Nossa Vida a "Três": Muito Apertado! romance Capítulo 220

Parei para pensar, e entre mim e Otávio, parece que nunca houve uma grande inimizade.

A questão era que sempre havia outras mulheres entre nós, algo que eu definitivamente não podia e não queria tolerar.

Um Otávio assim, eu não podia aceitar, por mais que o amasse, tinha que desistir.

Meu corpo se jogou para trás, e Otávio, pego de surpresa, recuou alguns passos. Eu queria sair, deixar este lugar para ele e suas novas conquistas. Eu tinha que ir!

Mas Otávio não me deixou fazer como eu queria. Sua paciência havia se esgotado. "Elvira, com toda essa confusão do meu pai, estou perdendo a cabeça. Você não poderia aguentar um pouco por mim? Quando meu pai se for, ninguém mais vai falar da gente. E daí que não temos filhos? Eu não preciso de filhos para ser feliz, eu sei que você está sofrendo, mas isso tudo é temporário."

Eu forcei um sorriso amargo. "Otávio, o que está entre nós, já não pode ser simplesmente descrito como 'sofrimento'."

Eu disse baixinho, "Eu também quero que isso acabe logo."

Abri a porta.

Lá fora, algumas moças elegantes espiavam curiosas para dentro.

Uma delas se mostrou insatisfeita. "Ah, qual é? Como assim já tinha uma mulher aqui?"

Elas entraram animadas, formando uma fila na entrada.

Eu ri, discretamente. Claramente não era uma prostituta, mas a maneira como se apresentavam era bem humilde.

Homens como Otávio, se quisessem, nunca estariam sozinhos. Por que eu deveria me prender a isso?

Eu estava pronta para ir embora, quando a garota que falou antes me parou, me puxando para perto dela. "Você não pode ir, foi rejeitada pelo Diretor Barcelos? Olha só, você vai ver como o Diretor Barcelos me mima! Isso é o que você ganha por não ser justa!"

Sua fala me deixou atônita, chegando até a considerar sua sugestão de uma maneira masoquista.

Até queria ver como Otávio mimava as outras, se ele realmente beijava e acariciava outras mulheres como dizia.

Mas claro, eu não era tão ingênua. Me soltei da garota e saí para fora, fazendo pela primeira vez algo tão baixo quanto ouvir atrás da porta.

Otávio se aproximou delas, o tom manhoso das garotas era irritante. "Diretor Barcelos, é sua primeira vez aqui? É a minha também, que tal nos fazermos companhia e descontrairmos um pouco?"

Otávio sorriu. "Você bebe?"

Alguém me chamou repentinamente. Virei-me e vi Antônio Barros cercado por um grupo de pessoas, caminhando em minha direção, com aquela pequena estrela que eu havia visto antes ao seu lado.

"Acabamos de sair de um show, viemos para um jantar. São todos estrelas, não é bom ser visto em público assim, não me entenda mal." Ele correu até mim, coçando a cabeça envergonhado. "Por que você está aqui? Veio me procurar?"

Pela primeira vez, fiquei tão feliz em ver Antônio. "Você poderia me levar para..."

Parei de repente, ele ainda não sabia da gravidez. Se eu fosse para o hospital, ele faria muitas perguntas, e eu teria que contar.

"Você poderia me levar para o apartamento?"

Mal comecei a falar, e ele girou meu corpo, cobrindo meus olhos com suas mãos grandes.

Ele falou em tom grave, "Espera aí, vem uma tempestade de areia."

Meu corpo estremeceu, concordando com ele, esperando em silêncio.

Para mim, Otávio era como uma tempestade de areia da qual eu não conseguia fugir, pois já podia ouvir vozes femininas chamando com doçura, "Diretor Barcelos", "Diretor Barcelos".