Parte 6...
— O seu problema é que tem raiva da minha família e ainda as culpa por terem me mostrado o que seu interesse ganancioso estava fazendo comigo.
— Bem... - ela abriu os braços e soltou um suspiro cansado — Se é assim que pensa, melhor acabar com essa conversa por aqui, pois está pra lá de repetitivo e isso me cansa.
— Você só quer na verdade que eu fique implorando por sua atenção - ele levantou — Até parece que alguma vez na vida você já foi a um evento como esse. Não é para gente de classe baixa.
Ela riu de modo insolente. Já tinha ido a vários e ela mesma já organizara alguns em sua propriedade para arrecadar fundos para entidades que prestavam ajuda a pessoas e animais. Ela mesma era madrinha de duas ongs de ajuda animal.
— Ah... Você como sempre tirando conclusões precipitadas - enrijeceu — Não me conhece de verdade. Nunca quis conhecer.
— Não sei porque você continua com isso de orgulho ferido - riu zombando — No fundo é só uma caçadora de ouro como as outras. Pelo menos elas não se fazem de santinhas - a insultou — E você é como minha mãe diz. Uma qualquer.
— Vá embora! - gritou ofendida — Saia daqui!
Ele viu em seus olhos que conseguira machucar seu ego e não parou.
— É melhor mesmo você não ir. Não seria bom passar vergonha ao lado de uma mulher que não deve nem saber segurar o garfo direito. Duvido que no meio em que vive, saiba as regras básicas de etiqueta.
Anelise ficou vermelha de ódio. Chegou a pensar em lhe dar um tapa na cara pela ousadia e tremeu.
— Vou lhe mostrar onde pode enfiar um garfo agora, se não for embora - apertou os dedos.
Ele deu uma risadinha cínica e saiu.
Do lado de fora ele parou e puxou o ar fundo, esfregando o rosto com força, a raiva enchendo seu peito. Mas era raiva dele mesmo e não dela. Ele sabia que tinha perdido o controle, tanto ou mais do que ela, só que queria que ela se sentisse mal por negar esse prazer de novo e a fez se sentir como uma vagabunda.
Era um inferno esse desejo por ela que não passava nunca. Após o que ela lhe fez, ela a perdoara só para tê-la ao seu lado novamente.
Já sabia que não poderia ter sorte no amor, aprendera desde pequeno vendo as constantes brigas dos pais por causa das traições. Tendo o sangue do pai ele só podia ir no mesmo caminho.
Entrou no carro e foi para casa, pensando em como ele enlouquecia por causa de Anelise. Todos os seus sentimentos eram exagerados com relação a ela. Desde a primeira vez até agora, ela conseguia tirar o seu melhor e o seu pior.
Eram perfeitos juntos. Se ao menos ela não o tivesse traído e quebrado seu coração em vários pedaços.
Não era um fraco, mas sentiu que precisava chorar e isso ele só faria em seu quarto, sem testemunhas. Depois de dez anos ela voltava para sua vida e agora iria perdê-la de novo. Ele sentia isso.
Anelise não queria ficar com ele apenas por ficar, sem compromisso, sem o passado. E ela repetia que iria embora. O qu faria quando ela se fosse? Ele não tinha como segurá-la agora, assim como não teve antes. Estaria condenado a viver com o coração ferido.
No calor de sua cama ele se sentia agoniado. Anelise insistia em culpar sua mãe e sua irmã pelo erro dela. Elas não tinham culpa. Márcia era egoísta e mimada, mas não faria nada para magoá-lo e sua mãe tinha muitos defeitos, mas era louca por ele e jamais faria algo assim que fosse machucá-lo tanto. Anelise só queria um culpado pelos seus atos e usou as duas porque foram elas quem abriram seus olhos.
Comentários
Os comentários dos leitores sobre o romance: Nosso Passado
O poder do perdão é algo muito poderoso é realmente libertador......
Essa coisa de que ela tem q ficar persuadido ele como se ela fosse mãe e ele filho, tá um porre. Homem pode ser machista, liberal, idiota ou o q quiser, mas infantil e inconsequente não dá, pq o azar é dele, mulher não tem q ficar adulando infantilidade....