Minha Esposa Muda romance Capítulo 1749

Na manhã seguinte, Flavia acordou com a luz intensa do sol machucando seus olhos. Ela levantou a mão para bloquear a luz e só então conseguiu abrir os olhos completamente. Thales havia desaparecido novamente.

Franziu a testa, pensando que ele poderia ter ido pegar caranguejos outra vez. Flavia levantou-se do chão, onde ainda estava deitada sobre o paletó de Thales, olhou em volta na praia e, não vendo ninguém, decidiu ir até a vila.

Ele deveria estar perto do poço, não é?

Com esse pensamento, Flavia dirigiu-se ao poço, mas Thales não estava lá.

Estranho, onde ele poderia estar?

Flavia chamou: "Thales!"

Sem resposta, seu coração deu um salto. Embora fosse improvável, a ausência dele a fez pensar se ele a teria deixado para fazer outra coisa.

Desconsiderando o mato ao redor, ela correu para dentro dele, chamando: "Thales, onde você está?!"

Enquanto sua ansiedade crescia, ela ouviu a voz de Thales vindo de dentro de uma casa: "Aqui."

Flavia se virou para olhar para a casa. Por que ele estava lá dentro novamente?

Com uma breve hesitação, ela se dirigiu à casa. A porta estava aberta, mas Thales não estava à vista na sala de estar; havia sons vindos de um dos quartos internos.

O coração de Flavia deu outro salto quando ela se aproximou da porta, espiando para dentro. Lá estava Thales, em frente a um caixão aberto, olhando fixamente para o seu interior.

Flavia quase desmaiou ao ver o caixão aberto. Ela hesitou em entrar, segurando-se na moldura da porta, perguntou: "O que você está fazendo aí dentro?"

Thales olhou para ela e disse: "O que está fazendo parada aí? Entre."

"Eu não vou entrar. Saia daí. Você até abriu o caixão... você é realmente..." Flavia não conseguia encontrar palavras. Por que ele tinha tanta curiosidade? Ele precisava mesmo ver o que havia lá dentro?

Thales riu: "Não há nada aqui dentro, venha ver se não acredita."

Flavia sacudiu a cabeça rapidamente: "Não vou entrar. Saia logo, senão vou me irritar."

Thales suspirou, fechou o caixão novamente e saiu.

Flavia agarrou o braço dele e o puxou para fora: "Você se levantou cedo só para olhar essas coisas? Que tédio!"

Thales respondeu: "Eu só queria ver para que serviam esses caixões."

"Descobri que esses caixões que não estão lacrados estão quase todos vazios."

Flavia parou, surpresa, olhando para ele: "Quase todos? Você viu muitos?"

"Quase metade, cerca de oitenta por cento estão vazios."

"E os outros vinte por cento?"

"Estão cheios de tralhas. Você não percebeu que apareceram várias coisas ao seu redor quando acordou?"

Flavia ficou parada por um momento. Não tinha reparado, pois estava ocupada procurando por Thales.

"Estão limpos, e o caixão não tem nada de mais, no máximo serve como um armário."

"Mesmo assim, não é necessário."

Flavia disse isso, mas à noite, começou a chover e eles tiveram que voltar para a casa para se abrigar da chuva.

A casa estava com as paredes e o teto cheios de vazamentos. As panelas e baldes que haviam encontrado não eram suficientes para conter a água da chuva.

Tapavam uma parte e outra começava a vazar.

Por fim, Thales jogou o balde no chão, "Esqueça, vamos encontrar um lugar melhor."

"Vamos esperar até amanhã. Agora está chovendo lá fora, e para irmos a outro cômodo, teremos que limpar a vegetação."

Thales lançou um olhar para o quarto interno, "Aquele quarto parece não ter vazamentos."

"Não se preocupe, vamos ficar por aqui mesmo, não está vazando."

Flavia pegou as cobertas e foi até um canto que parecia mais seguro. Ela estendeu uma no chão e usou a outra para se cobrir.

Thales riu um pouco, "Você não disse que não precisava?"