Nossa Vida a "Três": Muito Apertado! romance Capítulo 219

Fiquei paralisada por um momento, sem sequer ter a chance de observar o luxo da suíte privada, pois meu olhar foi imediatamente capturado pelo homem à minha frente.

Eu e Otávio estávamos colados um no outro, nossos rostos tão próximos que eu podia ver claramente a barba por fazer sobre seu lábio, que sob a luz bizarra do ambiente adquiria um tom levemente azulado.

O cheiro de cigarro dele era intenso, substituindo o aroma de chá que eu tanto gostava antes. Tentei empurrá-lo, mas ele segurou meus braços, puxou-me pela nuca e forçou um beijo ainda mais intenso...

Minhas lágrimas vieram sem que eu percebesse, cada piscar trazia uma sensação de frescor, e meu coração se esfriava, até que ele sugou todo o oxigênio que restava em meus pulmões antes de finalmente levantar a cabeça.

Seus olhos estavam vermelhos, fixos em mim. "Você quer que eu faça isso com outra pessoa?"

Com uma mão, ele apertou minha bochecha e deu um beijo leve em meus lábios. "Eu beijaria outras pessoas assim!"

Eu observava o movimento de sua garganta, deixando meu olhar vagar lentamente até seu rosto e aos seus olhos carregados de emoções indefinidas. Parecia que meu coração estava bloqueado, respirar se tornava difícil.

Como se não achasse que eu estava sofrendo o suficiente, ele agarrou meu peito e disse, "Eu poderia brincar com o corpo de outras mulheres assim, e você não se importaria?"

Eu balancei a cabeça, incapaz de conter o soluço. "Chega, me solte! Não me toque!"

De repente, me senti extremamente triste e injustiçada. O que importava se eu me importava ou não? Quando foi que Otávio realmente se importou com o que eu sentia!

Se ele tivesse definido seus limites com Sófia mais cedo, agora ele estaria aqui, acariciando minha barriga, pensando em como cuidar de mim durante a gravidez!

Como chegamos a esse ponto!

Ele apertou minha bochecha, forçando-me a olhar em seus olhos. Sob a luz distorcida, seu olhar parecia surreal, quase doloroso. Ele sussurrou, "Elvira, uma vez que essa porta se abrir, não podemos voltar atrás."

A mão dele cobriu a maçaneta, e ele me abraçou por trás, beijando minha bochecha. "Elvira, vamos começar de novo!"

Virei meu rosto, sentindo seu hálito quente carregado de um cheiro de cigarro que eu detestava ainda mais agora.

Meu olhar de repulsa se encontrou com o dele, e um sorriso frio brotou em meus lábios. "O que você quer dizer?"

Ele beijava meu pescoço, murmurando de forma ininteligível, "Nós temos um lugar para onde voltar, para quando você acabou de voltar da lua de mel, fingindo que não sabia que você estava tentando me enganar, e então nada disso teria acontecido, estaríamos quites."

Refleti sobre suas palavras, voltando a mim. "Quites?"

Eu me lembrava daquela época. "Como assim, quites? Você ainda escolheria Sófia sobre mim, nunca estaríamos quites!"