Nossa Vida a "Três": Muito Apertado! romance Capítulo 301

A casa estava impregnada com uma fragrância suave, mas sufocante.

Ele me apertava com tanta força que eu mal conseguia respirar.

"Me solte..."

Eu sussurrei, mas Otávio continuou imperturbável.

"Eu não sei o que você sente por mim agora, mas entre nós dois não há mais possibilidade."

Otávio endureceu, mas seguiu me segurando firme, como se não desse importância ao que eu dizia, como se não pudesse me ouvir. Ele sempre foi assim, preso no próprio mundo, sem ligar para os sentimentos dos outros.

"Pare de me vigiar, o que faço ou deixo de fazer não é da sua conta. Se algo realmente sério acontecer, Dalmo chamará a polícia por mim..."

"Se chamar a polícia resolvesse, acha que Dalmo teria me procurado? Você acha que eu não tenho mais o que fazer do que ficar te vigiando? Acha mesmo que é tão importante assim?" - Otávio suspirou fundo, impaciente: "Eu me intrometi onde não devia. Deveria ter ficado quieto e deixado você se meter em problemas, não é?"

Minha cabeça latejava.

Eu estava decidida a me afastar dele, mas, por algum motivo, parecia impossível cortar todos os laços.

Não queria ouvir mais nada das palavras vagas de Otávio. Empurrei-o com força: "Vá embora!"

Ele cambaleou, recuando para perto da porta.

Vendo a situação, empurrei novamente várias vezes, com tanta força que coloquei cada grama de energia do meu corpo nisso.

A raiva começou a brotar, tomando forma dentro de mim.: "Otávio, insistir em uma mulher só não tem graça. Você tem várias, uma a menos não faz falta. Não apareça mais na minha frente, só de ver você meu humor desanda, e chega a me dar repulsa!"

Otávio mal se mantinha firme na moldura da porta, com uma dor visível em seus olhos, enquanto ele rangia os dentes: "Você... você é uma mulher sem coração."

Levantei os olhos para ele, mas meu coração já não estava ali...

"Ou talvez eu devesse te deixar ficar e ainda te pagar um jantar como agradecimento?"

Sorri ironicamente, falando o contrário do que sentia.

"Posso ir ao hospital sozinha, posso ir sozinha para qualquer lugar neste mundo! Sem você, minha vida segue igual, não se ache tão importante, invadindo minha vida a toda hora. Nós nos divorciamos, entende? Di-vor-ci-a-dos! Como mais posso te explicar o que é divórcio? Isso significa que eu não preciso mais te ver, não quero sua bondade, Otávio, não a suporto! Você entende?"

Naquele instante, minha exaltação contrastava fortemente com sua calma. Ele fechou os olhos e, ao abri-los, segurava uma dor profunda: "Eu só queria te levar ao hospital."

"Eu não preciso!" - Afirmei com determinação.

Ele me colocou no chão e disse: "Tudo bem, estou indo."

O elevador chegou, e ele entrou sozinho. Quando as portas estavam se fechando, ele finalmente se virou.

Eu também estava prestes a sair, mas de repente percebi seus olhos, normalmente calmos e serenos, arregalados em surpresa.

Percebi algo estranho e, ao olhar, notei que o lenço em meu pescoço, sem que eu soubesse quando, havia caído silenciosamente no chão.

A porta do elevador abriu novamente. Ele correu até mim e segurou meus ombros, tremendo: "Como você se machucou?"