Minha Esposa Muda romance Capítulo 1723

Breno olhou fixamente para ele, seus olhos estavam marejados, mas ele se segurou para não chorar.

Seu pai já não gostava dele, e se ele começasse a chorar, provavelmente só faria com que ele o detestasse ainda mais.

Ele apenas olhou para Marcelo com um olhar esperançoso, mas o que exatamente ele esperava? Que seu pai se aproximasse dele, ou talvez que ao menos reconhecesse sua existência como filho.

Ou talvez, nutrindo uma esperança um pouco mais egoísta, desejasse uma reunião familiar.

Como as outras crianças, com suas famílias unidas e felizes.

Mas parecia que nenhuma dessas expectativas seria realizada.

Marcelo continuava teimosamente parado no mesmo lugar, olhando para Breno sem alegria, sem emoção, e também sem antipatia, como se olhasse para um estranho.

Ele recusava-se a reconhecer a existência de Breno.

Marcelo fechou os olhos e respirou fundo.

Quando os abriu novamente, seu rosto já exibia um sorriso, como se ele ainda fosse aquele Marcelo impecável.

Ele agarrou Pablo do chão e disse a Thales, "Não há mais nada a dizer, vencidos e vencedores, Thales. Essa farsa de tantos anos chegou ao fim, e como recompensa pela sua vitória, eu vou ajudá-lo uma última vez."

Ao terminar de falar, ele de repente apertou o gatilho.

"Bang—"

Alguém disparou antes dele, acertando-o no peito.

O sangue imediatamente começou a escorrer de seu peito, se espalhando pelo tecido escuro de sua roupa, e ele apenas franziu levemente a testa, com um sorriso forçado nos lábios.

Flavia o encarou fixamente, olhando para a arma em sua mão, balançando a cabeça desesperadamente, "Não, não faça isso, Marcelo!"

Marcelo deu uma última olhada em Flavia, e ainda reuniu suas últimas forças para apertar o gatilho.

O som de seu disparo foi seguido por inúmeros outros tiros, atingindo-o repetidamente.

Mas ele estava determinado a matar Pablo, e mesmo com vários tiros, nada o impediu de atirar.

A bala penetrou na têmpora de Pablo, e Flavia viu tudo escurecer, caindo desmaiada.

Thales rapidamente a segurou, "Flavia!"

Gabriela tentou correr até lá, mas foi impedida, esticando a mão na tentativa de alcançar Marcelo, mas a distância era grande demais.

"Marcelo..."

Breno ficou parado em estado de choque, olhando para o homem não muito longe, com os dedos gradualmente se fechando em punho ao lado do corpo.

Marcelo segurava a roupa de Pablo, e seu último olhar foi dirigido ao rosto de Gabriela, ninguém conseguia entender o que ele estava pensando naquele momento.

Ele e Pablo caíram juntos para trás.

Gabriela se libertou com todo o esforço, tropeçando e correndo, "Marcelo!"

Bianca perguntou: "Há peixes no mar, não é? Será que o corpo não será devorado por eles?"

"Não sei. Se for, seria melhor," respondeu Fábio.

Bianca olhou-o surpresa.

Fábio explicou: "Ele provavelmente não gostaria que seu corpo fosse recuperado. Caso contrário, ele não teria vindo até aqui."

De fato, quando ouviu o som do helicóptero, a primeira reação de Marcelo não foi fugir, mas sim trazer Pablo para este lugar.

Naquele momento, ele já tinha considerado o pior cenário.

Mesmo em morte, ele não desejava que seu corpo caísse nas mãos deles.

Ao ouvir isso, Fábio lançou-lhe um olhar enigmático.

Bianca segurou sua mão e perguntou: "Agora que Marcelo está morto, você considera isso um grande feito? Será que você não terá que ir para a prisão?"

Fábio não respondeu à pergunta dela.

"Por que você não responde? Tem que capturá-lo vivo para contar? Ele levou tantos tiros que nem um milagre poderia salvá-lo," insistiu Bianca.