Minha Esposa Muda romance Capítulo 191

Flavia hesitou por um momento, erguendo a mão e gesticulando: Eu não vou mais encontrar com a Marisa, não quero que ela seja machucada.

Thales, com os lábios apertados e um olhar intenso, permaneceu em silêncio.

Flavia continuou gesticulando: Ela já é de idade avançada, não lhe resta muito tempo, ela é muito digna de pena. Pense como um favor, pela vez que ela cuidou de você, tenha piedade dela.

Não se sabe se ele viu sua linguagem de sinais, seu olhar permanecia fixo nos olhos dela, sem desviar para os seus dedos.

Ela não podia falar, e essa era sua maior impotência.

Enquanto ele não olhasse para suas mãos, ela jamais conseguiria expressar seus pensamentos, nem comunicar-se com ele.

Quando ele estava de bom humor, poderia observá-la gesticular lentamente; quando mal-humorado, nem sequer lançava um olhar em sua direção.

Ele poderia escolher quando se recusar a comunicar-se com ela.

Flavia gesticulou uma série de sinais, mas ele apenas continuou a observá-la.

O coração de Flavia afundava lentamente.

Ela baixou as mãos, cessando seus movimentos.

De repente, Thales falou: "Você sabe por que eu não quero que você se envolva com essas pessoas?"

Flavia ergueu as pálpebras, olhando-o aturdida.

Ela queria saber, quase enlouquecendo de curiosidade.

Ela queria entender por que as liberdades e direitos mais fundamentais de ser humana foram tirados.

Flavia aguardava sua resposta, enquanto ele, com dedos esguios, deslizava suavemente por sua bochecha: "Mas eu espero que você nunca descubra."

Flavia mergulhou em um momento de reflexão profunda.

Era uma frase familiar, como se Marcelo também tivesse dito algo semelhante.

Marcelo também disse: Quando você se lembrar, não vai mais perguntar.

Após o aviso, ele pegou um casaco e saiu sem olhar para trás.

Flavia ficou deitada, virando a cabeça para ver sua figura se afastando até que a porta do quarto se fechou, cortando sua visão.

Ela silenciosamente retirou o olhar, baixando os olhos para seu próprio braço, que também não estava em melhores condições, coberto de contusões acumuladas.

E ainda havia a dor surda em seu baixo ventre, seu corpo ainda não havia se recuperado completamente, e a noite anterior havia drenado ainda mais sua vitalidade por desejo.

Ela própria não sabia quanto mais poderia aguentar.

Mas isso já não importava.

Afinal, a vida de um animal de estimação também é apenas brevemente longa.

Hoje era o dia do médico vir examiná-la, mas apenas na parte da tarde.

Flavia dormiu até a tarde, acordando apenas quando ouviu alguém pressionar a campainha, levantando-se exausta para abrir a porta.