmente não me contou?

Ele preferiu agir como se nada tivesse acontecido.

Fui eu quem deu em cima dele, mas foi apenas aquela vez... De fato, houve uma época em que tive uma queda por ele, mas prometo a você, pela vida do meu filho, que não há nada entre nós."

Então, a escutei se aproximar vagarosamente, pisando com cuidado sobre as pedras, mas eu sabia que tal precaução era eu não sair correndo.

Bom, eu era a deusa. Por que fugiria dela?

Assim, continuei imóvel no meu lugar.

Em uma viagem, encontrei meu companheiro, e nós ficamos íntimos... mas quando eu acordei... nua e sozinha naquela cama, com um odor forte de sangue enchendo meu nariz. Eu entrei em pânico, pensando que algo havia acontecido com ele. Mas... os que vi foi muito pior. Já não estávamos sozinhos no quarto, ele sequer se importou em me proteger do olhar de seus homens." Ela estremeceu, assim como sua voz, então prosseguiu.

"Ele estava lá sentado, limpando a lâmina. Diante dele havia dois corpos retalhados... E sangue por toda parte. Foi um pesadelo... eu gostaria de ter notado aquele olhar cruel e mórbido em seus olhos na noite anterior... mas não notei.

O medo na voz dela era perceptível, assim como em seu coração, enquanto suas palavras ainda pesavam no ar. O bebê era de seu companheiro.

Eu levantei minha cabeça para olhá-la, ela estava nua e sentada a poucos metros de mim, com os braços ao redor dos joelhos, ao mesmo tempo que encarava a água ondulante. Seu olhar assombrado me dizia que ela estava revivendo tais momentos.

'E depois?' Eu perguntei.

Ela sacudiu a cabeça. "Eu não sabia o que fazer. Agarrei os lençóis contra mim e perguntei o que estava acontecendo. Você sabe o que meu companheiro disse?" Naquele momento ela estava perdida nos próprios pensamentos.

E pela primeira vez vi que ela escondia muito mais do que eu imaginava. Ela já não era aquela Isa resplandecente, mas apenas uma mulher que mascarava seu trauma sombrio.

"Ele disse, livre-se dessa v*dia, ou..." Sua voz falhou e ela respirou estremecendo.

'Ou… se alguém quiser provar, fiquem à vontade. Meu companheiro predestinado teve a coragem de dizer isso aos seus homens. Ela completou através da ligação psíquica.

Só de pensar na cena, meu estômago se revirou. Eu sabia que tinha exagerado, mas, estava com mais raiva de Zedkiel do que dela.

Sinto muito por isso...' Respondi enquanto me mexia, assumindo uma posição semelhante à dela, e puxei os joelhos contra o peito enquanto a observava.

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