Nossa Vida a "Três": Muito Apertado! romance Capítulo 433

Houve um momento em que até cheguei a pensar que o homem no pé da escada queria desaparecer completamente na escuridão.

Mas ele era um homem cuja simples presença brilhava intensamente, como ele poderia se esconder?

Bastou apenas mostrar a metade inferior do rosto sob a aba do seu chapéu para eu reconhecer imediatamente quem era.

Quando Otávio estava prestes a ser descoberto, ele rapidamente abaixou a aba do chapéu e recuou pela escada.

Mas os meus irmãos ao meu lado eram incrivelmente ágeis.

Antes que eu pudesse reagir, quatro ou cinco homens já haviam detido Otávio e o empurraram na minha direção, “Mana, você conhece esse cara? Se não conhecer, vamos ter que chamar a segurança.”

“Olha só, se não é o grande empresário Otávio? Fazendo coisas erradas a ponto de começar a agir como um ladrãozinho?”, Hortencia não pôde deixar de zombar.

Dois meses sem vê-lo, e ele parecia ter perdido bastante peso. O terno que antes lhe caía tão bem agora parecia frouxo, fazendo-o parecer vulnerável sob a pressão dos outros.

Ele baixou ainda mais a cabeça, sem emitir um som sequer.

Ele parecia completamente fora de lugar ali, emanando uma aura de desespero.

Mas por que ele estaria desesperado? Eu não poderia acreditar que sua vulnerabilidade naquele momento fosse culpa minha, embora a pessoa que pediu o divórcio tenha sido eu, mas quem desapareceu abruptamente foi ele!

O que ele estava fazendo ali!

Aquele era o churrasco que Hortencia organizou para comemorar meu divórcio, definitivamente ele não deveria se encaixar ali.

Apesar das emoções turbulentas em meu coração, tanto eu quanto ele mantivemos a compostura, de modo que meus irmãos não puderam perceber o complicado emaranhado entre nós, e me perguntaram novamente se eu o conhecia.

“Não conheço.”

Desviei o olhar para o palco, onde um dos meus irmãos se dedicava ao seu samba, acostumado a lidar com todo tipo de situação, sem deixar que a presença de um estranho perturbasse sua performance.

“Você...” A voz rouca de Otávio finalmente se fez ouvir, como se fazia muito tempo que ele não falava.

“Levem-no embora, se não conheço, não conheço!” Hortencia acenou com impaciência.

Quando os meus irmãos foram para levá-lo, Otávio, não se sabe de onde, encontrou força para jogá-los para o lado.

Naquela noite, pela primeira vez, vi seus olhos. Ele levantou a cabeça, olhando diretamente para mim, “Você, vem comigo.”

Ele falava devagar, com uma voz rouca, como se realmente fazia muito tempo que não falava.