No Alemão romance Capítulo 38

NATÁLIA - Narrando

assim que eu acordei, muralha não estava mais na cama, o que não é novidade né, mas me iludi achando que como era meu aniversário né, mas tudo bem.

tomo meu banho e boto uma calça c uma blusinha, tinha que ir pro postinho hoje, os dois turnos, fazer o que né, vida de pobre.

- Parabéns pra mim, já que ninguém se importa - dramática ? só um pouquinho, nem tinha visto ninguém ainda kkk

Desci e a sala tava vazia, nada véi, mas tudo bem, quem sabe na hora do almoço.

- Lucas tem como me levar no postinho ?

- tem sim patroa

Ele pegou sua moto e me deixou na frente do postinho, que já estava cheio.

- Bom dia Clara - era a recepcionista que agendava as consultas

- Bom dia Nath - mesmo não sendo formada em medicina, eu sabia muito então sou meio que a única "doutora" daqui, sei fazer de tudo de cirurgias pra tirar balas até uma pequena consulta de virose, mas eu amo o que faço.

- Daqui 5 minutos, pode mandar o primeiro - pego as fichas c ela e pronto

Entro na minha sala e guardo minha bolsa, boto meu jaleco e pronta pra mais um dia

Feliz aniversário, Natália Ribeiro hehe

Escuto uma batida na porta e mando entrar.

Entra uma mulher que deve ter uns 25 anos e uma criança que deve ter uns 7 anos.

- Olá Jackson, o que você tem príncipe ? - falo com o menino que olha pra sua mãe

- ele tá com muita tontura e morrendo de dor de cabeça direto, as vezes perde o equilíbrio

- Ah sim - me levanto e olho os olhos dele primeiro - Jackson você pode fazer um favor pra tia ? - ele assenti - fique parado de olhos fechado com os braços abertos por favor - e assim ele faz

Sabia, muito fácil de se descobrir

- pode sentar amor, pra sorte mamãe não é nada tão grave assim, é apenas uma labirintite, vou passar um tratamento de 12 em 12 horas ele deve tomar um comprimido de Betaistina durante 2 semanas, e indico que ele pare de comer chocolate do preto e refrigerante ou até mesmo café, acredito eu que isso ajuda nas tonturas

- É muito sério ?

- Não, eu mesmo tenho, dói mas só tomar esse remédio que vai tratar, se o tratamento acabar e não melhorar, volte aqui para tirarmos um raio x para ver se não é algo neural, mas acredito eu que não. - entrego a receita a ela

- Obrigada doutora - se levanta com Jackson que me olhar e sorrir

- Disponha, tome Jackson - dou um pirulito ao mesmo

- Tchau tia - me dá um abraço

- Tchau neném

Ele sai e assim continuo minhas outras consultas, era exatamente 13:00, quando Clara me avisa que Muralah está me esperando, arrumo minhas coisas e fecho minha sala.

- Volto daqui 40 minutos - aviso a Clara

- Tá certo doutora

Saio do posto e lá está ele, sem camisa como sempre e atraindo olhares.

- veio fazer o que aqui ? - pergunto

- a gente vai almoçar no seu Zé, porque não tem almoço em casa e Elisa tá transando

- ok, é melhor mesmo - ainda tô esperando meu parabéns seu fresco

Ele monta na moto e logo depois eu monto.

Filho da puta não vai me dar meus parabéns mesmo, é hoje que eu mato ele envenenado

- O que desejam ? - pergunta a neta de seu Zé

- dois almoços completos e eu quero uma cerveja

- quero um suco de limão - me levanto pra ir no banheiro - já volto - falo a Muralha

- já trago - escuto a mulher dizer

faço minhas necessidades e quando vou voltando pra mesa paro no balcão.

- Ei fia ? - chamo a menina que tá nos atendendo

- Sim ?

- tem como botar uma vodka misturada no suco? só um pouquinho.

- tem sim

- Valeu parceira

Sento na mesa e muralha tava mexendo no celular, ele mal mexe nessa merda, agora nem olhando p mim tá. Pego meu celular e vou olhar se pelo menos Gabi me mandou os parabéns e nada, quer saber? foda-se, nem ligo mesmo.

- Aqui está o pedido de vocês - ela pisca o olho p mim e eu sorrio

Como toda minha comida e depois tomo meu suco, ela exagerou na vodka mas tava perfeito, não tava bêbada só precisava relaxa, por que ainda tinha serviço.

