O Amor Perdido romance Capítulo 107

Às oito horas da manhã, nos subúrbios, a mansão de Credence estava toda iluminada.

Ele passou a noite em claro, seus olhos estavam vermelhos. Ele abriu a porta do escritório e saiu. De repente, ele ouviu a voz distante e exasperada de Maria, que vinha da direção do quarto de hospedes do primeiro andar.

“Senhorita Rosalie, você não pode sair jogando fora os pertences da Sra. Scott. E se a Sra. Scott precisar de alguma coisa quando voltar?”

Maria observou Rosalie ordenar que retirassem os pertences de Dorothy. Ela ficou furiosa.

Essa mulher, que era a irmã da Sra. Scott, embora parecesse ser doce e inocente, na verdade era uma víbora. Ela constantemente fazia investidas para cima do Sr. Scott, além de querer tomar o lugar da Sra. Scott. Ela era totalmente desavergonhada.

Durante todo este tempo, Maria não sabia o motivo da briga entre o Sr. Scott e a sua esposa. Fazia muito tempo que ela não voltava para casa, seu celular permanecia desligado e ninguém atendia.

Por causa disso, Maria estava muito aflita e ansiosa. Até mesmo feridas surgiram em sua boca, as quais ardiam de dor e mostravam seu estado de aflição.

A Sra. Scott era uma pessoa tão gentil e carinhosa, então por que o Sr. Scott não gostava dela?

Enquanto via os homens ocupados em transportar as caixas cheias de pertences de Dorothy, Maria parecia à beira de um ataque de nervos. Com agilidade ela se interpôs na entrada, com os braços abertos, na tentativa de bloquear a passagem. Então, ela encarou Rosalie sem medo e disse indignada, “Srta. Rosalie, pare. Diga a eles para pararem imediatamente. Deixe tudo onde está. Estes são os pertences da Sra. Scott e nenhum de vocês têm o direito de mexer nas coisas dela.”

“Calada!”

Rosalie, em seus saltos, correu até maria. Suas feições delicadas estavam deformados pela fúria enquanto ela falava: “Você é apenas uma empregada. Não cabe a você decidir o que posso ou não fazer.”

“Você está fazendo de tudo para proteger as coisas de Dorothy, mas não faz a menor ideia de que ela abandonou Credence para fugir com outro homem, não é?”

“Você acha certo, guardar os pertences de alguém que fez tanto mal para Credence?”

"O quê? Você acabou de dizer que a Sra. Scott fugiu com outro homem?"

A fúria fulgurou pelos olhos de Maria, ela encarou Rosalie com raiva. Então gritou: “Rosalie, eu conheço a Sra. Scott. Eu a conheço melhor do que você jamais conheceu. Pare de tentar caluniá-la”

“Para sua informação, a Sra. Scott ama apenas o Sr. Scott. Ela nunca abandonaria esta família por causa de outro homem.”

“Eu posso ser apenas uma simples criada, senhorita Rosalie, mas ainda sei distinguir o certo do errado. Então, vou lhe dar um conselho, desista de tentar conquistar o Sr. Scott.”

Depois de ser repreendida por uma simples empregada, Rosalie ficou irada e suas feições sombrias. Ela não conseguia mais manter a compostura, a gentileza e elegância. Tomada pelo ódio, ela pisou no paletó branco de Dorothy, com seus sapatos de salto, até deixar o tecido todo sujo. Então, abaixou-se, pegou-o e atirou a roupa para cima de Maria. Ela deu um sorriso malicioso e perguntou: “Quanto Dorothy está te pagando? Não se esquece de que quem paga seu salário é o Credence. Se eu quisesse, você já estaria demitida e no olho da rua!”

"Quem disse que eu quero demitir Maria?"

Quando Credence desceu as escadas, ele se deparou com os objetos pessoais e as roupas de Dorothy todos espalhados pelo chão do quarto de hospedes. As roupas que até então estavam todas limpas, agora estavam manchadas com a poeira das solas dos sapatos, do homens que desmontavam o quarto, deixando as roupas insalubres.

