Namoro de Aluguel romance Capítulo 9

Quando Lana acordou sentiu-se enjoada e um pouco tonta. Olhou para o lado e viu sua irmã dormir pesado na cama gigante deixada só para ela na noite anterior. Percebeu que seu irmão não estava mais com ela e resolveu se levantar. Ao pisar os pés no chão sentiu frio e que com certeza percebeu que tinha uma banda de rock tocando pesado dentro da sua cabeça.

Saiu nas pontas dos pés em direção ao banheiro como se isso resolvesse seu problema, tirou sua roupa, aumentou a temperatura do chuveiro para o mais quente possível bem como gostava e se jogou debaixo dele.

Encostou as palmas de suas mãos no azulejo branco e impecável do banheiro e deixou a água escorrer lentamente pelas suas costas fazendo seus músculos relaxarem instantaneamente. Pegou o shampoo e tentou lavar seus cabelos silenciosamente, então olhou para o seu pulso ainda com a atadura e o arrancou delicadamente deixando a mostra os pontos que denunciavam o que tinha acontecido na noite anterior. Então, se encolhendo no chão chorou mais uma vez.

Dez anos atrás...

- Olá! Eu sou o Edgar, tudo bem se seu sentar aqui? - Indagou o rapaz olhando do alto para Lana que estava sentada com a cara enfiada no livro. - É que não tem mais lugar para mim sentar, então...

- Não tem lugar? - Questionou Lana vendo a biblioteca praticamente vazia.

- Ok. Você me pegou, mas pelo menos eu consegui sua atenção. - Disse o rapaz sentando a sua frente. - Você é a Lana Ketylin certo?

- Como sabe? - Perguntou curiosa.

- Estudamos Gestão e liderança corporativa todas as terças e quintas. - Respondeu o rapaz fazendo seus olhos verdes brilharem. – Posso te chamar de Lana ou prefere...

- Lana, pode me chamar de Lana mesmo e desculpa, eu não percebi que estudamos juntos. - Respondeu constrangida ajeitando seus óculos de leitura.

- Viu, eu sabia. Você é um mistério e mal percebe que chama atenção de todos por aqui.

- Eu sou um mistério e chamo atenção de todos? Até parece.

- Já estamos quase no fim do primeiro semestre da faculdade e até agora não se enturmou ou saiu com ninguém daqui. É de fora, não é?

- Sim, sou de Cork na Irlanda.

- Legal! Um dia poderia me levar para conhecer sua cidade, soube que tem ótimas universidades por lá.

- Você conhece minha cidade?

- Tá brincando? A segunda melhor cidade da Irlanda perdendo apenas para Dublin? Cheia de castelos misteriosos. Quer saber? Acho que seu mistério vem de lá, talvez deva ser alguma princesa que vivia presa em um daqueles castelos e agora resolveu sair para desbravar o mundo, acertei?

- Eu não sou princesa nem tão pouco vivia presa, mas tem razão, vim para Atlanta porque queria conhecer o mundo. – Disse se abrindo um pouco para o rapaz.

- Eu sempre vejo você no bar da esquina 23 trabalhando. Mas sabe Lana, faculdade também é para se divertir e fazer novas amizades ou quem sabe algo mais. – Comentou abrindo um enorme sorriso para ela. - Mas, ao invés disso você só trabalha e estuda. E estuda e fica aqui na biblioteca fazendo o que?

- Estudando?

- Viu. Provou que tenho razão.

- Razão em que? Aliás, como sabe que trabalho no bar da esquina 23?

- Eu sempre estou lá com meus amigos, mas nem isso você nota. Sempre atendendo a todos por trás do balcão, porém sempre distante. Meus amigos começaram a se perguntar se era lésbica, tudo bem eu perguntar, tipo, você é lésbica? - Perguntou encarando a garota.

- Não, respondeu se engasgando com seu café ao rir da pergunta. – Eu não sou lésbica.

- Você tem namorado ou já namorou, ou algo assim parecido? - Indagou curioso.

- Não tenho namorado e é claro que eu já tive, mas ficou para trás junto com o ensino médio. E o que tenho agora não é da sua conta. - Respondeu nervosa.

- Uow! Desculpa não quis ser invasivo. – Falou causando um silêncio mortal entre os dois. - Um mistério. - Falou o rapaz levantando. – Mas sabe? - Disse se aproximando do seu rosto. - Eu adoro mistério. Até mais Lana. - Concluiu a deixando sozinha com um sorriso bobo no rosto.

O último mês daquele outono correu com Edgar sempre jogando charme para Lana. Um dia deixava uma rosa em sua cadeira na sala de aula, outro dia sentava ao seu lado na biblioteca e estudavam em silêncio. Quando ela ia trabalhar Edgar começou a se oferecer para deixá-la em casa que ele só conseguiu depois de cinco nãos consecutivos.

Lana estava cada vez mais curiosa e se sentindo apegada ao charme irresistível de Edgar, afinal ele era alto, tinha olhos verdes, loiro, bronzeado, muito bonito e paquerado por todas as garotas da universidade, mas os seus olhos só estavam grudados nela e ela estava querendo descobrir o porquê.

