Nossa Vida a "Três": Muito Apertado! romance Capítulo 271

"Eu não preciso mais te informar de quem eu gosto! Não sou funcionária da sua empresa, muito menos sua esposa. Diretor Barcelos, não se meta onde não deve!"

Fugir dele também era impossível, pois ele sempre encontrava uma maneira de aparecer na minha vida.

Olhei para ele com firmeza, não cedendo mais: "Você não estava doente? Deve ser cansativo fingir tanto assim, não é? Desde quando começou a mentir, hein? Desde o momento em que me ligou, até chamar o irmão dele para vir aqui... Rápido, não? Por mais próximas que sejam as famílias Barcelos e Barros, nem mesmo o Lisandro poderia ter chegado tão rápido..."

"Ah..."

Antes que eu terminasse de falar, uma face masculina e elegante se aproximou rapidamente, ocupando toda a minha visão. No segundo seguinte, senti minhas costas pressionadas com força contra a porta do carro.

Otávio segurou a parte de trás da minha cabeça com uma das mãos, com seus dedos deslizando lentamente e se enredando nos meus cabelos. No instante em que senti seu toque, um arrepio incontrolável percorreu todo o meu corpo.

O cheiro do homem era ao mesmo tempo estranho e familiar, envolvendo-me instantaneamente. Ele era dominador, assertivo.

Seu corpo firme pressionou-se contra o meu sem me dar chance de resistir. Sua língua fervente forçou a entrada em minha boca, engolindo todas as palavras que eu não havia dito, aprofundando o beijo.

De repente, meu sangue pareceu congelar.

Houve um som alto de batida não muito distante. Olhando por cima do ombro de Otávio, vi Antônio preso no banco do passageiro, esmurrando a janela repetidamente, com os olhos arregalados de fúria.

Seu olhar carregava raiva, mas não conseguia esconder a extrema mágoa, como um cachorrinho abandonado pelo dono, fazendo meu coração apertar de repente.

Comecei a me debater freneticamente, mas para Otávio, parecia mais um flerte sem dor. Ele segurou minhas mãos trêmulas acima da minha cabeça, beijando-me apaixonadamente.

Em plena luz do dia, perto da estação de TV, um ex-marido pressionando sua ex-esposa contra ele...

Antônio pressionava a testa contra a janela, e parecia estar gritando desesperado por mim, mas eu já não conseguia ouvir nada. Tudo o que via era o homem à minha frente, que agora se agachava lentamente. Senti minhas forças se esvaírem e, sem perceber, acabei desabando no chão também.

"Foi tudo culpa sua! Você fez de propósito!"

Otávio me pegou do chão e me colocou dentro do carro, sentando-se ao meu lado.

"Veja bem, ele não é nada, eu nem preciso fazer nada com ele."

Encostei-me na porta do carro, olhando-o com desconfiança: "Ele tem suas qualidades, você não tem o direito de menosprezá-lo!"

Otávio esfregou a testa, sorrindo ironicamente: "Você já o está protegendo mesmo sem ter nada com ele, não é? Ele ainda tem uma chance, mas a Família Barros jamais permitiria um segundo caso de 'amor cego'. Você entende melhor do que eu o que significa não ter poder em famílias como a nossa. Se há alguém a quem culpar, Elvira, culpe a si mesma. Se você insistir em ficar com ele, ele nunca conseguirá se reerguer."