O Amor Perdido romance Capítulo 128

Era meio-dia.

Na ala VIP do hospital de Jonathan, Credence observou o médico assistente receber os 400cc, do sangue de Caleb, depois disso Jonathan voltou para sua sala.

Pela expressão séria do médico, ele percebeu que o quadro clínico de Sheldon não era muito otimista.

Fazia dois anos, sem nenhuma mudança ou algum milagre. Em seu coração, Credence sentia-se perdido.

Seu poder ou fortuna, não podiam impedir acidentes ou prevenir doenças, ele estava impotente, pois não conseguiria acordar Sheldon.

Além de providenciar os melhores tratamentos médicos, ele não podia fazer mais nada, a não ser esperar e lamentar pelo destino trágico.

Através do vidro da janela, Credence podia ver Sheldon claramente deitado, em silêncio, ele tinha tubos presos por todo o corpo. Seus estavam cerrados, sem nenhuma melhora.

Depois que o médico realizou a transfusão em Sheldon, ele pediu à enfermeira que massageasse o seu corpo. Então, o médico abriu a porta e saiu. Ele parou na frente de Credence, franziu o cenho e disse: “Sr. Scott, após cuidados e tratamentos, a condição do seu pai não piorou. No entanto, também não houve melhora do quadro. Lamento, mas não posso fazer mais nada por enquanto.”

“Porém, ainda há uma chance de o paciente acordar, se conseguirmos o estimulante certo para acordá-lo, do contrário, ele vai ficar em coma até o fim de seus dias.”

Ele permaneceria em estado vegetativo pelo resto de sua vida, não podendo comer, beber ou sentir?

Credence ficou em silêncio, franziu a testa e escutou com atenção. Sua expressão fria lentamente se tornou indecifrável.

O momento certo?

Contudo, a condição de Sheldon permanecia estável, o que lhe trouxe uma rara sensação de alívio.

O médico prosseguiu: “Sr. Scott, se seu pai continuar neste estado inconsciente, os seus órgãos vão começar a ter mal funcionamento e podem até irem à falência. É provável que o rim seja o primeiro a apresentar falha. Com o tempo, se ele vier a despertar, receio de que terá pouco tempo de vida.”

Jonathan ficou chocado ao ouvir isso, "M*rda! Então, há um efeito colateral de permanecer em coma. Credence, você tem que encontrar uma maneira de acordar seu pai!"

Credence lançou-lhe um olhar ligeiro e Jonathan imediatamente fechou a boca.

No calor do momento, ele havia se esquecido de que, nos últimos dois anos, Credence havia gastado uma grande quantia e empenhado todo seu esforço para ajudar Sheldon a recuperar-se. Não é exagero dizer que ele deu tudo de si.

"Sinto muito, Credence."

Jonathan entregou-lhe um cigarro. Enquanto Credence pegava o cigarro, ele o ascendeu: "Hipoteticamente, e se seu pai nunca acordar? O que você vai fazer?"

“Além disso, pelas informações de Victor, é muito provável que Rosalie seja a culpada. Você sempre culpou Dorothy pela queda, a fez ser o bode expiatório de Rosalie, por dois anos. Deve ter sido difícil para ela suportar este silêncio hostil por tanto tempo.”

Embora suas palavras fossem em defesa de Dorothy, trazendo-lhe alguma justiça, ele logo começou a falar coisas sem sentido: “Credence, ela é uma mulher maravilhosa, por que você não faz as pazes com ela?”

Os olhos de Credence ficaram afiados.

Jonathan continuou falando sério, apesar de saber que sua vida poderia estar por um fio, "Pare de fugir da questão. Pergunte a si mesmo, você não quer que ela esteja ao  seu lado? Além disso, e daí se ela estiver grávida de Juelz? Considere isso como um favor a ele e crie a criança como se fosse o seu próprio filho!"

"Dorothy é uma boa mulher. Ela tem um rosto bonito e um corpo atraente, mas ainda assim se dedica só a você. Você não vai mais encontrar alguém como ela, então deveria aproveitar esta chance com sabedoria!"

Franzindo a testa, Credence pressionou o cigarro queimado pela metade no metal frio. Uma luz fria brilhou do fundo de seus olhos quando ele disse em um tom sem emoção, "Quanto a ela, vou pensar mais nisso."

Ele cuspiu essas palavras em voz baixa e profunda.

