Resumo do capítulo Capitulo 3 de Moradora de rua
Neste capítulo de destaque do romance Romance Moradora de rua, Lara Rangel apresenta novos desafios, emoções intensas e avanços na história que prendem o leitor do início ao fim.
.-Leslie-.
O inverno chegou, e os avisos de furacões também, a cidade parecia deserta, todos os locais de atrações turísticas estavam fechadas, sem turistas sem dinheiro, aqueles 100 dólares estavam quase para serem usados, mas minha maior preocupação é que realmente chegasse o furacão e pelo o estado e condições dela diria que ela não aguenta nem mesmo uma chuva pesada, por sorte o litoral ficava do outro lado da cidade e seria impossível as ondas levarem minha casa.
Desta vez me arrisquei a ir um pouco mais longe para ver se eu conseguia clientes, para de frente ao um prédio espelhado e olho meu reflexo, fazia alguns dias que eu não tomava banho, mas a culpa não era minha, meus banhos eram na beira do rio e com aquela agua congelante eu no minímo ficaria doente, meus cabelos estavam presos em um coque para amenizar a oleosidade, minhas roupas estavam sujas de tinta, os tênis de lama, eu estava um pouco mais magra do que a um ano atrás, mas quem poderia culpar, eu não tinha uma refeição completa fazia tempo, minha bolsa com materiais estava um farrapo mas ainda aguentava firme, me sento na calçada respirando fundo.
O ar era úmido demais nesta época do ano, o vento era gélido, e as aguas congelantes, mas apesar disso o céu era azul e limpo, e o sol brilhava como nunca.
Observo um carro preto parar do outro lado da rua, não consigo conter o olhar ao ver um homem alto, de terno e óculos escuros sair de dentro do carro, eu podia jurar que ele estava me olhando, ao atravessar a rua ele passa por mim com passos firmes, porém os passos diminuem e ele volta a andar em minha direção, olho por cima do ombro e ele me olha com desdém, o vejo pegando sua carteira e tirando uma nota de 100 dólares e ele faz algo desprezivel e repugnante, ele soa aquele nariz estranhamente charmoso na nota e a joga ao meu lado no chão.
Uma raiva percorre meu corpo, eu queria socar aquela cara bonita e metida dele e enfiar os óculos em um lugar bem desconfortável para ele, quem ele pensava que era? o rei da inglaterra? Bil Gates? E ainda por cima eu podia ver o divertimento em seu rosto ao fitar minha expressão de raiva e confusão, eu me levanto e lhe dou as costas eu seria capaz de soca-lo até dizer chega.
-Ei!.-Ele fala com a voz firme e eu o ignoro pronta para atravessar a rua-Estou falando com você!
Eu nem ao menos perdi meu tempo em lhe responder apenas fiz um gesto com o dedo um tanto quanto obsceno por cima do ombro e atravessei a rua, riquinho mimado e esnobe.
.Sebastian.
Estava indo ao meu trabalho como de costume, estava cansado e estressado demais para me dar ao trabalho de estacionar na garagem como eu sempre fazia, em vez disso parei de frente ao meu prédio, assim que saio de meu carro me deparo com uma garota sentada na calçada do meu prédio, a julgar pelas roupas e aparência era uma mendiga, nem sabia que este tipo de gente ainda existia, atravesso a rua e passo direto por ela mas algo surgiu em minha cabeça, porque não descontrair um pouco a manhã estressante que eu tive? Recuo meus passos e vou até a garota. Pego uma nota bem alta de minha carteira assoo meu nariz na mesma e a jogo no chão ao lado da mendiga , olho com sarcasmo para ela e a mesma olha para nota se levanta e sai andando.
-Ei!.-Falo e ela nem se dá ao trabalho de me olhar-Estou falando com você!
Leslie.
Babaca, isso que ele é , acha que vou me rebaixar ? Posso não ser tão rica ou elegante como ele mais não irei pegar esmola dele , muito menos uma que ele limpou seu nariz, por mim ele poderia cair de cara e quebrar aquele nariz em mil pedaços. Atravesso a rua e me sento no banco , minha aparência não era a das melhores mas não era motivo para eu ser humilhada daquela maneira.
Passo a tarde toda no parque com minha barriga roncando de fome , eu tinha 10 dólares , havia economizado tudo nesta semana. Vou ate uma padaria e compro dois pães, a mulher da padaria foi gentil, eu era conhecida pelos comerciantes daquela área. Sentada em um banquinho cedido pelo padeiro nos fundos da padaria me sentei e comi meu pão junto com um copo de suco que ganhei da atendente.
A noite já chegava e eu precisa correr para casa, não confiava na floresta a noite, não pelos animais na verdade o de mais perigoso seria as pessoas, chegando em casa entro e sinto o ar úmido e quente, vou até a minha mesa de desenhos e começo a fazer alguns rabiscos, nada de muito interessante e que mereça ganhar vida, eu estava com fome, cansada e confusa, havia dias que estava tudo bem meu passado ser apenas uma cortina de fumaça, mas as vezes isso chegava a ser doloroso demais, eu havia visto pouco do mundo, ou talvez tenha viajado por cada canto, eu era alguém feliz e com família ou sempre morei nas ruas e o mais perto de uma família que cheguei foi o queijolas, ninguém parecia me conhecer, todos olhavam para mim como se fosse a primeira vez, nem sequer sabia meu nome, certa vez uma senhora turista disse que eu tinha cara de Leslie, as vezes eu usava este nome. Eu precisava de dinheiro ou teria que voltar a comer a comida das lixeiras. Talvez eu devesse ter pegado aquela nota.... Não! Que pensamentos são esses! Nunca iria me rebaixar e pegar uma nota suja de um homem que não tem o mínimo de bom senso, nem nas minhas semanas passando fome e vomitando as tripas eu pedi esmola, e não iria me rebaixar a esse nível, ao nível dele eu diria, não foi a primeira vez que fui maltratada pelo oque eu sou mas a arrogância dele em achar que eu aceitaria aquele dinheiro, eu estava furiosa aquilo me abalou de uma forma que nem mesmo eu imaginaria, olho para meu papel de rascunhos, o lápis o rasgara e agora eu estava gastando sua ponta arranhando minha mesa.
Solto o lápis e respiro fundo, eu precisava descansar, amanhã seria um bom dia eu precisava crer nisso, caminho até meu quarto olho para o canto do mesmo apenas iluminado pela luz da lua, em uma caixa de bombons que um dia eu comprei e os mesmo haviam durados semanas, estava queijolas enrolado em um pedaço velho de lençol que eu encontrei, sorrio.
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