Nossa Vida a "Três": Muito Apertado! romance Capítulo 300

Como era de se esperar, Dalmo aceitou a posição de assistente sem sequer discutir o salário.

Ele esvaziou sua mala de viagem, descartando todos os itens que havia preparado para uma viagem ao exterior, substituindo-os por objetos de uso diário e roupas mais leves.

Na manhã seguinte, embarcamos juntos em um voo com destino à Cidade C.

Fomos recebidos por representantes de uma empresa local muito influente, que nos convidaram para uma refeição logo após o desembarque. Negociar durante a refeição me deixava um pouco apreensiva, especialmente pela inevitável questão das bebidas, mas, felizmente, Dalmo estava ao meu lado.

Pensei que, após o jantar, iríamos descansar no hotel, mas acabamos arrastados para outro compromisso.

Dalmo já estava acostumado com esse tipo de situação: "Quando eu trabalhava com a Diretora Gracie, isso era parte da rotina. Questões comerciais e disputas legais são diferentes - talvez você seja o único realmente preocupado com o caso."

Concordei - compreendia o que ele queria dizer. Se eu desejava me tornar uma pessoa influente na minha área, esses passos eram essenciais.

Esforcei-me para manter o ritmo, até que, com passos vacilantes, Dalmo e eu finalmente pudemos sair.

Queria revisar os pontos principais discutidos durante a refeição, mas me sentia incapaz de organizar os pensamentos.

Fomos levados aos nossos quartos e, antes que pudesse trocar de roupa, ouvi batidas na porta. Pensei que fosse Dalmo, querendo discutir algo, e rapidamente fui atender.

Porém, antes de ver quem estava ali, um pano branco foi pressionado contra meu rosto, e tudo ficou escuro.

...

Acordei ao som de desculpas murmuradas por um homem.

"Desculpe, Diretor Barcelos, eu não sabia que a Sra. Gattas era sua esposa. Fique tranquilo, ela está em segurança. O sedativo que usamos será processado pelo organismo sem deixar qualquer efeito colateral."

A voz fria de Otávio não demonstrava emoção: "Sem efeitos colaterais? Então, explique por que ela ainda não acordou."

O homem parecia desesperado, incapaz de responder.

"Diretor Barcelos, eu realmente não sabia que o caso era de responsabilidade de sua esposa. Apenas soubemos que uma advogada de prestígio foi contratada para nos pressionar publicamente, e optamos por isso na falta de alternativas."

Minha cabeça girava, e uma dor intensa me consumia.

Olhei ao redor e percebi que ainda estava no hotel. Otávio realmente veio?

A conversa continuava do lado de fora: "Você sabe que, embora nossa empresa não tenha o tamanho do Grupo Barcelos, temos influência local. Até o vice-prefeito está acompanhando o caso."

Imediatamente me senti contrariada: "Você me salvou uma vez, mas isso não lhe dá o direito de interferir na minha vida..."

As veias na têmpora de Otávio pulsavam, sinal claro de sua irritação. Ele me interrompeu, claramente exasperado: "Interferir? Se eu não tivesse interferido, você provavelmente já estaria morta!"

Senti-me um pouco culpada: "Não é tão grave assim. Na próxima vez, serei mais cuidadosa. Foi só um pequeno contratempo, algo comum no trabalho."

"Pequeno contratempo?"

Otávio, com os dentes cerrados, disse: "Um belo 'pequeno contratempo'! Um contratempo que me impediu de coordenar um horário para decolar com um jato particular. Quase corri da Cidade S até aqui!"

Meus olhos se encheram de lágrimas: "Você não precisa se preocupar tanto. Sou responsável pelo meu trabalho. Mesmo que eu morra, será uma morte honrada..."

Queria dizer mais, mas, ao ver os olhos de Otávio umedecidos, perdi as palavras.

"Elvira, se você ao menos se importasse um pouco comigo, eu não precisaria te ver passando por tudo isso. Você me acusa de ter arruinado seu trabalho, mas, para mim, isso não significa nada. Se quiser, pode ter tudo o que desejar. Por que me assustar assim?"

De repente, ele avançou e me envolveu em um abraço apertado.