Então, depois de muito insistir ele enfim conseguiu levá-la para jantar em seu dia de folga e tudo fora perfeito. Edgar a levara a um restaurante de frutos do mar quando descobrira que era uma das suas comidas favoritas, pediu um excelente vinho para acompanhar os camarões e Lana notou que ele não só era rico como entendia de etiqueta e sabia se portar.

Durante todo o tempo ele a fez se sentir mais leve e com seu sorriso e sua facilidade para conversar com Lana foi se abrindo para ele sentindo-se cada mais atraída. Ele nem fizera questão quando ela comera duas vezes a sobremesa.

Até que quando chegaram em sua república depois de um tempo conversando e rindo dentro do carro ele se convidou para subir, mas Lana disse não. Ele a beijou de repente e Lana não o rejeitou, ela queria se sentir desejada de verdade e mesmo negando seu pedido para terminar a noite em seu quarto ela quis também beijá-lo.

No começo ele foi gentil e carinhoso, depois começou a ficar mais exigente a puxando com força para si pelos cabelos, cada vez que o beijo ficava mais intenso ele a exigia com força para si. O rapaz entendendo que isso era um convite por ela não ter parado enfiou sua mão livre entre as pernas dela então, ela o impediu e parou o beijo instantaneamente.

- Não Edgar, aqui não. - Falou constrangida.

- Então, vamos subir? Não vejo a hora de ficar a sós com você? - Disse indo para cima da garota de novo.

- Eu já disse que não. – Respondeu o empurrando. – Não sou esse tipo de garota.

- Qual é Lana, até quando vai ficar se fazendo de difícil? Eu já provei de todas as maneiras que estou a fim de você.... Vamos lá! - Falou o rapaz a puxando para si.

- Mas, não está respeitando meu tempo e eu não estou me fazendo de difícil, só não sou o tipo de garota que se entrega em uma noite só porque me levou a um restaurante legal e passou o último mês me paquerando. - Falou tentando esquivar do garoto. - Agora me largue.

- Eu sei que você me quer e assim que eu te beijar de novo vai dizer sim. Você gosta de força bruta que eu sei, senti assim que te puxei pelos cabelos. - Falou a agarrando com força.

- Eu já disse que não Edgar, me larga seu imbecil! - Gritou o empurrando.

Quando o rapaz foi para cima dela novamente, Lana deu uma cotovelada com força em seu nariz fazendo-o sangrar. Abriu rapidamente a porta do carro fugindo das garras dele.

- Você quebrou meu nariz sua maluca. - Gritou Edgar ligando o carro. - Você me paga sua vadia. - Completou rasgando os pneus saindo dali e a deixando sozinha nas escadas.

E Lana pagou. No outro dia ao chegar na aula, viu os comentários paralelos e os olhares em direção a ela. Alguma coisa lhe dizia que eles falavam dela.

- Lana? - Chamou uma das poucas garotas com quem ela conversava na universidade. - Viu nas redes sociais?

- O que Jane? Ainda não abri meu facebook, o que houve? - Indagou com medo da resposta.

- Oww Lana, então acho melhor você vê o quanto antes. - Falou sua amiga preocupada.

Quando Lana abriu seu facebook não podia acreditar. Havia uma montagem com uma foto dela seminua e embaixo da foto um anúncio com seu telefone afirmando que ela fazia um excelente programa e que cobrava barato porque precisava pagar a faculdade. Toda a universidade de Atlanta tinha seu telefone que começou a tocar imediatamente.

- Merda! Quem faria algo tão idiota assim? Meu Deus Jane, eu.... Foi o Edgar. - Falou com raiva. - Eu o rejeitei ontem e agora ele está se vingando de mim.

- Se vingando? Isso é bulling Lana. Você precisa fazer alguma coisa imediatamente. - Intimou sua amiga vendo lágrimas caírem pela face dela.

- E aí Lana? Afim de um programa hoje a noite? - Indagou um rapaz passando por elas no corredor.

- Vai se ferrar. - Gritou Jane.

- Meu Deus a universidade toda vai me zoar para sempre. Eu sempre fiz de tudo para não ser notada agora isso acontece? Por que isso sempre acontece? Por que os homens são tão idiotas comigo?

- Calma Lana! Olha eu conheço alguém que pode tentar remover esse anúncio. – Disse positiva. – Podemos ir até ele antes que a situação piore.

- Senhorita Lana? - Chamou o reitor no corredor. - Preciso conversar a sós com você em minha sala. Pode me dá um instante.

- Antes que a situação piore? – Resmungou recebendo um aperto de mão da garota. - Sim, senhor Carlson. - Disse o acompanhando de cabeça baixa.

- Por favor, entre. - Pediu o reitor dando passagem para que ela entrasse em sua sala. - Aceita uma água? - Indagou indo até um buffet.

- Não senhor, obrigada. - Respondeu tensa.

- Lana, você com certeza deve saber o motivo de estarmos aqui não é mesmo? - Perguntou sentando a sua frente.

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