Nunca Atrasado, Nunca Longe romance Capítulo 1657

Cauã ficou furioso ao ver tamanha decadência do amigo. Incapaz de segurar a sua raiva, ele pegou a garrafa de Lucas e engoliu a vodca restante. Sentiu-se sufocado e tossiu algumas vezes, como se fosse cuspir sangue a qualquer momento. “Argh!” Realmente não entendo como uma bebida amarga pode afogar nossas tristezas.

Lucas parecia estar se gabando da tosse de Cauã. No entanto, o seu corpo tremia como vara verde. Depois que Cauã largou a garrafa, Lucas percebeu que estava vazia. Gaguejando, ele ordenou: “Traga outra garrafa!”

Desta vez, Cauã entendeu o que Lucas disse, e agarrou sua mão para repreendê-lo: “Você quer beber mais e morrer de overdose de álcool? Acha que álcool é como a água?”

Lucas inclinou a cabeça, deu um sorriso irônico e respondeu: “Sim, eu quero!”

O que você quer? Quer morrer? Cauã não verbalizou os seus pensamentos, pois o considerava um irmão de sangue e não tinha coragem de lhe dizer coisas tão desagradáveis naquele estado. Como tal, apenas olhou para o chefe em silêncio e ficou se lembrando das coisas que o incomodavam. Seu pouco dinheiro na carteira era insuficiente para arcar com toda aquela despesa. Por isso, ligou para Natália e pediu que ela levasse um cartão de débito.

“Chefe, sabia que está parecido com um bêbado que não tem casa?”

Embora Cauã estivesse falando com Lucas, parecia estar dizendo para si mesmo.

Lucas se endireitou quando viu Cauã ligar para Natália, e ficou esperando que ele desligasse a chamada para dizer: “Não tenho casa. Minha casa se foi há muito tempo.”

De coração partido, Cauã não sabia como confortar o amigo, e só lhe restou dar um toquezinho nas costas, mostrando algum tipo de apoio moral.

Apesar de seu autoritarismo tanto nos negócios quanto no campo de batalha, Lucas estava agora irreconhecível. Neste mundo, apenas Juliana poderia destruir a sua invencibilidade.

Cauã raramente falava de alguém pelas costas, mas não pôde deixar de amaldiçoar Juliana inúmeras vezes. Afinal, ele não conseguia entender por que Lucas continuava dando chances a essa mulher e ainda se embebedando por causa de alguém como ela.

Quando Natália chegou, um barman parou diante de Cauã, pedindo que ele pagasse a conta. Ela correu em direção a eles e mostrou o cartão de débito. “Deixe-me ver.”

O barman pegou o cartão e saiu. Antes de Natália perguntar o que havia acontecido, ela viu Lucas deitado na mesa ao lado de Cauã.

Lucas provavelmente se sentia muito melhor do que antes. Pelo menos, havia parado de choramingar e, apesar de ainda estar bêbado, estava deitado em silêncio.

Cauã disse: “Acho que o chefe não pode voltar sozinho. Além disso, não podemos levá-lo para a casa dos pais porque eles ficarão preocupados. Acho que devemos levá-lo para a nossa casa. Veja, ele não tem condições de se cuidar sozinho.”

No entanto, Lucas ouviu a conversa paralela e começou a se debater na cadeira. “Eu ainda posso beber. Não vou voltar.”

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