Caleb e Linda estavam confusos. Eles se encararam por alguns segundos. Então, Caleb finalmente teve coragem e perguntou: “Mas, o que isso significa Credence?”
Credence estreitou os olhos enquanto acendia um cigarro. Ele deu uma traga e voltou seu olhar para Victor.
Victor entendeu o olhar penetrante de Credence, ele sabia o que queria dizer. Ele deu dois passos para frente, parando na frente de Caleb e Linda. Então, ele mostrou a pilha de evidências irrefutáveis, as quais trabalhara muito para poder compilar. Em seu rosto astuto abriu-se um sorriso desdenhoso.
Victor pigarreou duas vezes e em seguida falou com fervor e segurança: “Há dois anos, o pai do Sr. Scott caiu da varanda. A princípio, parecia que Dorothy o havia empurrado, mas as evidências sugerem outra coisa. Muito provavelmente, Dorothy foi incriminada, além disso, a pessoa que a fez assumir a culpa, ao que tudo indica, esta pessoa é Rosalie, sua própria filha.”
"Isso é impossível."
Caleb estava há anos no mundo dos negócios. Ao contrário de Linda, que estampava um olhar vazio, ele entendeu o que estava por trás das palavras de Victor. Ao olhar para o rosto austero de Credence, o pânico inundou seu coração e ele começou a suar. Ele tratou de logo se explicar: “Credence, deve haver um engano. Rosie te ama e só ama a você. Como ela poderia tentar fazer algo contra o seu pai? Eu conheço muito bem a filha que eu tenho. Embora, Rosie, às vezes, tenha acessos de raiva ela nunca machucaria seu pai. Por que você não investiga melhor esse assunto...”
Finalmente, Linda recuperou os sentidos e defendeu Rosalie com unhas e dentes: “Credence, esta investigação já não estava concluída? Foi Dorothy quem empurrou seu pai da janela, para ele bater a cabeça e entrar em coma. Por que você de repente começou a suspeitar de Rosalie?”
"Isso é impossível, simplesmente impossível. Rosie é uma pessoa gentil, ela nunca faria uma coisa dessas."
Quatro anos atrás, o pai de Credence tinha gostado da amável Dorothy, por outro lado ele detestava a amargurada Rosalie. Ele tinha elaborado um plano para fazer Dorothy dormir com Credence. O resultado disso, seu filho casou-se com Dorothy.
Rosalie, não alcançou seu objetivo de se casar com Credence, até mesmo guardava rancor do pai dele. Ela gastou uma pequena fortuna para subornar o velho mordomo da família Scott, Roger – foi ele quem colocou os alucinógenos na comida. Então, mesmo que Dorothy tivesse acabado de entregar um presente ao velho Scott, para quem os observava, parecia que Dorothy de fato o empurrara da varanda.
Rosalie executou seu plano em sigilo e de maneira meticulosa, ela nunca chegou a contar a seus pais. Ou seja, Caleb e Linda realmente acreditavam na inocência da filha.
Ao ouvir isso, Credence deu um sorriso cruelmente frio. Seus olhos encontraram os de Rosalie, que descia correndo do segundo andar. Apesar de ter sido por uma fração de segundo, Rosalie sentiu como se estivesse sendo observada por uma ave de rapina. Seu corpo todo tremia e as lágrimas logo vieram aos olhos e mancharam seu rosto delicado, belo e puro. Ela gritou: “Credence, não fui eu. Acredite em mim, eu não fiz nada contra o seu pai.”
Ela ergueu a cabeça e olhou para Credence em transe. O afeto e a devastação em seus olhos só podiam ser sentidos por ela mesma, e por ninguém mais.
Credence sorriu com desprezo e foi até a mesa de centro. Ele mostrou uma foto dela e Roger, conversando em segredo, em uma pequena cabine. Ele jogou na cara dela, dizendo: “Então, por que você foi procurar Roger um dia antes do acidente do meu pai? Ele sempre foi um homem saudável, de repente começou a ter problemas gástricos e precisou ser levado para o hospital, como você explica isso?”
Rosalie encarou a foto, que era uma evidência incontestável, ela era culpada, um mau pressentimento crescia em seu coração. No entanto, ela ainda tentou manter as aparências e a calma. Ela balançou a cabeça com veemência e exclamou: “Foi uma coincidência encontrá-lo enquanto eu fazia compras naquele dia. Eu tinha ido comprar algumas frutas, das quais você gostou. Credence, você não acredita em mim?”
“Pode ter certeza Credence, de que vou fazê-lo acreditar em mim.”
De repente, ela pegou uma faca de frutas, que estava afiada. Ela cerrou os dentes e apunhalou o próprio pescoço com a faca.
O sangue fresco começou a jorrar imediatamente.
A dor excruciante que pulsava do ferimento, roubou a cor do rosto de Rosalie. A mão que empunhava a faca tremia incontrolável. Quando ela viu Credence encarando-a com frieza e sem expressão, ela trincou os dentes e forçou ainda mais a faca em seu pescoço. A dor era terrível e lhe arrancou lágrimas.
“Credence, se você tem certeza de que eu fui a mandante do acidente de seu pai, então... Eu darei minha vida a você. Então, estaremos quites.”
Linda fitava a filha, que vestia um vestido branco, o qual tingia-se de com o vermelho do sangue que o encharcava. Uma pontada em seu coração a fez gritar: “Rosie, por que você fez isso? Não foi você que causou aquilo, por que você quer morrer? Se alguém tem de morrer, este alguém é Dorothy!”
Caleb suspirou, "Rosie, você é tão estúpida. Se você foi injustiçada, ainda pode provar o contrário, com palavras. Por que você resolveu usar um método violento para provar sua inocência?"
Comentários
Os comentários dos leitores sobre o romance: O Amor Perdido
Bom dia, haverá atualização desse livro?...