- Obrigada pelo almoço, mas tenho que voltar p posto

- eu vou te levar

Ele deixa o dinheiro na mesa e a gente vai pro posto.

- Eu venho te buscar

- Tá certo - tô me virando quando ele me puxa p um beijo

- Sabia que tinha bebido - ele fala quando senti o gosto da bebida na minha boca

- Como?

- Te conheço Natália - ele liga a moto e sobe o morro

Passo por Clara que estava no telefone e não quis incomodar, vejo que as fichas já estavam comigo mesmo.

Atendo mais alguns pacientes mas minha vontade de beber tá enorme, peço pra Clara mandar um dos vapores trazer café pra mim, eu nem posso tomar mas as vezes né

- Aqui doutora - ela entra com meu café

- pode mandar o próximo entrar

- Tá certo

Ela sai e logo entra um homem

- O que senti, Igor ? - aí viro meu rosto para saber sua fisionomia e que fisionomia viu, mamãe caprichou viu

- Né nada demais não, só essa bala aqui - ele me mostrou o ombro

- Aí meu Deus, deite ali - aponto para maca - tem como tirar sua camisa?

- sei que tá querendo ver meu corpinho doutora

- Não seja doido, rapaz - falo pra ele e abro a porta - Clara vá no depósito e traga uma anestesia local para mim e coisas para um curativo, rápido por favor

Volto para meu paciente que está sem camisa, e não pude deixar de repara no tanquinho, magnífico, mas prefiro o do meu né.

- Eu sei, sou muito gostoso

- você se acha né ?

- sei reconhecer pessoas bonitas, tanto que a senhorita é muito bonita

- doido pra levar outro tiro

- seu ? com todo prazer

- do meu marido - nunca tinha chamado muralha de marido foi estranho

- enfrento até o capeta por você, moça bonita

- como levou um tiro?

- O tiro não era pra mim, meu vizinho devia dinheiro a Muralha, fui me meter, levei o que não era meu

- devia ? não deve mais ?

- claro, ele pagou e tá vivo, não precisa ficar com medo

- Não tô, sou acostumada com muralha

Logo Clara entra com tudo que eu preciso, dou a anestesia local, e tiro a bala de dentro, e dou um leve ponto, não era necessário mas é melhor prevenir do que remediar, fiz o curativo e pronto, novo em folha.

- Prontinho, está novo em folha

- Obrigada doutora

- Disponha, ah sim tome esse anti-inflamatório e troque sempre o curativo

- Tá certo

Ele sai e atendo mais algumas pessoas, quando felizmente dá minha hora e vejo que Gabi me pediu pra ir na casa dela.

- Tchau Clara, até amanhã de tarde.

- até doutora

saio do postinho e Muralha está a minha espera

- vou pra casa de Gabi, tá ?

- Tá certo, vou na boca ainda resolver uns bagui

- deu tiro em quem hoje ?

- errei um tiro na verdade, mas claro que tu já sabia

- claro, tive que tirar bala.

- então sabe que o homem que se meteu na frente.

- sei sim

- Entregue - falou assim que chegamos na frente da casa de Gabi

- Valeu - dou um beijo no mesmo e entro

A casa tava um silêncio só.

- GABI ? - gritei

- TÔ AQUI EM CIMA

Subi até seu quarto e ela estava de roupão

- O que houve ? - pergunto a mesma

- Vamos sair hoje

- Pra onde ?

- Comemorar

- O que ?

- Que eu consegui escolher mesmo o nome do Rafa, que eu consegui um emprego pra quando ter o Rafa

- Aí amiga, onde ?

- Numa boutique no Leblon, minha mãe que arrumou pra mim, tô tão feliz Nath - ela esqueceu tambem

- que bom amiga, vou em casa me arrumar então

- sua roupa tá aqui bobinha - ela me mostra uma sacola com uma roupa nova

- Mas tá nova

- eu comprei pra usar, mas tô muito gorda e vou ser mãe, não vai combinar comigo.

Achei estranho, mas tava tão chateada por ninguém ter lembrado que decidi não opinar sobre o assunto.

Tomei meu banho e vesti a roupa, Gabi fez uma make em mim e botei meu tênis, soltei meus cabelos que estava lindo, pronto. Eu tava muito gata, mesmo que estivesse triste, eu tava gata

- como diria Eli : caralho que gata

- Obrigada, cadê minha bolsa ?

- eita, esqueci

- Tu sabe que eu não ando sem bolsa

- Vamos buscar na tua casa

- Aff, tá certo

- vou chamar Matarindo pra levar a gente, tô grávida não posso andar muito

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