Nossa Vida a "Três": Muito Apertado! romance Capítulo 12

A atmosfera outrora monótona repentinamente se encheu de barulho.

Mesmo tentando descansar com os olhos fechados, Sófia não me dava trégua, insistindo para que eu e Otávio continuássemos conversando com ela.

"Irmão, estou muito feliz por você e Elvira terem vindo me buscar, espero que da próxima vez que vocês saírem para se divertir ou comer algo gostoso, me levem junto. Quero que nossa família seja feliz todos os dias, assim como hoje".

Eu não respondi, o Otávio também ficou em silêncio, até que a Sófia insistiu: "Irmão, por favor, hein?".

"Sim."

A resposta de Otávio não foi suficiente, então ela se voltou para mim, repetindo sorrateiramente: "ElviraElviraElviraElviraElvira...".

"Sim."

Foi tudo o que consegui responder.

"Fico mais tranquila. Vocês não podem mais brigar, ok?"

Eu costumava brincar que ela era uma garotinha travessa, mas agora eu só conseguia ver como ela era astuta.

Com seu irmão como foco, e eu como o ponto de sua órbita, usando seu lamento para nos fazer ver claramente a interação entre nós.

Ela foi bem-sucedida.

Quando chegamos à antiga casa, Sra. Barcelos, Amália, me deu um abraço caloroso antes de me arrastar para a cozinha.

Percebendo que eu havia machucado minha mão, ela a pegou com cuidado e soprou nela, perguntando com preocupação: "O que aconteceu, está doendo?"

Retirei a mão, mas só de pensar já me doía o peito.

Eu não queria falar muito sobre o incidente no hospital e dei de ombros quando ela me trouxe um suco diferente.

"A mamãe foi para a Cidade A recentemente, e há um hospital muito famoso lá. Fiz questão de comprar isso para você, para ajudar na sua recuperação."

Ele falou tanto que começou a tossir violentamente.

Tendo passado a primeira metade de sua vida trabalhando arduamente para o Grupo Barcelos, ele havia desgastado sua saúde, caso contrário não teria se aposentado tão cedo para viver uma vida de pesca e descanso.

Mas, à medida que sua saúde piorava, toda a sua energia era gasta em visitas ao hospital e, sem outros hobbies para distraí-lo, ele só conseguia se concentrar na continuidade da família.

Dei um tapinha em suas costas, tentando acalmá-lo com algumas palavras, enquanto Otávio comprimia os lábios, satisfeito por eu não ter mencionado a separação, com um sorriso aparecendo em seus olhos enquanto ele engolia o remédio.

Inclinei-me para depositar um beijo em seus lábios: "Assim fica menos amargo".

Pude ver pelo canto do olho que o sorriso no rosto de Sófia havia se congelado.

Na presença de pessoas que não sabiam da situação, eu não tomaria a iniciativa de estourar aquela bolha. Se alguém não aguentasse mais e sinalizasse o fato, não poderia me culpar.

Quanto mais me aproximo da verdade, mais medo tenho, mas também não consigo controlar meu desejo de testar os limites...