Nossa Vida a "Três": Muito Apertado! romance Capítulo 478

"É mesmo? Diretor Barcelos, se tiver passando por alguma situação complicada, pode vir falar com minha assistente. Dada a nossa história, eu não vou te deixar na mão."

Eu entendi a ironia nas palavras de Otávio e falei com uma voz mais grave, "Eu tenho confiança que posso lidar com processos de trinta anos."

Otávio soltou uma risada sarcástica e depois ficou em silêncio. Elvira realmente não tinha esperanças para ele.

Um processo de trinta anos... Provavelmente, ele carregava nas costas o peso de várias vidas, continuamente cometendo crimes ao longo desses anos...

Mas, pensando bem, ele sabia que Elvira tinha essa confiança.

No entanto, quando tudo o que ela possui agora não tem nada a ver com ele, ele não consegue aceitar isso tão facilmente.

Ele não pode abençoá-la. A maneira como se separaram foi tão amarga, a decisão dela foi extremamente cruel para com ele; nem ao se reencontrarem ela pediu desculpas.

Seu coração estava sendo rasgado por duas mãos invisíveis, metade em dor, metade em aceitação, moldando o rosto distorcido dele no escuro.

"Você deveria ir."

No silêncio, eu não sabia o que Otávio estava pensando e não queria saber. A única coisa que eu tinha certeza era que ele não pertencia aqui.

Eu estendi a mão para pegar o copo preparado para Otávio, planejando jogar fora a água, esperando que ele entendesse o recado para não insistir demais. Mas, no momento em que toquei o copo, aquele homem se moveu também.

Sua mão grande cobriu o dorso da minha, com força, e no segundo seguinte, meu corpo foi jogado contra o dele.

Com uma mão apoiada na borda do sofá, minha postura estava longe de ser elegante. Eu olhei para ele com raiva, encontrando um par de olhos frios, talvez ainda mais frios e indiferentes.

O calor do verão de repente se transformou em frio, como se tivesse caído num buraco de gelo, o frio se estendendo do meu pulso, congelando meu corpo como uma pedra rígida, sem saber como reagir.

Otávio falou, "Amanhã, às nove, venha ao meu escritório."

Um arrepio percorreu meu corpo, e quando levantei a mão para bater nele, ele segurou meu pulso e me pressionou contra o bar.

"Por que a agitação?"

"Não me toque!"

Otávio levantou as sobrancelhas, levantou as mãos em sinal de rendição e deu um passo para trás, "Você não acha que eu estou interessado em você, né? Não se engane, vim aqui apenas para te parabenizar. Nos últimos três anos, você gerenciou meu Grupo Gattas muito bem."

Com isso, Otávio virou-se despreocupadamente, caminhando com uma elegância extra, mas um pressentimento sombrio cresceu em mim.

Eu o segui e parei na frente dele, "Otávio, esclareça, o que você quer dizer com 'seu Grupo Gattas'?"

Apesar de seu rosto estar inexpressivo, eu não sei por quê, mas senti como se ele estivesse rindo loucamente. Sua voz não era agressiva, até mesmo suave e agradável, ele disse, "Amanhã, te espero no escritório."