Nossa Vida a "Três": Muito Apertado! romance Capítulo 453

Um indivíduo que sempre teve tanto medo da dor, naquele momento, não conseguia se preocupar com mais nada. O som agudo das algemas chacoalhando era nítido, a voz de Sófia, embargada pelo choro, soava ainda mais desoladora no vento uivante.

"Otávio, Elvira fez a polícia me prender, minha mãe também está na delegacia agora. Se você realmente acha que a vida está difícil demais para continuar, se você pensa em nos deixar, eu e Dona Barcelos, então vá devagar. Espere que eu e Dona Barcelos o alcancemos, porque Elvira com certeza vai acabar com a gente!"

Ao ouvir isso, o olhar disperso de Otávio começou a se concentrar nos pulsos de Sófia, percebendo apenas então que ela estava algemada.

Ele moveu os lábios, perguntando, "Por quê?"

"Minha mãe foi incriminada por Elvira em um caso de desvio de fundos públicos, dizendo que ela estava envolvida. Eu não sei por quê, minha mãe só disse que Elvira queria se vingar!"

Otávio olhou para o céu azul com uma expressão vazia, pensando que era por sua causa que Elvira havia perdido seu filho, e por isso ela estava descontando em outros.

Ele falou calmamente, "Quando eu for, ela não vai mais culpar vocês."

Ele abriu os braços, dando um passo para trás sem hesitação, como se nada mais neste mundo pudesse segurá-lo.

Ele sorriu mais abertamente, o vento estava suave e o sol aquecedor, provavelmente seria a última vez que sentiria isso em sua vida.

Uma pequena pedra rolou de seu pé, e antes mesmo de tocar o chão, já estava completamente destruída.

"Otávio!" Sófia gritou, "Elvira não vai nos deixar em paz, eu posso ligar para ela!"

Otávio, ao ouvir a palavra "ligar", seus olhos desolados finalmente recuperaram um pouco de calor. Ele não disse nada, mas seus olhos estavam cheios de esperança.

Sófia não pôde mais se conter e ligou diretamente para Elvira.

O telefone, como uma bomba-relógio, começou a vibrar em minha mão, eu estava tão nervosa que minhas mãos tremiam e minhas pontas dos dedos perderam o calor, pressionando a tela várias vezes antes de finalmente conseguir atender a chamada.

"De jeito nenhum!"

Eu batia na janela com os punhos, frustrada, odiando a ideia que Otávio tinha.

"Os mortos não podem proteger os vivos! Eu lutarei até o fim com elas!"

Otávio deve ter dito isso porque ainda não sabia o que Sófia e Amália fizeram, se soubesse, não estaria falando assim por elas.

"Só se você escolher viver, você terá a chance de protegê-las!"

Eu segurei o choro e a raiva, ameaçando, "Se você descer do telhado agora, eu prometo, nós vamos conversar direitinho, vou te contar tudo o que aconteceu, se você estiver disposto a me ver, eu estarei no lugar que combinamos para começarmos de novo esperando por você!"