Minha Esposa Muda romance Capítulo 503

Thales também não falou mais nada, apenas ficou olhando para Flavia. Entre os olhares cruzados, havia uma estranheza indescritível.

Flavia abaixou o olhar, evitando o dele.

Thales a abraçou, suspirou silenciosamente e começou a acariciar seus cabelos, dizendo: "Durma."

Sua voz voltou ao tom normal, como se nada tivesse acontecido.

Flavia, quietinha em seus braços, escutava o bater do coração dele, mas não conseguia dormir.

Ambos passaram a noite em claro.

Thales levantou-se assim que amanheceu, e no momento em que ele se levantou, Flavia abriu os olhos, observando-o enquanto ele se dirigia ao closet.

Ela o viu voltando.

Hoje, ele não vestiu o terno de sempre, mas sim uma blusa de gola alta preta.

Ainda de preto, seus traços pareciam mais frios.

Ele não olhou para Flavia na cama, pegou seu casaco e saiu diretamente.

Depois que ele saiu, Flavia levantou-se da cama, encostou-se à cabeceira e olhou pela janela.

Já fazia alguns dias que não nevava, o tempo estava claro, e a neve havia derretido, restando apenas alguns blocos de gelo nos cantos.

Após a brancura da neve, o mundo parecia desordenado.

Thales saiu sem tomar café da manhã, indo diretamente para a empresa.

Ele tinha uma reunião do Conselho de Administração pela manhã e visitaria a família Vaz à tarde. Hoje, certamente, não seria um dia tranquilo.

O ferimento no pé de Flavia já estava quase curado, então ela desceu para a sala de estar, onde Lídia prontamente a convidou para comer.

Ela sentou-se à mesa, comeu um pouco, mas rapidamente perdeu o apetite.

Vendo-a entediada, Lídia ligou a televisão para ela assistir a desenhos animados.

Assim que Flavia se acomodou no sofá, seu celular tocou.

Era Reinaldo. Flavia franziu a testa, pensando que Reinaldo havia ligado por engano.

Quando estava na família Duarte, Reinaldo a tratava como se ela não existisse, mal trocavam algumas palavras durante todo o ano.

Flavia olhou novamente para Lídia, que disse: "Preciso avisar o Sr. Duarte."

O homem entrou rapidamente, parando diante de Flavia e falou: "Foi o patrão quem pediu, ele não tem esse direito?"

"Isso…"

O homem fez um gesto de convite: "Senhora, por favor."

Ele parecia respeitoso, mas suas ações e palavras tinham um tom intransigente.

Lídia estava indecisa sobre o que fazer.

Flavia teve que se levantar e seguir o homem até a Casa de Duarte.

Chegando ao quintal, Flavia entrou no carro e, sem qualquer hesitação, o homem dirigiu, levando Flavia embora rapidamente.

Flavia observava a paisagem lá fora, tudo era desolador.

Nos cantos das ruas se acumulavam pequenos montes de neve, transmitindo uma sensação de frieza por todo lugar.