Minha Esposa Muda romance Capítulo 164

"Ah, sim, seu celular estava tocando a noite toda ontem, parecia que alguém estava mandando mensagens para você. Quer dar uma olhada?"

O médico entregou o celular para Flavia.

Flavia pegou o celular, abriu e viu, sem surpresa, que eram mensagens de Bianca.

Ela perguntava quanto tempo ainda faltava para chegar a Jonas, onde ela estava, por que não respondia suas mensagens, se algo tinha acontecido.

Flavia leu as mensagens uma a uma, mordeu o lábio e começou a digitar uma resposta para Bianca.

"Desculpe, Bianca, voltei para casa. Não poderei ir até o Jonas."

Nesse momento, Bianca ainda estava descansando em um quarto de serviço e, quando viu a mensagem, ficou atônita por um momento, com uma raiva crescente em seu coração.

Bianca: "O que você quer dizer com isso?"

Flavia podia sentir sua irritação por trás daquelas palavras.

Flavia fechou os olhos, tomou uma decisão e, quando os abriu, começou a digitar em seu celular: "Descobri que ainda não posso deixá-lo."

Flavia: "Desculpe, Bianca."

Flavia: Você está bem aí fora, se tivermos a chance de nos encontrarmos, eu vou pedir desculpas pessoalmente."

Após digitar essas palavras, Flavia deixou o braço cair, sem forças.

Seus olhos se encheram de lágrimas.

Ela também queria deixar São Siena, queria sair e ver o mundo com Bianca, quer seja vagando por aí, quer seja viajando ao redor do mundo.

Seria melhor do que passar a vida inteira presa a Thales.

Por vinte anos, sua alegria, sua tristeza, sua vida e seus anos foram dominados por ele, ele estava em todo lugar, em tudo.

Ela era a esposa de Thales, a muda da família Duarte, a filha adotiva da família Duarte, a pobre órfã.

Exceto ela mesma.

São Siena era como uma prisão invisível, mantendo-a ali, ao lado de Thales, por toda a vida, sem jamais poder vislumbrar o mundo exterior.

Mas ela não podia, estava presa na gaiola e não podia sair.

Flavia não queria pensar, nem se permitia pensar.

Ela sabia que, não importava o que fizesse, jamais venceria Thales.

Nem mesmo Marcelo poderia enfrentá-la, muito menos Thales.

O médico ao seu lado olhou para ela e não pôde deixar de suspirar novamente.

Embora não soubesse por que Flavia estava chorando tão desesperadamente, ele ainda tentou consolá-la: "Senhora, não chore mais, isso é ruim para a saúde."

"Você precisa se animar agora para que seu corpo se recupere mais rapidamente, caso contrário sua saúde vai piorar."

Flavia virou o rosto para olhar para o médico, com lágrimas escorrendo dos cantos dos olhos e caindo no travesseiro.

O médico olhou para a expressão perturbada dela e sentiu uma inquietação inexplicável: por que uma boa pessoa poderia acabar assim?

Ele não pôde deixar de dizer: "Desse jeito, você... não vai viver muito."

Nesse momento, Thales entrou, empurrando a porta.