Nossa Vida a "Três": Muito Apertado! romance Capítulo 469

Na festa de comemoração, Antônio anunciou em alto e bom som que me contratara oficialmente como consultora jurídica especial de sua empresa.

Alguém apressou-se em elogiar: "Sra. Gattas é realmente incrível, desde que você se destacou internacionalmente há um ano, muitos devem ter desejado contratá-la, não é?"

"Não é preciso dizer, o título de grande advogada internacional não é para qualquer um. Mas, no final, só o nosso Diretor Barros poderia ter essa honra."

Antônio e eu trocamos um olhar e sorrimos levemente: "Agora ela não é apenas uma grande advogada internacional, mas também uma empresária de sucesso, uma jovem com inúmeros ativos sob seu nome. Melhor ficarem de olhos bem abertos, não vão querer ofendê-la e fazê-la ir embora!"

Eu ri e brindei suavemente com as pessoas à minha frente: "Chega de elogios, melhor elogiar o nosso presidente, senão ele vai começar a me colocar em apuros."

Na verdade, o sucesso do caso um ano atrás não se deveu apenas a mim. Quando as condições são favoráveis, vencer um caso é algo que flui naturalmente.

Foi nesse momento que comecei a ver Antônio sob uma nova luz.

O receio que seu irmão e seu pai tinham dele não era infundado. A realidade mostrou que, dado a chance, ele poderia levar qualquer coisa ao extremo.

Antônio percebeu que a empresa da família Feliz estava envolvida em uma longa batalha comercial com outra marca renomada. De alguma forma, em apenas três meses, ele conseguiu ganhar a confiança total do principal acionista da outra parte.

Ele se infiltrou na situação, fazendo ambas as partes acreditarem que a outra estava tentando uma aquisição hostil, e durante o processo de sondagem mútua, armou inúmeras armadilhas comerciais.

Antônio criou sua própria lenda internacional, reunindo 1,1 bilhão de dólares em apenas cinco dias para assumir o controle completo de duas das marcas de moda mais autoritárias do mundo, tornando-se o indiscutível novo magnata da moda.

Estávamos conversando quando meu celular começou a vibrar na bolsa. Pedindo desculpas, me afastei para um canto silencioso para atender.

O sorriso desapareceu do meu rosto assim que vi o número da chamada.

"Estela Barcelos, sua mãe? Sou a professora responsável pela Estela no Jardim de infância Santa."

Meu coração afundou, pois eu sabia que essa condição também é conhecida como autismo de alto funcionamento. Mesmo sem Nana dizer, eu sabia que havia uma possibilidade de ser hereditário.

Nana explicou que não havia cura para essa condição, apenas a possibilidade de minimizar o impacto na vida de Estela através de contato precoce com o mundo exterior, com um diagnóstico definitivo sendo possível apenas mais tarde.

Estela já havia passado por cinco creches diferentes, mas a resposta dos professores era sempre a mesma: Estela não conseguia se adaptar.

De repente, senti uma mão pesada em meu ombro, e Antônio perguntou com preocupação, "Só pode ser a Estela para te deixar com essa cara, não é? As coisas não foram bem dessa vez também?"

Eu apenas balancei a cabeça em concordância.

Ele continuou, "Não se preocupe, talvez Estela simplesmente não esteja se adaptando ao novo ambiente escolar. Vou procurar uma creche brasileira bem tradicional para ela, para que possa conviver mais com as crianças daqui. Você sabe como as crianças estrangeiras podem ser intensas, não é? Nossa pequena princesa Estela não gostar delas é totalmente compreensível."

Levantei meu celular até Antônio, com os olhos já marejados de lágrimas, "O professor me enviou um vídeo da câmera de segurança da escola, vendo a Estela sozinha em um canto, olhando as outras crianças brincando, meu coração se parte."