Minha Esposa Muda romance Capítulo 231

Eliana estava com a voz tão rouca que parecia ter quebrado, mas mesmo assim não conseguiu impedir que Reinaldo desligasse o telefone.

Vendo-a nesse estado, Gabriela apertou mais forte o bebê que segurava nos braços, que parecia desconfortável com o aperto e começou a chorar com um som agudo que ecoou pelo quintal.

Gabriela apressou-se em acalmar o bebê enquanto voltava, não se preocupando mais com Eliana, que chorava sentada no chão.

Vários empregados presenciaram a cena e não puderam deixar de sussurrar.

No momento de desespero de seu choro, o celular dela vibrou com uma nova mensagem de um número desconhecido.

[Se quer salvar seu filho e sua filha, venha a este lugar. Lembre-se, sozinha. Estou de olho em cada movimento seu. Tente qualquer truque, e você sabe o que acontecerá.]

Eliana olhou fixamente para a mensagem, com o peito subindo e descendo rapidamente, consumida pela ansiedade, incapaz de pensar claramente, só restava seguir as instruções da mensagem.

Ela entrou em seu carro e dirigiu-se ao local indicado.

Ilha Bela.

Flavia e Thales estavam sentados à mesa do jantar, enquanto o som de marteladas vinha do andar de cima, causado pelos homens que Lucas havia trazido.

Eles estavam instalando grades de proteção nas janelas.

O que era uma bela mansão, agora se transformava numa prisão.

"O tempo está bom hoje, quer ir a algum lugar? Posso te acompanhar" - Thales disse de repente.

Flavia virou-se silenciosamente para olhar o tempo lá fora, que estava nublado, com sinais de que poderia chover a qualquer momento. Como isso poderia ser considerado um bom tempo?

Thales a encarou, esperando uma resposta.

Depois de um momento em silêncio, Flavia gesticulou: Queria ver um filme.

Ela mal conseguia lembrar da última vez que tinha ido ao cinema com Thales, talvez tivesse sido há cinco anos, ou até mais.

Mas ela se lembrava da primeira vez que foram juntos ao cinema, ela tinha oito anos e seu filme de animação favorito estava em cartaz. Thales a levou para ver.

Ela estava tão feliz naquele dia, sentindo-se tão afortunada quanto as outras crianças ao seu redor no cinema.

Ela sentiu um gosto amargo na boca.

Como ele ainda podia pensar que ela gostava de filmes de animação?

Ao redor, só havia crianças, e por um momento, ela sentiu como se tivesse voltado no tempo.

Mas agora, ela não se sentia mais tão feliz quanto aquelas crianças, apenas uma profunda amargura.

O filme durou duas horas, durante as quais Flavia mal conseguiu prestar atenção, incomodada pela vontade de ir ao banheiro.

Thales, por outro lado, assistia com interesse, sem tirar os olhos da tela.

Ele era assim, levava a sério até mesmo as coisas mais entediantes, como assistir a um filme ou a televisão com ela.

Apesar de saber que ele provavelmente não estava assim tão envolvido, sua atenção aparente sempre a tocava profundamente.

Em outro lugar.