Nossa Vida a "Três": Muito Apertado! romance Capítulo 13

A Sra. Barcelos estava feliz, e toda a família compartilhava de sua alegria. Durante uma refeição, ela entrou na sala e me trouxe um par de esplêndidos brincos de esmeralda.

Com elegância, levantei os brincos e continuei a elogiá-los, até que percebi a expressão fechada de Sófia e coloquei os brincos na mesa à sua frente.

Todos acompanharam meu gesto e viram a cara de inveja de Sófia.

"Mamãe, dê os brincos para a Sófia. Ela parece gostar também, então não vai precisar me pedir mais" - sugeri.

A Sra. Barcelos deu um tapinha no ombro de Sófia e me devolveu os brincos, dizendo: "Não, ela ainda é muito nova para isso".

Sófia apitou, e as lágrimas que ela estava segurando a noite toda finalmente caíram.

Ainda assim, não me senti tão aliviada quanto esperava.

Eu amava o Otávio, e o amor não desaparece no momento em que se fala em divórcio.

Por amor, pela primeira vez, senti ciúmes da Sófia.

Fiz Sófia chorar, achei que tinha vencido a disputa…

Mas ela sempre teve alguém para defendê-la.

Otávio pegou a caixa de brincos com facilidade e a jogou na frente de Sófia: "Mamãe, guarde isso para passar para sua filha. A Elvira pode ficar com o que eu dei para ela".

Otávio estava sério, mas a Sra. Barcelos não percebeu a irritação dele e brincou: "Esse meu filho, até parece que a Elvira não é minha filha também, que possessivo".

Ele não era possessivo comigo, só estava irritado por eu ter tirado algo da irmã dele.

As lágrimas de Sófia ainda estavam frescas quando ela veio até mim, pegou minha mão e disse: "Elvira, isso é para você, eu não queria pegar".

Peguei um lenço e enxuguei gentilmente suas lágrimas, dizendo com sinceridade: "O que seu irmão lhe der, você aceita. Se você quiser, ele pode lhe dar o mundo inteiro, isso não é nada".

Se até o irmão dela era dela, o que ela não poderia ter?

Percebi que Otávio estava satisfeito com minha atitude.

Não adianta, não posso ganhar.

Eles estavam todos felizes, e usei meu cansaço como desculpa para subir. Depois de tomar banho e me sentar em frente ao espelho para aplicar meus cremes, a Sra. Barcelos bateu na porta e entrou, segurando outro presente.

"Mamãe sabe que você sofreu todos esses anos, mas Sófia sempre foi mimada. Como cunhada, você tem que dar espaço a ela."

As mãos bem cuidadas da Sra. Barcelos tocaram gentilmente o topo da minha cabeça, convidando-me a me aconchegar em seu abraço.

Será que ela sabia que eu havia sofrido?

Mas, até aqueles últimos dias, eu não havia me sentido assim.

Meu marido era o homem que eu havia amado por tantos anos. Não vivíamos em uma lua de mel constante, mas havia respeito mútuo. Meus sogros me tratavam bem e eu tinha uma cunhada adorável. Será que essa vida feliz, aos olhos dos outros, era sofrimento?

Uma grande teoria da conspiração se formou em minha mente.