Minha Esposa Muda romance Capítulo 1724

Marcelo já estava sem chances de sobreviver, com tantos tiros atingindo-o, incluindo um que acertou bem no meio de suas sobrancelhas.

Fábio soltou a mão dela. “Tudo bem, vá para casa agora, Flavia precisa de você.”

“Ela já tem o Thales com ela, o que eu vou fazer lá? E onde você estava se escondendo esse tempo todo? Por que não consegui te encontrar em lugar nenhum?”

“Falamos sobre isso mais tarde.”

Fábio claramente não queria se aprofundar no assunto com ela. Bianca, ainda animada por encontrá-lo, percebeu que ele relutava em conversar e então foi perguntar aos outros se Fábio ainda precisaria cumprir pena na prisão.

Ela falava tanto que acabava irritando os outros.

Do outro lado, Breno também se aproximou de Gabriela e agachou-se ao lado dela, observando em silêncio as ondas revoltas do mar.

Depois de um tempo, Gabriela secou as lágrimas no rosto e levantou-se do chão, acariciando o rosto de Breno.

“Breno, me desculpe. Não deveria ter trazido você.”

Ela pensou que trazer Breno poderia despertar a consciência de Marcelo, mas agora ela entendia que ele não tinha consciência alguma.

Aquele homem, do início ao fim, tinha sangue frio correndo em suas veias.

Breno balançou a cabeça, segurando firmemente a mão de Gabriela e olhando-a com determinação. Ele não disse nada, mas parecia ter tomado alguma decisão.

As ondas batiam nas rochas, e o sol descia lentamente no horizonte, pintando o mar com um brilho alaranjado.

O penhasco voltou à calma, como se nada tivesse acontecido. Até o vento que soprava tinha suavizado e trazia o cheiro do mar, mantendo a paisagem bela.

Era como se Marcelo nunca tivesse estado ali. Sua breve presença de algumas horas desapareceu, e se não fosse pelo esforço consciente de lembrar sua queda, ainda parecia que ele estava vivo em algum lugar do mundo.

Flavia despertou de um sonho, abrindo os olhos de repente. “Pablo!”

Ao ver o teto acima dela, seus olhos mostraram um momento de confusão, sem saber se o que havia acontecido era realidade ou apenas um sonho.

“Você acordou?”

Flavia seguiu a voz e viu Thales sentado ao seu lado. Olhando ao redor, percebeu que já estavam de volta à Ilha Bela.

Ela olhou para Thales com perplexidade, hesitando antes de perguntar: “Nós... fomos a uma ilha?”

Thales assentiu levemente. “Fomos.”

O coração de Flavia afundou, enquanto as memórias que sua mente tentava bloquear retornavam, e as lágrimas começaram a cair descontroladamente.

“Pablo, ele...”

Thales mostrou uma expressão complexa, abriu a boca, mas hesitou em falar.

A reação dele deixou Flavia desorientada, e ela agarrou o braço de Thales com força, olhando fixamente para ele. “Pablo realmente morreu?”

Thales permaneceu em silêncio.

“Marcelo também morreu?”

“Vivi, você deveria descansar agora, não faça mais perguntas.”

Os olhos de Flavia brilharam, e suas lágrimas desceram pelo rosto. Ela deixou suas mãos caírem sem forças. “Por que isso aconteceu?”

Thales entrou e sentou-se novamente ao lado dela, "Deixe-me segurá-lo."

"Não se preocupe, eu o seguro," respondeu Flavia, sentindo-se um pouco mais calma. Ela perguntou a Thales, "Quantos dias se passaram?"

"Dois dias."

"E os corpos deles..."

Thales ponderou, "Não foram encontrados."

Nenhuma notícia era a melhor notícia, embora nas circunstâncias, a chance de sobrevivência dos dois fosse pequena.

Pelo menos ela poderia se consolar com a ilusão.

Ele tentou confortar Flavia, "Nós não já passamos por uma quase-morte? Quem sabe, um dia, a gente os encontra em outro lugar."

Flavia assentiu com a cabeça, "Você está certo, talvez Pablo ainda esteja vivo."

Involuntariamente, ela se lembrou do que Marcelo havia dito a Thales e de repente perguntou a ele.

"O que Marcelo quis dizer quando falou que ajudaria você pela última vez?"

Thales a olhou por um momento, pegou Pequeninho em seus braços e respondeu, "Quantas verdades saem da boca dele? Não se preocupe com isso."

Flavia o olhou com desconfiança, "Será mesmo?"