Seu coração encheu-se de raiva de repente. Ele virou-se bruscamente, para a direção em que Rosalie estavam e a encarou, “Quem lhe deu autorização para mexer nas coisas deste quarto?”

"Eu..."

O propósito daquilo tudo, era por que Rosalie queria saber qual lugar ela ocupava no coração de Credence.

A cena que testemunhou na noite anterior a encheu de ciúme, e a fez perder o sono.

Ela passou a noite inteira planejando qual seria a melhor maneira de causar um estardalhaço.

Se ela conseguisse tirar todos os pertences de Dorothy do quarto de hóspedes, sem que Credence notasse, isso significaria que os sentimentos dele por Dorothy eram superficiais. O fato dele ter ficado zangado ao ver a intimidade de Dorothy e Juelz seria apenas uma questão de orgulho ferido.

Especialmente porque ele era um homem poderoso, então quem abandonava os outros era ele e não o oposto.

Todavia, depois que ele se divorciou de Dorothy, ele notou que relutava em aceitar a separação, fosse por falta de vontade ou por não amá-la.

Mas, naquele momento, Rosalie temia o homem de olhos escuros à sua frente.

Ela estava cheia de arrependimento pelo que tinha feito.

“Credence, eu não quis fazer uma coisa dessas. Eu vi como você estava triste ontem. Além disso, você tem perdido muito peso e sua aparência anda meio deprimida.”

“Só estava muito preocupada com você. Pensei que se me livrasse das coisas de Dorothy, tirá-las da sua vista, talvez você se sentisse um pouco melhor!”

Em seguida, ela ergueu a cabeça e olhou Credence com olhar de vítima, seus olhos transbordavam de lágrimas.

Maria viu Credence e endireitou as costas. Ela não tinha medo nenhum, “Sr. Scott, logo de manhã cedo, a Srta. Rosalie entrou aqui trazendo um monte de gente com ela. Disse que você e a Sra. Scott haviam se divorciado, e que era desnecessário manter os pertences dela  neste quarto de hóspedes. Ela deu ordens para queimar tudo! Mas, são todos os pertences da Sra. Scott. O que a faz pensar que pode fazer o que quiser com as coisas dos outros?”

Após uma pausa, Maria finalmente perguntou: "Sr. Scott, mas é verdade que o senhor se divorciou da Sra. Scott?"

A Sra. Scott era uma pessoa tão boa e amava muito o Sr. Scott, porém ele sempre se fez de desentendido e a ignorava. Ele agia daquela maneira por causa dessa megera.

Ela olhou para Rosalie, que fingia estar arrependida do que fizer, mas não se esquecia de lançar um olhar sedutor para o Sr. Scott. Maria contorcia-se de raiva.

Credence olhou indignado para Maria, então ele se recordou de que desde que Benjamin havia decidido entregar a Dorothy uma certidão de divórcio falsa, a verdadeira ainda estava trancada em um cofre, no seu escritório.

Tinha sido carimbado com o selo do Gabinete de Assuntos Civis. Tudo tinha sido feito conforme a lei.

Ele e Dorothy eram realmente divorciados!

Contudo, ele não queria deixá-la ir. Então, qual era a diferença de estar ou não divorciado?

“Coloque tudo de volta no quarto. Deixe tudo como estava antes desta bagunça.”

"Sim, Sr. Scott."

Maria lançou um olhar fulminante para Rosalie e então pediu para os carregadores trouxessem tudo de volta para o quarto.

Rosalie estava furiosa e no limite de um surto. Suas longas unhas deixaram marcas em suas palmas, pois cerrar os punhos com muita força. Todo seu corpo tremia de dor, o que a ajudou a recobrar os sentidos, então ela rapidamente recuperou a compostura.

Ela olhou para Credence e começou a chorar de culpa: “Credence, eu fiz isso por conta própria. Sinto muito. Não consigo parar de pensar no sofrimento que Dorothy me fez passar naquele estacionamento...”

“No estacionamento? Que mal ela pode ter te causado lá?”

Credence a fitou com intensidade, um brilho frio faiscou em seus olhos.

Comentários

Os comentários dos leitores sobre o romance: O Amor Perdido