No Morro romance Capítulo 50

Guilherme/Lobão- Narrando

Vê ela daquele estado me partiu o coração, eu não acreditava que eu não tinha conseguido proteger ela, eu tava com medo de perder ela, o medo que eu jamais tive me senti sem chão e sem vida, se ela morresse me levaria com ela pois eu já não me imaginava sem as brigas de manhã, sem o mau humor, sem os surtos, sem as tapas, sem os xingamentos, sem os comentários escrotos, sem as brincadeiras, sem o cafuné dela, sem o cheiro de morango dela, eu não me imagina sem ela em nenhum dia de minha existência.

- onde ela tá? - Sol chegou junto com minha mãe e o Rafael

- em cirurgia, não sei como ela tá- falei, Igor tinha ficado para queimar os corpos e eu tava esperando há 4 horas algum médico falar comigo

- ela tava muito ruim? - Rafael perguntou

- tava muito - falei e senti meu coração apertar

Eu continuei esperando, eu esperaria quanto tempo fosse preciso, eu tava com sono e com um tiro no braço, sentia latejar mas não queria sair de lá, de jeito nenhum.

- moço, tá sangrando - uma enfermeira velhinha falou e eu apenas encarei ela

- eu sei, levei um tiro - falei e ela continuou do meu lado

- posso fazer uma sutura? - perguntou e eu neguei - levo 20 minutos - falou e eu fitei ela de cima a baixo

- ele vai sim, levanta porra, quer tá morto quando ela acordar ? - minha mãe falou e eu segui a velhinha lá

Ela limpou o buraco de bala, passou um negócio pra não inflamar e me deu um remédio lá, demoro uns 20 minutos mesmo, ela tentava puxar assunto, acho que para me distrair da dor

- esperando algum parceiro? mulher? filho? - perguntou e eu encarei ela

- mulher- apenas respondi isso

- quer que eu procure saber como ela está? - perguntou e eu olhei para ela assentindo

- valeu mesmo

- tô aqui para ajudar- falou me dando um sorriso

Depois de uns minutos voltei lada sala de espera e nada de médico nenhum, se estavam querendo me deixar putão, conseguiram.

Senti meus olhos fecharem, tava cansadão e aquela velha do caralho tinha me dado alguma coisa certeza, filha da puta, eu nem tava com tanto sono assim.

Rapariga velha, por isso não confio em velho, nunca confiei gente velha tem nada a perder mais não porque iam se preocupar, na moral que ódio vou encher de pipoco aquela filha da puta, ela duvide de mim, deixa só eu acordar nessa porra

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Acordei com minha mãe me balançando, olhei pro lado e vi os outros dois dormindo e o médico na minha frente, fiquei logo na ativa, sono passou rapidão

- qual foi ? - pergunto

- ela tá bem, os danos foram muitos mas graças a deus, ela é muito forte e aguentou muito bem as 12 horas de cirurgia, ela ficará na uti sedada por 2 dias para permitir que seu corpo descanse e se hidrate, ela vai tomar soro constantemente até sair da uti e ter condições de ir para um quarto

- ah, sim valeu doutor - falei e ele apenas assentiu

Tava espertão já e sabia que agora eu não podia fazer nada, a não ser ir para casa, resolver as coisas.

Acordei Sol que foi correndo diretão pro lixeiro e vomitou um mói logo uma enfermeira chegou junto e botou ela numa sala e eu iria esperar ela

- Tomem, chamem um carro e avisa a Igor que tô no hospital ainda - falei a Rafael e dei uma grana a ela

- Se cuida e depois me confirma o que a Sol tem - me lançou um sorriso e meteu o pé

- Tiramos seu sangue, daqui a 30 minutos voltaremos com o resultado - enfermeira falou e eu me sentei ao seu lado

- tu sabe que ela vai ficar boa né? - me perguntou mas acho que era apenas para ela acreditar

- ela vai sim, quero filhos pô - falei e Sol riu comigo

- ela falou que te amava? - perguntou

- primeiro me chamou de filho da puta e disse que tava com raiva de mim - falei e sol riu mais uma vez

- é o jeito dela se demonstrar, vai dizer quando que ama ela? -

- ela sabe dessas fita ai - falei

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