Murilo, o CEO sedutor. romance Capítulo 86

MANU

Totalmente no modo automático, me dou conta que já estou dirigindo em direção a casa do Otto, porque é lá que Ju está ficando, ele quis cuidar dela, nem sei explicar as voltas que minha cabeça está dando agora.

Segui o trajeto todo em silêncio, com minha cabeça formigando.

- Ela está bem? - Ouço Ariel perguntar.

- Está sim, só precisa de tempo. - Elias responde.

Já na garagem do prédio onde Juliana está morando, sou tirada dos meus pensamentos quando Elias bate na janela do carro, ele e Ariel estão me esperando sair.

- Oi.

Ele se aproxima e segura em meus braços.

- Está tudo bem? Quer deixar a visita para outro dia?

- Estou bem, vamos ver a Ju e depois vamos para casa.

- Tem certeza?

- Tenho.

Seguimos de elevador para a cobertura onde eles moram.

- Não acredito que vieram me ver!

Juliana fala animada, tentando levantar da cama que está deitada.

- Não levanta, nós vamos até você. - Digo com uma mão erguida.

Nós nos aproximamos dela, abraçando, beijando, entregando os presentes.

- Não precisava gente, só de vocês terem vindo já é um presente. Muito obrigada. - Ela fala emocionada.

Não consigo evitar sentir culpa por Juliana se encontrar nessa situação.

- Como você está princesa? - Elias pergunta carinhoso.

- Estou bem, só não posso me levantar ainda.

- Passa rapidinho flor. - Ele respondo carinhoso.

- Você está bem mesmo? - Pergunto.

Ela aperta os olhos e me responde sorrindo.

- Estamos sim amiga, Otto está cuidando de nós.

- Fico feliz em saber.

- Conheci os pais dele. - Juliana fala empolgada.

- E como foi?.

- Intenso, a mãe dele é muito curiosa eu diria.

- Ah meu Deus, uma chata de galocha, fofoqueira. - Elias não controla a boca.

Todos rimos.

- Mais ou menos isso, mas eles estão animados com o bebê. A mãe dele chegou a dizer que achou que Otto nunca lhes daria netos já que ele tem trinta e seis anos e não se casou.

- Achou que o boy era gay. - Elias fala rindo.

Conversamos sobre a viagem para Barcelona, dos passeios que fizemos, apesar do meu corpo estar ali, meus pensamentos estão longe, sempre que eu via minha mãe era assim, a sensação de abandono me atinge em cheio, a magoa, a dor, tudo que eu senti naquela noite maldita volta com força total.

No caminho de volta para casa eu ainda estava meio aérea, Ariel pediu que eu a deixasse em casa o que agradeci internamente, se ela ficasse lá em casa Murilo com certeza iria aparecer, não estou com cabeça para conversar com ninguém.

Cheguei em casa, tomei um banho quente e demorado, as lembranças daquela noite vieram invadir meus pensamentos, quanto mais eu esfregava meu corpo, mais podia sentir o toque de José em minha pele, sentei no chão e chorei, fazia um tempo que não me sentia tão suja.

Sem vontade comer ou falar com ninguém, me tranquei no quarto, peguei meu telefone, mandei uma mensagem a Murilo.

"Estou cansado, vou dormir, nos vemos amanhã."

Silenciei e bloqueei o telefone, me deitei de lado, fechei os olhos e tentei dormir. De olhos fechados as cenas se repetiam como um filme, abri os olhos deixando as imagens serem substituídas pelas lágrimas.

Não entendo como minha mãe pode fazer aquilo comigo, ele nem parou para pensar em mim, simplesmente me colou porta a fora, como se faz com um cachorro indesejado.

Duas batidas na porta me tiram daquele looping, viro na cama para ver Elias na fresta da porta.

- Posso?

Não respondi, apenas acenei com a cabeça, Elias logo está deitado ao meu lado.

- Estava chorando minha linda. - Seu polegar desliza no meus cílios molhados. - Não suporte te ver assim Manu.

Elias me puxa para seu peito, acariciando meu cabelo.

- Porquê Elias? - Levanto a cabeça para olhá-lo. - Eu nunca vou entender o porquê!

- Não tenho uma explicação para você meu amor, apesar de ter algumas coisas que desconfio acontecer. O posso garantir a você é que sempre estarei aqui, que não vou a lugar nenhum sem você Manu.

O abraço chorando.

- Ela é minha mãe Elias, deveria me proteger, me amar. - Um soluço sai do fundo da minha alma. - Ela preferiu aquele homem horrível a mim.