Minha Esposa Muda romance Capítulo 165

A voz, embora não fosse alta, foi suficiente para surpreendê-los.

Flavia o observou entrar exausta, seus cílios tremiam, aquele rosto que ela tanto desejava ver agora a deixava sem fôlego só de olhar para ele.

Viver assim não era bom, se ela não vivesse tanto tempo, não teria que sofrer todos os dias...

O médico também se sentiu inseguro, não sabia se Thales tinha ouvido suas palavras, então se levantou sem jeito: "Sr. Duarte".

Thales caminhou até eles a passos largos, ainda sentindo o frio que fazia lá fora, e se sentou ao lado de Flavia: "Como ela está?"

O médico disse: "A febre baixou, se ela não voltar hoje à noite, provavelmente ficará bem".

Thales acenou com a cabeça: "Você pode ir embora agora".

O médico deu um suspiro de alívio, apressando-se a sair.

O quarto estava silencioso, Flavia olhava para o rosto do homem, sentindo um peso no peito, todas as emoções comprimidas, como se houvesse uma pedra pressionando seu coração.

Thales baixou o olhar para ela, estendeu a mão para tocar sua testa, mas Flavia virou a cabeça para evitar o contato.

O olhar de Thales escureceu, mas ele ainda colocou a mão em sua testa.

Suas mãos eram frias, não um frio gelado, mas frias como jade.

"Vivi." - Ele chamou-a baixinho.

Flavia hesitou, com os lábios bem apertados, evitando olhar para ele.

Thales segurou o rosto dela, virando-a para ele: "Me desculpe, eu não deveria ter sido assim com você ontem à noite, não fique com raiva, ok?"

Flavia mordeu o lábio, levantando os olhos para olhar diretamente para ele.

Ele raramente mostrava um olhar tão suave, semelhante ao de antes.

Mas era tudo uma ilusão.

Não demoraria muito para que ele voltasse a ser frio e distante.

Ele estava apenas... tentando trazer de volta o animal de estimação que quase escapou de seu controle.

A mão de Thales deslizou sob as cobertas, segurando a dela, ele disse suavemente: "Não importa o que você fez nesses três dias, eu não vou perguntar mais."

A pedra em seu coração pressionou rapidamente para baixo, afundando até o fundo do vale.

Thales, no entanto, ergueu a mão, suspirando levemente, e disse: "Desculpe".

Desculpe...

Que palavra irônica, como se, ao dizê-la, tudo pudesse simplesmente desaparecer.

Como se, ao dizer isso, se ela ainda se importasse, fosse vista como mesquinha e tacanha.

Flavia retirou a mão, fazendo um gesto: Estou cansada.

Seu gesto silenciou Thales.

Thales olhou para ela com uma expressão complexa e,depois de um momento, disse: "Coma alguma coisa antes de dormir".

Flavia balançou a cabeça, agarrando o cobertor para se cobrir.

Thales não estava realmente pedindo sua opinião, ele se levantou e saiu do quarto, e em menos de vinte minutos, trouxe uma tigela de canja.