Quando o assunto era sobre relacionamentos românticos, ele nunca demonstrava muito interesse. Porém, depois de ficar frente a frente com Dorothy, uma variável inesperada surgiu, ele realmente ficou perplexo.

Ele precisava de uma pausa para se acalmar!

Por outro lado, como Dorothy teve um bom desempenho na prisão, sua sentença foi reduzida em um mês e meio.

Quatro meses e meio passaram em um piscar de olhos, os dias foram de um verão sufocante a um outono fresco.

Certa manhã, Juelz esperava feliz no portão. Ele esticou o pescoço e admirou a paisagem enquanto aguardava Dorothy sair.

Seu plano original era ir buscar Dorothy na prisão, o quanto antes, mas ela rejeitou a ideia reforçando que preferia manter-se discreta.

Então, ele seguiu o que seu desejo, pois ela nunca se enganava.

Depois de quatro ou cinco minutos, os portões se abriram. Dorothy já não vestia o uniforme folgado da prisão, agora ela trajava um vestido de gestante, azul claro. Com a mão em sua barriga redonda, ela lentamente saiu com um saco de roupas na outra mão.

Ela parou e olhou ao redor, tendo um vislumbre de Juelz e seu carro esporte , o qual estava ligado, esperando por ela não muito longe do portão. O que eles não sabiam era que, Credence estava ali, invisível, observando tudo.

Ela suprimiu a leve amargura em seu coração e caminhou em direção a Juelz.

Ao vê-la, Juelz foi até ela saltitando. Ele pegou a sacola de roupas sujas e segurou sua cintura com uma mão. O encanto em seus olhos era evidente quando ele disse: “Não vejo você há dias. O bebê está enorme. Até parece que você pode entrar em trabalho de parto a qualquer momento.”

Ele parecia ainda mais animado do que Dorothy.

Dorothy assentiu com a cabeça e sorriu, "Bem, o médico estimou que meu parto deve ser no final deste mês."

Depois que Juelz a ajudou a entrar no carro com cuidado, ela hesitou um pouco e perguntou sussurrando: "Juelz, você poderia me fazer um favor?"

Ele retrucou: "Que tipo de favor?"

"Eu quero deixar Talco City imediatamente."

A expressão de Juelz mudou, "Dory, por que você está com tanta pressa de ir embora? M*rda, Credence voltou a importuná-la?"

"Não, ele não fez nada."

Dorothy apertou os lábios, "Eu só não quero ficar na mesma cidade que Rosalie. Ela é uma psicopata completa. Não consigo imaginar qual será a próxima armação dela. Meu bebê e eu podemos ter escapado desta vez, mas e da próxima vez? E das próximas vezes? Só vou me sentir segura, quando eu sair desta cidade, preciso pensar nesta criança que vai nascer, não podemos ficar à mercê da sorte.”

Havia outro motivo delicado e doloroso que ela não queria revelar.

Passaram-se quatro meses e meio desde que Credence forçou um beijo enquanto ela estava na prisão. Ele nunca mais veio visitá-la. Um homem tão frio e sem emoções não valia a pena, paraela passar o resto de sua vida presa a ele.

Porém, ambos moravam em Talco City, e ele era uma das figuras mais influentes da cidade. De vez em quando, ele aparecia nos noticiários e nos relatórios financeiros. Por mais que ela tentasse evitá-lo, era impossível filtrar todas as notícias sobre ele. A tristeza e a dor, a lembravam do amor que nunca poderia ter.

Ao invés de se lamentar pelo resto da vida, ela decidiu que seria melhor abandonar tudo e recomeçar em um outro lugar.

Dorothy acreditava que ela e seu filho poderiam ter uma vida boa sem a proteção de Credence.

Embora Juelz não fosse o mais brilhante, ele conseguia entender os pensamentos de Dorothy nos momentos mais cruciais. Depois de um momento de silêncio, ele tirou um mapa do porta luva e o apontou com entusiasmo. Ele disse: "Dory, você quer ficar em casa ou ir para o exterior? Você quer ir para Starovilla, Damonland, Bolivo Island, Fendich ou Xavila?"

"Contanto que eu possa deixar Talco City, qualquer lugar está bom," o tom de Dorothy era indiferente.

Abandonar aquela cidade era o melhor que ela poderia fazer.

"Esta cidade servirá então. Vou providenciar para que você se mude para lá imediatamente."

Juelz ergueu a cabeça e olhou para Dorothy, um sorriso significativo estampado no rosto.

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